Review: controle SF30 Pro/SN30 Pro da 8Bitdo

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A 8BitDo é uma empresa especializada em acessórios retrôs. O nome pode não parecer familiar, mas você certamente já viu um ou dois controles de Super Nintendo ou de NES da companhia em algum lugar. Há diversos modelos inspirados no Game Boy, outros com design compacto e por aí vai.

Mas a estrela da vez é o acessório mais memorável e procurado da 8bitDo: o SF30 Pro/SN30 Pro. Para quem não conhece o modelo, trata-se de uma revisão do clássico controle de Super Nintendo (ou Super Famicom, por isso a variável SN ou SF) que traz o design nostálgico com tratos modernos, como analógico duplo, dois gatilhos, giroscópio e mais. O acessório serve em dispositivos Android, no PC, Mac, Raspberry Pi e até no Switch, mas será que vale a pena?

ASF30 Pro/SN30 Pro

Design nostálgico e acabamento impecável

A referência aqui é óbvia: a inspiração é feita com base no Super Nintendo, que já tem quase 30 anos de vida. Apesar de ter design idêntico ao original, a empresa não tem a licença oficial para a produção. Tanto que, recentemente, a loja oficial da companhia parou de listar essa versão da análise por ter similaridades demais (atualmente, o botão Start e Select foram reformulados e as cores não são as mesmas), mas o modelo ainda pode ser encontrado em grandes varejistas, como a Gearbest.

Entretanto, mesmo que não seja algo oficial e aprovado pela Nintendo, o que temos em mão é de primeira linha. Se você tem alguma dúvida sobre a qualidade do SF30 Pro por sua procedência de empresa terceira, pode ficar tranquilo: o acabamento e material utilizados no acessório é realmente algo fora da curva.

AQualidade do SF30 Pro é de primeira linha

As dimensões, peso e ergonomia do SF30 Pro são bem similares ao controle original de Super Nintendo. Para quem tem mãos grandes, o design menor do controle pode não ser ideal, mas certamente não é ruim. Mas, para a grande maioria, o controle oferece um uso muito bom, principalmente para jogos de plataforma ou demais gêneros que requerem mais o uso dos D-Pads, já que a pegada do SF30 Pro favorece a facilidade e conforto para o acesso aos botões (que apresentam um nível de pressão diferente para funcionar).

Os demais comandos também são excelentes: os botões A, B, X e Y trazem a textura lisa e formato côncavo e convexo do original. A rigidez de cada um deles vem na medida certa e você não terá a sensação de algo muito rígido de controles genéricos nem a maciez de acessórios usados. Os botões são levemente mais duros que os de um Xbox One e, principalmente, do PS4, mas isso é proposital e serve para simular o original. Uma escolha, sem dúvidas, e uma das boas.

Os demais botões também são excelentes. Os dois analógicos, novidade do SF30 Pro, são feitos na medida certa e posicionados no melhor lugar possível, e mantêm um misto entre Xbox One e PS4, com textura nas bordas e tamanho que fica entre a média dos dois. Para os mais puristas, pode parecer intrusivo ter dois grandes comandos no centro do controle clássico, mas pode ter certeza: eles não atrapalham em nada os que desejam usá-lo da forma clássica e são superconfortáveis para quem busca uma jogatina moderna.

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Se tem algo que não é feito na medida certa, esse elemento é a divisão dos botões L1/L2 e R1/R2. Para promover uma jogatina mais contemporânea, o SF30 Pro traz as duas duplinhas de cada lado. Contudo, como o design do controle tenta manter ao máximo a espessura original, os botões da frente acabam se tornando estreitos demais. Não é algo ruim, mas também não é tão bom quanto o que o acessório traz a mesa em outros aspectos.

Ainda nos botões de ombro, vale lembrar que o R2 e L2 não são gatilhos analógicos, e sim botões digitais. A profundidade pode dar uma falsa sensação de que os comandos se assemelham ao DualShock 4 ou Xbox One Controller, mas ele é apenas um botão binário: ativo ou não ativo. Portanto, se você espera algo mais complexo para jogos de corrida, não encontrará aqui.

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Por fim, mas não menos importante, o SF30 Pro vem equipado com uma bateria razoável que consegue durar de 16 a 18 horas de jogatina contínua. Poderia ser um pouco melhor, claro, mas pensando em jogatinas diárias de 3 a 4 horas, trata-se de um bom tempo de uso. Para carregá-lo, basta uma a duas horas de carga com um cabo USB Tipo C que já vem na caixa.

Funcionalidades modernas e desempenho exímio

O grande destaque dessa versão do SF30 pode parecer a nostalgia, mas não é: é a modernidade. A versão Pro é a edição que vem com os dois analógicos e, na teoria, tem tudo para suprir qualquer controle do padrão normal da atualidade. Mas ele consegue? De forma curta e rápida, sim.

Apesar de funcionar também no Android, PC, Mac e Raspberry Pi, o acessório é feito para o Switch em mente. Portanto, quase todas as funcionalidades que você encontraria em um periférico da Nintendo, você achará aqui. Quase tudo (mas falaremos disso mais para frente).

Portanto, além de ter todos os botões funcionais comuns, há alguns extras modernos que não vai deixá-lo na mão. O SF30 Pro traz dois botões de funcionalidades (Home e Share, os mesmos do Switch), botões de ombro, analógicos duplos e também um giroscópio embutido. Portanto, ainda é possível resolver os puzzles e usar os equipamentos de Link em Zelda: Breath of the Wild.

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E, por fim, o SF30 Pro também vem equipado com a função Turbo em qualquer botão. Para programá-la, basta segurar o botão desejado e pressionar Start (e vice-versa para desativar). Infelizmente, essa opção não está disponível no Switch.

As modernidades podem ser um extra, mas o principal elogio vai para o funcionamento do produto como um todo. Além de ter um acabamento ótimo, o SF30 Pro funciona muito bem. A conexão Bluetooth não causa nenhum tipo de input lag nos comandos, os botões não falharam nenhuma vez e tudo funcionou com maestria.

Em momento algum tivemos problemas de sincronização, seja no Android ou no Switch, e tudo foi executado como deveria. Para alternar entre os modos Switch, PC, Android ou MacOS, basta apertar um combinado de botões e pressionar o botão Sync no topo do acessório. Para evitar a decoreba, há até uma colinha na parte de trás. Tudo simples, fácil e rápido.

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Se, assim como eu, você não tem Bluetooth no computador, o controle também pode funcionar através do cabo. Você só precisa colocar a opção certa antes de ligá-lo (com Ximput, que é Start + X) e conectar ao PC com o cabo. Nos games de PC, o SF30 Pro será mapeado como um controle de Xbox 360.

Nem tudo é perfeito: o que falta?

Apesar de ser um ótimo produto, o SF30 Pro também tem suas falhas. A parte boa é que elas são poucas e triviais, mas valem o reforço de qualquer forma. O primeiro e mais importante ponto negativo é que o acessório não é compatível com sistemas iOS, com o SNES Classic da própria Nintendo (é preciso comprar um adaptador extra) e nem com o Xbox One e PlayStation 4.

Com o SNES Classic é compreensível, já que o console mini requer controles cabeados. Contudo, o iOS é o que mais deixa a desejar, já que o aparelho funciona com Android. Sim, sabemos que há parâmetros extras para que um controle seja compatível com sistemas da Apple, mas é uma pena que não seja o caso aqui.

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Outro ponto que vale o destaque é que nem todas as funcionalidades do Switch estão inclusas. Algumas são óbvias, como a câmera infravermelho do Joycon (nem o Pro Controller tem), mas outras são um ponto negativo. Entre elas, temos a falta de um Rumble HD para a vibração mais precisa e o sensor NFC para ler amiibos.

Ainda com o Switch em pauta, há um leve contraponto que vale mencionar: enquanto estiver no “modo Switch”, infelizmente o controle não é elegível a ligar o console remotamente. No Pro Controller e nos Joycons, basta segurar o botão “Home” para tirar o videogame híbrido da Nintendo do modo de descanso. No SF30 Pro, você terá que ligar o console na mão e depois ligar o controle.

Não são grandes pontos negativos, claro, mas eles existem. Provavelmente essas tecnologias são proprietárias da Nintendo e, como o SF30 Pro não é oficialmente licenciado, o motivo mais plausível é que a 8BitDo não deve ter acesso à tecnologia (ou pelo menos não tem a permissão).

AO Smartphone Clip não vem incluso

Alguns extras, como o Smartphone Clip, que prende o celular ao controle (algo muito comum de se ver em controles para mobile), também não vem incluso no pacote e é necessário comprá-lo separadamente.

Por fim, e talvez mais importante, há um ponto negativo que é extremamente relativo, mas que deve ser citado. O SF30 Pro não é licenciado oficialmente e já mencionamos isso. Mas qual o problema, já que ele é tão bom? Simples: por não ter aval da Nintendo, nada garante que o acessório vá funcionar para sempre no Switch. Alguma atualização pode retirar o suporte de acessórios de empresas terceirizadas e, do dia para noite, ele deixar de ter uma de suas principais funcionalidades.

ACompatibilidade de modelos antigos foi reduzida com o tempo

No passado, a Nintendo já fez isso e alguns controles da 8BitDo deixaram de funcionar no Wii e Wii U (assim como no PlayStation 3). Como já faz mais de um ano desde que o Switch está no mercado e o suporte continua, é difícil que isso ocorra, mas é importante frisar que a chance existe.

Vale a pena?

Sem a menor sombra de dúvidas, o SF30 Pro da 8Bitdo apresenta um ótimo custo-benefício. Considerando que seus concorrentes no ramo de PC costumam custar igual ou até mais (as opções mais baratas se encontram em uma categoria de qualidade pior), fica claro que o acessório é uma ótima opção, pois além de ter funcionalidades modernas, também traz um design retrô excelente (além de ser compatível com mais plataformas).

Se o compararmos com a opção do Switch, que seria um Pro Controller, as coisas ficam ainda mais convidativas. Para importar um SF30 Pro da Gearbest, você desembolsa cerca de R$ 160 já com frete (por ser um item que custa menos de US$ 50, você teoricamente está livre de taxas); já um Pro Controller sai por quase R$ 400. Outros controles cabeados para Switch custam por volta do mesmo valor, mas, como o nome diz, são cabeados.

Há alternativas que simulam o design do Pro Controller ou do controle do Xbox One, mas a qualidade também não é igual. Em troca do preço mais em conta, os únicos elementos que você deixa de lado é o suporte a amiibos e a opção de ligar o console pelo botão Home, que são bem triviais. Sem dúvidas, uma ótima alternativa e uma excelente forma de revisitar clássicos.

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