Há mais de 5 anos a comunidade foi agraciada com o anúncio de Kingdom Hearts 3, uma continuação esperada há pelo menos 13 anos (6 anos, se contarmos como continuação direta de Dream Drop Distance). E depois de tantos anos, é impossível colocar as expectativas lá em cima. Afinal, é o desfecho de uma saga épica e um jogo desejado há eras.
Tudo o que foi mostrado até agora foi promissor, mas e aí? O game realmente é bom e honra a ansiedade cultivada por todo esse tempo? O Voxel conseguiu jogar a demonstração disponível durante a Brasil Game Show 2018 e traz algumas impressões. Confira:
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A junção de todos os acertos da última década
Kingdom Hearts é uma franquia longa, com 9 jogos no catálogo. E é louvável que a Square Enix não tenha repetido fórmulas: muito pelo contrário, flertou com tudo que era possível e trouxe mudanças significativas em muitos aspectos da movimentação e do combate, indo de cartas a transformações de personagens. Mas como unir todos esses elementos em um jogo que deve ser o melhor de todos?
O balanço é fino, mas parece que a Square Enix está na direção certa. Para marinheiros de primeira viagem, o gameplay será bem sólido e recheado de elementos incríveis para experimentar. Para quem vem acompanhando a evolução gradativa, certamente reconhecerá cada mecânica herdada e cada novidade bem posicionada.
Apesar de honrar o legado mecânico, certamente não é um “copia e cola”. É possível ver os Command Decks de Birth By Sleep em ação com as transformações da Keyblade, as habilidades clássicas integradas dentro das ações de Sora, a movimentação fluida de Dream Drop Distance, o menu de magias clássico de Kingdom Hearts 2 e também as adições que criam um quadro lindo de se contemplar.
O que joguei não foi longo, mas foi tranquilizador. Kingdom Hearts 3 é a composição que eu esperava encontrar, o balanço que eu queria enxergar e a obra que eu esperei por todo esse tempo. É um jogo que consegue ser único, mas sem me deixar com a sensação de algo estranho nas mãos. É realmente o resultado de anos de investimento.
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Entre as maiores novidades, temos as atrações da Disneylândia como mecânicas de combate. Elas podem ser parte de uma batalha de chefe ou simplesmente transformações para enfrentar os inimigos comuns, mas adicionam aos combinados que já havíamos visto no passado e só acrescentam a experiência. Algo realmente incrível e que será bem-vindo.
A evolução tecnológica para o CG
A Square Enix decidiu no passado mudar o foco de desenvolvimento de Kingdom Hearts 3 e alterar a engine proprietária da empresa para a Unreal Engine 4, um dos motores gráficos mais robustos da atualidade. E, pelo jeito, a escolha foi certa: Kingdom Hearts 3 tem um aspecto similar ao de CGs que é embasbacante de olhar.
Durante a entrevista que tivemos com Brendan Docherty, o produtor nos contou que a Square também gostou do estilo escolhido e que isso deu uma boa elevada nos parâmetros do game. Além de ser mais conciso com os mundos escolhidos até o momento (da Disney e Pixar), o visual também é uma novidade bem-vinda aos fãs.
Por muito tempo, Kingdom Hearts manteve o padrão gráfico do PlayStation 2, mas agora podemos ver uma evolução clara na tela: todos os diálogos têm vozes e sincronia labial, desde às cutscenes às conversar rotineiras com os NPCs.
Kingdom Hearts 3 é um espetáculo visual, mesmo que tenhamos visto por tão pouco tempo. Os efeitos são incríveis, a performance pareceu sólida em seus 30 fps e a direção de arte respeita os universos Disney em que são inspirados.
Um tropeço aqui e outro acolá
A demonstração da Brasil Game Show era bem curta, mas tinha dois mundos para explorar: Olympus Coliseum, de Hércules, e Toy Box, de Toy Story. Eu tive a chance de jogar os dois e explorar tudo que havia direito e amei o que vi, mas dá para ver que alguns ajustes bem pequenos ainda precisam ser feitos.
A dificuldade incomodou de leve, mas certamente era por causa da demonstração voltada ao público. Em outras palavras, para evitar frustrações depois de muito tempo de fila, as coisas eram feitas para serem mais fáceis. É uma ressalva válida e que vale a pena ficar de olho até o lançamento.
Mas o ponto negativo que mais me pegou foi o vilão mais antigo da franquia, e não estou falando de Xehanort: a câmera. Durante a exploração, tudo é mil maravilhas, mas no combate o foco pode ser perdido em alguns momentos. Um exemplo prático: ao matar um Heartless perto da parede, a câmera não é reajustada para focar um inimigo que está atrás, o que pode nos deixar um pouco “no escuro”.
Além disso, algumas cenas mais roteirizadas precisam de ajustes. Ao subir no Titã, no mundo de Hércules, os pulos que levam Sora até o topo não reajustam a câmera e deixa tudo muito confuso. Como se trata de uma build, provavelmente esses problemas serão corrigidos até o lançamento.
Kingdom Hearts 3 está previsto para chegar ao Xbox One e PlayStation 4 no dia 29 de janeiro de 2019.
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