A Brasil Game Show 2018 chegou ao fim, mas ainda temos uma quantidade bem grande de material para mostrar do evento. Entre as nossas conversas, tivemos a chance de falar com Denny Chiu, o diretor de comunicações da Bandai Namco, sobre Jump Force.
Durante nosso bate-papo com ele, eu e o ilustre Victor Francesco conversamos bastante sobre as ações de Jump Force no mundo, o novo jogo que combina personagens de anime de diferentes obras e décadas, e discutimos algumas características do game e outros detalhes do título de luta da desenvolvedora.
-
Jump Force é um game para amantes da cultura japonesa
Jump Force não foi feito para eSports. Como Denny Chiu nos contou, a Bandai primeiro faz um jogo e depois vê a recepção da comunidade: caso ele seja bem-recebido como um jogo competitivo, então há o andamento para que entre na cena do eSports. Com Jump Force será a mesma coisa.
Mas de qualquer forma, dificilmente ele chegará às telonas da EVO ou terá grandes campeonatos nacionais e mundiais, pois sua proposta é ter algo mais simples, mas extremamente divertido, que tem como objetivo celebrar os 50 anos da revista Shonen Jump.
Por causa desse âmbito de comemoração, temos heróis e vilões das mais variadas obras, como Dragon Ball, HunterxHunter, One Piece, Bleach e por aí vai. Apesar de ser focado em personagens da Shonen Jump, eles são tão famosos que, no fim, o game é voltado para todos os amantes de cultura japonesa, segundo Denny Chiu.
Em outras palavras, a ideia não é criar algo extremamente competitivo, mecânicas avançadas e gameplay que sirva de vitrine na EVO, é algo mais divertido, mais arcade. Mas daí vem o X da questão: como balancear tanta gente diferente na mesma tela?
Balanceando gerações e gêneros diferentes
Em Jump Force, temos personagens mais poderosos, como Goku, lutando contra figuras como Yugi, de Yu-Gi-Oh!, que gerou o famoso cardgame. E como pode os dois lutarem em pé de igualdade? A Bandai Namco tomou algumas ações para que todas as estrelas coexistam de forma harmoniosa.
Antes de falar de nível de poder, que é a grande brincadeira aqui, é preciso que eles fiquem contextualizados sob uma mesma bandeira. E é justamente por isso que o jogo tem um cross-over do mundo dos animes com o mundo real e optou por um motor gráfico que traga visuais mais fotorrealistas (no caso, a Unreal Engine 4).
Os visuais serão um ponto-chave para deixar a experiência mais congruente, seja em uma Genki Dama de Goku a golpes mágicos de Yugi. Portanto, mesmo que na teoria alguns personagens não estejam equivalentes, há um cuidado da Bandai para que exista uma forma de contextualizar a situação (algo que veremos também no modo história).
Com legendas, mas sem dublagem em português (mas com chances de receber no futuro)
Já que o game é feito para os amantes de cultura japonesa, não tem público mais fiel a isso do que o brasileiro. Nós temos um grande apreço por animes, principalmente os clássicos, e isso gerou até mesmo alguns títulos dublados com os atores originais, como Saint Seiya: Alma dos Soldados. Mas e Jump Force?
Já temos a confirmação que o game terá textos totalmente em português. Portanto, o povo tupiniquim não ficará desassistido de suporte ao idioma nativo. Mas, por enquanto, a dublagem não virá. Por enquanto.
-
Durante o bate-papo, Denny Chiu nos explicou que é difícil juntar uma equipe enorme de dubladores de uma só vez, que combine com a agenda de cada um para que a dublagem dê certo. E, por conta de problemas de atraso, o lançamento mundial não pode ficar comprometido.
Segundo o executivo, caso a oportunidade exista no futuro, nada impede que o game receba dublagem no futuro, o que seria algo muito bem-vinda ao Brasil, já que adoramos ver nossas obras japonesas com as dublagens originais.
Ainda há muitos anúncios a serem feitos e veremos mais personagens aparecendo, assim como Seiya e Shiryu foram revelados durante a BGS 2018. Jump Force parece ser um game que pode agradar os fãs, então teremos que esperar até fevereiro para ver o game no PC, Xbox One e PlayStation 4.
Categorias