Lançado no dia 20 de junho para Steam e Nintendo Switch, Muse Dash é um game de ritmo originado no mundo mobile que, possivelmente, é a experiência mais “japonesa” que experimentei em muito tempo — e isso não é algo negativo, não me entenda mal. Adotando uma visão lateral, o game mistura os tradicionais sistemas de “atinja o botão no tempo certo” com um game de ação no melhor estilo “briga de rua”.
Ao iniciar o jogo, você logo de cara tem à disposição uma grande quantidade de músicas, todas elas originadas no Oriente, que se dividem em categorias como “músicas normal” até “Otaku Feliz” (esta última com direitos a vários volumes). No começo, você pode jogar somente as versões fáceis e difíceis dessas músicas, destravando suas variações mais desafiadoras caso prove que é bom o bastante nas mais acessíveis.
Isso não quer dizer que o jogo padroniza sempre o nível de seu desafio: uma canção “fácil” de nível 5, por exemplo, sempre vai exigir mais de você do que uma “difícil” de nível 4. Alternar entre as diferentes listas de canções não somente é necessário para explorar todo o game, as também para destravar mais opções de musas — as protagonistas do game, que surgem em formatos diferentes, muitos deles baseados em vários clichês do mundo dos animes.
Fácil de aprender, difícil de dominar
Toda a jogabilidade de Muse Dash é baseada em somente dois botões: um para bater nos inimigos em sua linha de visão, outro para atingir aqueles que estão na parte de cima da tela. Enquanto é fácil não errar nenhum adversário nas canções iniciais, isso se torna bastante difícil mais para frente, quando a tela se enche de inimigos.
Nesses momentos, a decisão do jogo de misturar ritmo com “briga de rua” me pareceu bastante vantajosa, já que permitiu que eu tratasse os desafios como um jogo de ação mais convencional — resultando em menos erros. Infelizmente, o ritmo das músicas nem sempre respeita o dos elementos da tela, então não dá para “jogar de ouvido” como acontece em jogos mais focados na parte musical.
O legal é que, caso você tenha dificuldade em uma música, treinar em suas versões mais acessíveis realmente se torna algo válido. As dificuldades oferecidas escalam de maneira satisfatória e não há aquela sensação de que, enquanto conseguir 100% na mais baixa é brincadeira de criança, é preciso ser um “mestre do ritmo” para vencer a mais desafiadoras.
A seleção musical é variada e se abre de forma gradual conforme você sobe o nível geral do game, algo que se mostra bastante positivo para quem deseja liberar todos os conteúdos. Com isso invariavelmente envolve ter que repetir várias vezes o mesmo nível, é bom saber que há a opção de “quebrar a repetição” passando seu tempo em outras canções antes de voltar àquela que travou seu caminho.
Só preste atenção ao fato de que a seleção é, sem dúvidas, voltada a quem gosta de um estilo musical bastante distinto. Enquanto Guitar Hero tinha desde metal até hard rock e músicas indie, Muse Dash aposta pesado em um estilo mais eletrônico e com letras que misturam inglês e japonês, algo que pode não agradar a todos os gostos.
Experiência diferente
Confesso que, mesmo que Muse Dash não necessariamente tenha todos os elementos que procuro em um game, me peguei jogando mais tempo do que imaginava essa combinação de ação e ritmo. A versão que nos foi oferecida pela X.D. Network foi a de Switch, vendida a US$ 29,99, que traz 97 músicas e promete atualizações gratuitas no futuro.
No entanto, para os curiosos, pode ser mais vantajoso apostar na versão de PC para testar o game. No Steam, a versão básica — com 40 músicas — sai por R$ 10,49, e, se você gostar dela, pode adquirir o resto do pacote na versão “Just as Planned”, que permite sincronizar seu progresso com os lançamentos para dispositivos mobile.
Muse Dash foi cedido ao Voxel pela publicadora X.D. Network