Produzidos pela Microsoft, jogos de franquias como Age of Empires e Age of Mythology são referências quando o assunto é o gênero de estratégia em tempo real. No entanto, além do gameplay, ambos as franquias possuem outro ponto que conquista jogadores globalmente: a inspiração na história.
Desde os anos 90, Age of Empires utiliza como pano de fundo civilizações inspiradas em culturas reais, como o Egito Antigo, a Grécia, Roma e até impérios medievais. Cada um dos grupos traz unidades, estruturas e tecnologias que refletem o desenvolvimento histórico real, trazendo um reflexo de cada civilização no gameplay.
Já Age of Mythology utiliza uma estrutura similar para trazer um olhar lúdico para a mitologia. Durante o gameplay, os jogadores explorem mitos de culturas grega, nórdica e egípcia, por exemplo, trazendo criaturas lendárias e deuses em suas mecânicas de jogabilidade.
Age of Mythology e Age of Empires usam inspirações históricas em seu gameplay.
Além da diversão trazida durante o gameplay, esse background histórico pode incentivar jogadores de diferentes idades a também aprenderem história. Em entrevista ao Xbox Wire, Henrique Caldeira, 32, mestre e doutor em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), comentou sobre como os jogos influenciaram em sua carreira acadêmica e podem ser uma porta de entrada para o estudo de história.
Como Age of Empires e Mythology podem influenciar no ensino de história?
Responsável pelo canal do YouTube Estranha História, o doutor em história conta que grande parte do seu interesse por história despertou por causa dos games da franquia, que apresentam diversos tópicos inspirados na realidade. De acordo com Henrique, os games da franquia podem ter um impacto positivo em jogadores e servir como inspiração a buscar mais detalhes sobre seu pano de fundo.
“Age of Empires e Mythology teve um impacto geracional para que as pessoas se interessassem por história, sobretudo história medieval e história antiga”, explica o especialista em história. “O Age oferece essa experiência de te colocar naquele mundo, é uma forma imersiva de viver a história.”
Age of Empires traz civilizações que realmente existiram para o gameplay.
Utilizando sua própria experiência na adolescência como exemplo, Caldeira aponta que conheceu muitas civilizações e temas interessantes por meio dos jogos da franquia da Xbox. “Esses jogos aumentaram muito meu interesse pelo assunto e me fizeram querer saber mais”, revela o historiador e criador de conteúdo.
Interatividade pode ajudar a despertar curiosidade
De acordo com o historiador, a interatividade entregue por games como Age of Empires e Age of Mythology serve como uma porta de entrada que pode despertar interesse no ensino. “É muito mais convidativo você começar esse interesse e curiosidade (por história) em um jogo do que por um livro. O livro já fica interessante quando você já tem um contexto e consegue completar as lacunas ali, mas a imersão dos games ajuda a levar as pessoas a se interessarem mais.”
“Por exemplo, os Bizantinos no Age of Empires - eu não sabia o que era, aí eu ia atrás para saber o que era essa civilização. O que eu encontrava, primeiro no jogo, me alimentava a curiosidade de saber mais como aquela civilização tinha sido na história real. A experiência com Age ampliou muito a minha visão sobre história para além daquilo que via no colégio.”
Segundo Caldeira, a experiência que ele teve com Age of Empires e Mythology não é única, e diversas pessoas que ele conhece também já foram influenciadas a estudar história por causa dos títulos de estratégia. “Convivendo com outros colegas na faculdade de história, eu escutava essa mesma experiência. Muitos deles jogavam Age of Empires e se interessavam por certos momentos históricos e civilizações por causa do jogo”, explica.
Historiados revela suas civilizações preferidas em Age of Empires e Mythology
E para quem entende de história, qual a melhor civilização e panteão para escolher nos jogos de estratégia da Microsoft? Falando ao Xbox Wire, o doutor em História revelou quais são seus favoritos em cada game. Em Age of Empires, o especialista diz que possui dois jeitos favoritos de jogar, que estão ligados com os mongóis e os bizantinos.
Henrique Caldeira se apaixonou por história graças a jogos como Age of Empires.
“A primeira são os mongóis, porque eu fazia a tática do “Mongol scout rush”, que é você fazer ataques rápido. Os mongóis tinham uma vantagem de desenvolvimento mais rápido no início da partida e, por isso, você mandava batedores para atrapalhar o desenvolvimento da outra civilização para a próxima era, ganhando a partida mais rápido assim”, explica o historiador.
“A segunda eram os Bizantinos, que são o contrário. Eles são uma civilização mais defensiva do Age II. Então, se você resistir aos ataques iniciais, eles ficam muito fortes nas etapas mais avançadas da partida, porque eles vão ter unidades mais fortes, as melhores do Age II.”
Em Age of Mythology, o panteão favorito do especialista em história tem ligação com a afinidade de Caldeira com sua temática. “Eu gostava mais dos gregos, porque eu já conhecia um pouco mais (da mitologia). Isso facilitava a relação com as figuras e eu tinha um fascínio especial pelo Hades, porque ele é o deus do submundo e eu sempre achei esse tema interessante.”
O historiador também recomenda um vídeo de seu canal do YouTube para quem está entrando no universo da mitologia grega, que pode ser visto acima. “Nesse vídeo eu vou para além da mitologia, em como funcionava a religião na Grécia antiga. Como que esses deuses que a gente ouve história e joga no game se encaixaram em um sistema religioso”, explica Caldeira.
Onde jogar Age of Empires e Age of Mythology?
Além do grande legado que vem desde os nos 90, as franquias Age of Empires e Age of Mythology receberam lançamentos recentes no PC, consoles e também no celular. Assim, quem está longe da franquia, ou quer experimentar pela primeira vez, pode utilizar plataformas modernas para aproveitar os games.
Age of Mythology Retold foi lançado este ano e traz uma experiência atualizada com o icônico jogo de estratégia no PC, Xbox Series S e X. O título também é compatível com o Xcloud, que permite jogar via nuvem direto no celular.
Falando em celular, Age of Empires Mobile foi lançado recentemente pela Microsoft e já está disponível no Android e iOS. Trazendo uma experiência otimizada para smartphones, o game pode ser baixado de graça em ambas as plataformas.
Os fãs de Age of Empires também podem jogar as versões definitivas de AoE 1, 2 e 3 por meio do Xbox Game Pass de PC, com alguns dos títulos funcionando no Xbox e também na nuvem. Além disso, Age of Empires IV também está disponível por meio do serviço, tanto no PC quanto para consoles e nuvem.
E aí, você é fã da franquia Age e já se sentiu influenciado a estudar história por causa dos games? Comente nas redes sociais do Voxel!
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