Sonic X Shadow Generations é um 'mais do mesmo' muito bem-vindo aos fãs - Review

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Imagem: Divulgação/Sega

Sonic Generations é um jogo bastante emblemático na trajetória do ouriço da Sega, pois foi o responsável por colocar a franquia de volta aos eixos ainda em 2011. Estamos falando de uma época em que o personagem passava por uma "crise de identidade", entregando jogos de qualidade duvidosa como Sonic the Hedgehog 4 e até mesmo o Sonic the Hedgehog de 2006, que enfrentou um inferno de desenvolvimento.

Na ocasião, Sonic Generations foi bastante elogiado por celebrar o passado do ouriço, trazendo duas versões do personagem para revisitar fases aclamadas dos seus jogos tanto em 2D quanto em 3D, entregando novas formas de jogá-las. Foi uma forma de brincar com a nostalgia e que deu muito certo.

Agora, para celebrar a estreia do filme Sonic 3, que finalmente traz a aparição de Shadow the Hedgehog, a Sega não está poupando esforços para promover o anti-herói. Por isso, a empresa decidiu remasterizar o Sonic Generations original e lançar uma campanha paralela, focada no rival do protagonista, para justificar o seu lançamento.

Na prática, o novo conteúdo é curtinho e tem cerca de quatro horas de duração, mas chama a atenção com um pequeno mundo aberto, muito inspirado em Sonic Frontiers, com vários coletáveis e desafios pelo caminho, dando um vislumbre de que o futuro da franquia deve seguir essa direção.

O Voxel teve a oportunidade de jogar Sonic X Shadow Generations antecipadamente e conta, nas linhas a seguir, os pontos positivos e negativos do lançamento da Sega. Confira:

Shadow agora tem o seu momento de brilhar

Embora seja o personagem mais popular da franquia, Shadow the Hedgehog não teve muitas oportunidades de brilhar em um jogo dedicado. A última tentativa, com o jogo homônimo de 2005, dividiu opiniões e acabou virando motivo de piadas por colocar uma pistola nas mãos do personagem.

Isso muda com a nova campanha de Sonic X Shadow Generations, que faz esforços para explicar o passado do ouriço e apresentá-lo a um novo público a tempo da estreia do novo longa-metragem, com o carinho que merece. Caso você nunca tenha entendido a história do personagem, o novo jogo realmente deixa tudo muito mais fácil de acompanhar - lembrando que os textos estão em português do Brasil, com exceção de alguns nomes.

A execução é bastante satisfatória: tudo acontece paralelamente aos acontecimentos de Sonic Generations, em que há uma grande confusão na linha do tempo. Por isso, Shadow acaba tendo de ficar de frente com antigos traumas e inimigos, como é o caso de Black Doom. Por sinal, ambas as campanhas têm uma duração muito aproximada.

As fases são acessadas através de um HUB explorável, chamado de Espaço Vazio, que se trata de um pequeno mundo aberto. Aqui, as mecânicas de exploração são muito parecidas com as de Sonic Frontiers, com vários pequenos desafios pelo caminho para chegar aos pontos de interesse.

Shadow tem acesso a novas habilidades com o andamento da campanha.Shadow tem acesso a novas habilidades com o andamento da campanha.Fonte:  Divulgação/Sega 

É bastante divertido de controlar o Shadow nesse espaço, e o personagem destrava novas habilidades que ajudam na exploração. Vários ambientes que antes não eram acessíveis também ficam disponíveis conforme o progresso, com novos coletáveis e segredos para descobrir.

Isso mostra como o futuro da franquia realmente deve seguir a fórmula de Zonas Abertas, e eu acredito que é uma decisão acertada. No entanto, o jogo repete alguns erros do Frontiers: o level design do Mundo Vazio é um pouco confuso, ao ponto de ser comum não entender onde os desafios começam ou terminam caso você fuja da rota pensada pelos desenvolvedores.

Vale notar, também, que a interface de usuário incomoda um pouquinho, pois sempre surge uma mensagem que pausa completamente a ação ao liberar novos colecionáveis - a médio prazo, isso acaba desencorajando a completar a coleção.

Estrutura das fases

Dentro das fases, o primeiro ato traz a tradicional mecânica de boost que foca na ação em altíssima velocidade. Os cenários são relativamente lineares, mas há caminhos alternativos que servem de recompensa para jogadores mais habilidosos e atentos.

Nos jogos do Sonic, a velocidade costuma ser uma recompensa por jogar bem, e não uma regra a ser seguida. Nesse sentido, é bastante divertido descobrir novas formas de completar as fases, inclusive com o uso do Chaos Control para desacelerar o tempo.

O que mais me incomodou, no entanto, foi o segundo ato dos estágios do Shadow. Talvez na tentativa de combinar com o Sonic clássico do jogo base, as fases ficam sob uma perspectiva 2D, com a câmera um pouco inclinada. O problema é que as mecânicas modernas de boost se mantêm, deixando a ação bastante desajeitada.

Shadow Generations está além de todos os jogos tridimensionais da franquia com sua qualidade visualShadow Generations está além de todos os jogos tridimensionais da franquia com sua qualidade visualFonte:  Divulgação/Sega 

Eu acredito que as mecânicas do Sonic moderno não combinam com a perspectiva 2D: é como se algo estivesse fora de lugar. As mecânicas de plataforma não são funcionais o bastante para deixar os trechos 2D divertidos. Isso é algo que já me incomodava bastante no Sonic Generations base e que foi replicado no conteúdo do Shadow.

Apesar disso, o jogo sempre apresenta novidades graças aos novos poderes que Shadow desperta devido ao sangue alienígena que corre em suas veias. As mecânicas que são apresentadas colaboram para deixar as fases 2D mais toleráveis.

Qualidade técnica, visuais e mudanças

A campanha do Shadow é possivelmente o jogo tridimensional do Sonic mais bonito já lançado. Durante algumas fases, todo o cenário em volta do personagem começa a sofrer uma distorção, com cenas renderizadas em tempo real e que saltam aos olhos com seus efeitos. Os modelos dos personagens também são bastante caprichados, assim como é notável o salto na qualidade das animações.

Já falando da remasterização do próprio Sonic Generations, as mudanças não são muito perceptíveis. Claro, há uma melhoria na resolução e na qualidade de algumas texturas, mas são mudanças que só ficam visíveis se colocarmos os jogos lado a lado. Afinal de contas, o Sonic Generations original já era bastante bonito.

Os testes aconteceram no PlayStation 5 e a sensação foi a de jogar uma versão muito equivalente à de PC. O jogo traz um modo de qualidade, focado em uma maior resolução, e de performance para garantir a jogatina a 60 FPS. Ainda assim, houve momentos em que o desempenho sofria quedas.

A remasterização de Sonic Generations não traz mudanças muito perceptíveis, tendo vista que o jogo original já era bastante bonitoA remasterização de Sonic Generations não traz mudanças muito perceptíveis, tendo vista que o jogo original já era bastante bonitoFonte:  Divulgação/Sega 

O jogo base também passou por algumas mudanças. Além da localização em português do Brasil, que está bastante agradável, os jogadores podem descobrir pequenos Chaos espalhados pelas fases. Eles funcionam como coletáveis e oferecem uma nova camada de desafio ao jogo.

Além disso, o Sonic clássico também recebeu uma nova habilidade: o Drop Dash, que fez sua estreia em Sonic Mania. Infelizmente, a habilidade parece ter sido introduzida de qualquer jeito, pois ela não é muito responsiva e há algumas fases, como a batalha contra o Metal Sonic, em que o jogo simplesmente esquece que ela existe. É capaz que isso seja corrigido via atualização.

O meu maior problema com o Sonic clássico do Generations é a sua física truncada, que passa uma sensação de artificial e sem momentum. É um gameplay que não transmite uma satisfação a cada botão, como é o caso dos clássicos do Mega Drive ou do próprio Mania. O Spin Dash também causa estranhamento por ser muito mais intenso do que deveria, fazendo com que o jogador perca o controle muito facilmente.

Já que a Sega se deu ao trabalho de relançar o jogo e até mesmo introduzir uma mecânica nova, seria interessante se atualizassem a física também, mas não foi o caso.

Vale a pena?

Em essência, Sonic X Shadow Generations traz dois jogos em um. O conteúdo inédito, estrelando Shadow the Hedgehog, dá continuidade ao bom momento dos jogos modernos do ouriço e atende as expectativas com um gameplay divertido e diversificado. A curta duração pode decepcionar os fãs, no entanto.

Já o jogo base não é muito diferente da experiência original de 2011, que ainda hoje é um dos melhores títulos da franquia. Mas sejamos francos: o ouriço da Sega está em uma etapa diferente, em que a nostalgia enquanto método não se faz mais necessária. Os fãs querem vislumbrar o que vem pela frente, e foi por isso que Sonic Frontiers fez tanto sucesso.

Ainda assim, Sonic Generations se mostra como uma excelente porta de entrada para aqueles que ainda não estão familiarizados com a série. Considere a compra principalmente se você tiver se interessado pela campanha do Shadow, que é o que realmente chama a atenção neste relançamento.

Nota do Voxel: 80

Pontos positivos (prós):

  • Estágios divertidos e que recompensam jogadores habilidosos;
  • HUB central inspirado nas zonas abertas de Sonic Frontiers;
  • Efeitos visuais que saltam aos olhos;
  • Localização em português do Brasil.

Pontos negativos (contras):

  • Curta duração da campanha do Shadow;
  • Coletáveis podem ficar maçantes e irritantes;
  • Drop Dash não foi bem aplicado em Sonic Generations;
  • Alguns desafios do HUB de Shadow Generations são desajeitados e confusos.

A análise de Sonic X Shadow Generations foi realizada no PlayStation 5 com uma chave fornecida pela assessoria de imprensa da Sega. O jogo chega em 25 de outubro com versões para PC (Steam, Epic Games Store), PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series S, Xbox Series X e Nintendo Switch, localizado em português do Brasil.

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