The Legend of Zelda Echoes of Wisdom esbanja charme e criatividade - Review

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Imagem: Nintendo/Reprodução

Todo fã da franquia The Legend of Zelda já deve ter ficado curioso sobre a possibilidade de jogar uma aventura no controle da própria Princesa Zelda. Após tantos anos apenas a salvando ou recebendo alguma ajuda dela, a hora de ver a realeza de Hyrule em ação finalmente chegou com The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom.

É claro que grande dúvida é se o game realmente vale a pena, se o gameplay é divertido e se isso poderia ser uma indicação de mais novidades da série no futuro. A gente te responde tudo isso na nossa análise a seguir!

Princesa Zelda no comando

Como acontece na maioria dos jogos da franquia, The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom possui uma trama muito simples, apenas com uma troca dos papeis entre os protagonistas. Basicamente, em uma jornada para salvar a Princesa, Link é engolido por uma fenda misteriosa que tem aparecido por Hyrule há muitos anos.

Após conseguir escapar desse perigo, Zelda percebe que terá que salvar Link e o reino dessas fendas por conta própria. Ela só não está sozinha porque encontra Tri, uma pequena criatura cujos poderes podem replicar objetos e seres vivos, além de fechar as tais fendas misteriosas.

Zelda finalmente recebeu sua primeira aventura como protagonista!Zelda finalmente recebeu sua primeira aventura como protagonista!Fonte:  Nintendo/Reprodução 

A partir desse momento, podemos replicar diversos itens e inimigos que encontramos pelo caminho, o que nos ajuda a enfrentar dungeons, entrar em combate, resolver puzzles e ajudar a população local em várias missões secundárias. Em vez de parecer um mero spin-off, o jogo realmente tem a essência perfeita de um jogo principal da franquia Zelda, só que em menor escala, assim como os antigos games portáteis que a série recebia antes da Nintendo lançar seu console híbrido.

Isso faz todo sentido, já que seus desenvolvedores aproveitaram o molde e estilo artístico perfeito do remake de Link’s Awakening para criar Echoes of Wisdom. Ainda assim, o gameplay me surpreendeu bastante, já que eu cheguei a ficar em dúvida se ele seria simples demais ou até mesmo muito restritivo e repetitivo. Na prática, o jogo entrega uma combinação deliciosa de elementos tradicionais de títulos mais antigos da franquia com a liberdade e criatividade com a qual nos acostumamos em Breath of The Wild e Tears of the Kingdom.

Digo isso porque a maneira que você se movimenta pelo mundo, que luta contra inimigos e que resolve os puzzles fica totalmente ao seu critério. Há pouquíssimas situações em que há apenas uma maneira de lidar com os problemas apresentados pelo jogo, então cada experiência se torna única. Eu acho, inclusive, que essa é uma excelente janela para o futuro da franquia, já que a gente realmente ficou se perguntando como seriam os próximos jogos da série após uma abertura tão grande por parte dos dois títulos lançados no Switch.

Ter um nível tão parecido, mas ainda tão diferente, de criatividade nas mãos do jogador em um game de menor escala de The Legend of Zelda me faz ficar mais ansiosa pelo o que veremos no sucessor do Switch. Isso abre muitas possibilidades e mostra que a Nintendo está disposta a oferecer aventuras diferenciadas em vez de só ficar na mesma fórmula que se mostrou bem sucedida nos últimos anos. Fora isso, eu preciso dizer que foi muito divertido voltar um pouco para o esquema antigo de dungeons e puzzles, algo que senti bastante falta nos últimos jogos principais.

Nem tudo são flores Deku

Apesar de ter tantos elogios reservados para The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom, não dá para negar que o game também tem alguns probleminhas. Felizmente, não é nada tão sério ou que estrague a nossa primeira aventura com a Princesa de Hyrule.

A situação mais agravante é a performance do jogo, que no modo portátil apresenta muita instabilidade e quedas de frames quando você simplesmente está andando pelo cenário. Eu não sei exatamente o que causa isso, mas é algo similar aos problemas que vimos no remake de Link’s Awakening há alguns anos.

Eu joguei a maior parte do game no dock, então isso deixou de ser um problema para mim bem cedo. É claro que se você quiser jogar Echoes of Wisdom com o Switch em mãos, vai ter que lidar com essa performance sofrível até a Nintendo lançar um patch que resolva a situação.

Considerando que o game é perfeito para jogar de forma portátil, esse é um grande ponto negativo que não dá para ignorar. Ainda mais porque o jogo custa R$ 299,99 e, por se tratar de um título de uma franquia tão importante da Nintendo.

Fora isso, eu diria que os dois únicos pontos negativos que me chamaram a atenção são o inventário e a maneira que jogo lida com o combate. O inventário é apenas algo chatinho de lidar depois que você coleta dezenas de itens para replicar, mas não é algo realmente irritante.

Já no aspecto do combate, dá para dizer que encontros com inimigos são tão frequentes como outros títulos da série, mas Zelda tem algumas limitações em como lida com eles. Ela pode usar armas de forma momentânea, mas isso custa energia e é algo que você guarda mais para momentos importantes ou monstros mais fortes. No resto do tempo, você precisa utilizar outras técnicas para lidar com esses combates.

A parte negativa disso é que nas primeiras horas, você ainda não tem tantas opções ou até ideias de como lidar com os monstros, então a estratégia é quase sempre mandar um de seus próprios monstrinhos para o combate. Infelizmente, isso significa que você meio que fica parado no canto olhando duas criaturas lutando entre si, quase como uma batalha Pokémon menos interessante.

Eventualmente isso muda, afinal, você ganha mais energia para usar a espada de forma mais despreocupada e também pode replicar objetos e táticas bem mais eficientes e brutais, como agarrar inimigos e afogá-los em rios ou nos seus próprios blocos de água, por exemplo.

Vale a pena?

De forma quase surpreendente para mim, Echoes of Wisdom tem conteúdo de sobra e é muito fácil de se perder dos objetivos principais com tantas coisinhas para fazer e locais para explorar. Isso me lembrou bastante de jogar A Link to the Past pela primeira vez, quando tudo era novidade e parecia que havia cavernas com tesouros e segredos em todo canto. O melhor é que explorar é muito recompensador nesse jogo, já que você sempre pode encontrar algo novo para colocar em seu inventário de réplicas ou algum item que possa trazer benefícios para Zelda em sua jornada.

É possível replicar praticamente qualquer objeto e inimigos que encontrar pela frenteÉ possível replicar praticamente qualquer objeto e inimigos que encontrar pela frenteFonte:  Nintendo/Reprodução 

A duração do game em si pode variar bastante dependendo do que você quer fazer e do seu estilo de jogo. Se quiser explorar todos os cantos de Hyrule, resolver todos os pequenos puzzles que encontrar, conseguir todos os ecos, todos os acessórios da Zelda e fazer todas as missões secundárias, dá facilmente para passar das 40 horas. Se você focar apenas na trama principal e fazer uma exploração de leve, é possível ficar na faixa das 20 horas de jogo. Para mim, essa duração é perfeita para um título como esse e ainda te dá a possibilidade de aumentar ou diminuir sua jornada como preferir.

Outro ponto que não posso deixar de fora é a sua apresentação no geral. O visual, as músicas, as animações, os detalhes na decoração dos cenários e a localização perfeita em nosso idioma são elementos que deixam o jogo ainda mais agradável e carismático. Embora não seja perfeito e tenha os problemas de performance que precisam ser resolvidos o quanto antes, The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom mostra que a Nintendo está disposta a testar novas ideias em suas franquias clássicas e que ainda tem muita criatividade e charme para esbanjar nas próximas aventuras de Link e Zelda.

Nota do Voxel: 90

Pontos positivos:

  • Visual e música perfeitos para um jogo de menor escala da franquia
  • Localização perfeita para o nosso idioma
  • Gameplay focado na criatividade e liberdade do jogador
  • Duração do jogo é flexível para diferentes tipos de jogadores
  • A exploração é extremamente recompensadora
  • Ótima união de elementos tradicionais e novos da franquias

Pontos negativos:

  • Problemas sérios de performance
  • Gerenciamento de inventário do meio para o fim do jogo
  • Combate desajeitado no início do game

Uma cópia de The Legend of Zelda Echoes of Wisdom foi cedida pela Nintendo para análise no Switch.

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