Marvel Vs. Capcom ganha sobrevida em coleção mais que necessária - Review

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Imagem: Divulgação/Capcom

Os jogos de Marvel Vs. Capcom são, possivelmente, um dos crossovers mais marcantes de toda a indústria de games. A colaboração inusitada com a gigante dos quadrinhos rendeu vários dos jogos de luta mais incríveis da Era de Ouro dos jogos de luta, marcada pelos esforços contínuos das desenvolvedoras em lançar novos títulos para fliperamas nos anos 90.

Com o tempo, muitos desses lançamentos ficaram perdidos em plataformas antigas, inviabilizando o acesso através de meios oficiais. Isso inclui Marvel Vs. Capcom 2: New Age of Heroes, que é cultuado como um dos melhores jogos de luta de todos os tempos e que ficou acessível pela última vez nos serviços online do PS3 e Xbox 360, ainda em 2009.

Visando a preservação histórica desses jogos, Marvel Vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics traz todos os títulos resultantes da colaboração entre a editora de quadrinhos e a criadora de Street Fighter em uma coletânea que segue o padrão de qualidade da Capcom Fighting Collection, de 2022.

Nesse sentido, a coleção é bastante competente e entrega a melhor forma de experienciar esses clássicos nas plataformas atuais, com várias conveniências como um modo de treinamento, botão para especiais e netcode de rollback para partidas online mais confiáveis. Nas linhas a seguir, o Voxel traz os detalhes no review de Marvel Vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics. Confira:

Compilação de respeito

Os jogos da série Versus, como é popularmente conhecida, foram os responsáveis por me aproximar de dois espectros: os jogos de luta e os quadrinhos. E assim como aconteceu comigo, é capaz que jogos como X-Men: Children of the Atom, X-Men Vs. Street Fighter e muitos outros dessa época também serviram de porta de entrada para toda uma geração de entusiastas.

Esses são alguns dos nomes que pavimentaram o caminho até a consolidação de Marvel Vs. Capcom, que se trata do platô mais elevado dessa colaboração entre as marcas. Todos esses títulos marcam presença na nova coleção, que chega em 11 de setembro para PC, PlayStation, Nintendo Switch e também consoles Xbox, após uma reconsideração da publicadora.

Os jogadores podem esperar os seguintes jogos para curtir: X-Men: Children of the Atom, Marvel Super Heroes, X-Men Vs. Street Fighter, Marvel Super Heroes Vs. Street Fighter, Marvel Vs. Capcom: Clash of Super Heroes, Marvel Vs. Capcom 2: New Age of Heroes e The Punisher, que traz uma experiência clássica de beat’em up e foi o pontapé inicial da parceria.

Marvel Vs. Capcom Fighting Collection traz desde os jogos que consolidaram a parceria entre as marcas até o aclamado Marvel Vs. Capcom 2Marvel Vs. Capcom Fighting Collection traz desde os jogos que consolidaram a parceria entre as marcas até o aclamado Marvel Vs. Capcom 2Fonte:  Divulgação/Capcom 

Todos os jogos foram portados com excelência, oferecendo múltiplos filtros de imagem, modificadores de acessibilidade, como por exemplo o nível de dificuldade, e um modo de treino com opções que vão além das que costumamos ver em jogos atuais — como por exemplo a exibição de caixas de colisão em tempo real.

Por isso, Marvel Vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics permite uma profundidade de imersão e aprendizado que antes não era possível nas versões originais desses jogos, tendo em vista que eram pensados para a cultura de fliperamas. Foi bastante divertido redescobrir macetes e mecânicas, mas agora com a bagagem que eu tenho em quase três décadas de jogos de luta, um dos meus gêneros prediletos.

Interface truncada, mas que cumpre papel

Algo que chamou a atenção durante os testes foi a interface de usuário truncada, que pode causar muita confusão ao navegar pela coleção. É comum se sentir perdido para encontrar as opções desejadas, e muitas vezes as legendas com os comandos demoram para aparecer porque são exibidas em forma de carrossel.

Isso é ainda mais perceptível nos menus do modo online: é comum se enrolar com os botões de função porque falta clareza. Também incomoda bastante o fato de que não é possível trocar o jogo de um lobby sem precisar recriar a sala. Isso torna a jogatina desnecessariamente burocrática, em especial caso os jogadores desejem uma sessão mais eclética e descompromissada.

A coleção permite revisitar os clássicos de forma fácil, além de apresentar documentos de design e mais para preservação históricaA coleção permite revisitar os clássicos de forma fácil, além de apresentar documentos de design e mais para preservação históricaFonte:  Divulgação/Capcom 

Em compensação, todo o resto funcionou muito bem: o online, que utiliza a tecnologia de rollback, garante uma estabilidade digna dos jogos atuais e é sem dúvidas a melhor forma oficial de curtir esses clássicos com amigos. Os jogadores mais competitivos também podem entrar nas filas de matchmaking, mas não foi possível testar esse elemento no período de pré-lançamento.

Só é lamentável que a coleção não tenha suporte a cross-play. Tendo em vista que os jogos de luta, historicamente, sofrem com a divisão de comunidade entre plataformas, seria muito interessante se Marvel Vs. Capcom Fighting Collection não trouxesse essa barreira para garantir o maior leque de jogadores possível.

Vale a pena?

Marvel Vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics promete uma experiência satisfatória para principiantes e veteranos. Os jogos de luta dessa época são conhecidos por serem desafiadores, mas aqui há várias conveniências que permitem que todos os perfis de jogadores consigam se divertir sem dores de cabeça.

A coleção também cumpre com excelência seu papel de preservação histórica, com centenas de artes conceituais, documentos de design, músicas e até mesmo encartes com instruções, que serviam para ilustrar as máquinas. É uma viagem nostálgica e que dá um gostinho dessa época mesmo para aqueles que nunca puderam vivenciá-la.

A ausência de multiplayer cross-play pode pesar na decisão de compra, tendo em vista o preço de lançamento, mas a experiência online foi bastante satisfatória nesse período de testes. A aquisição, no entanto, é mais orientada àquelas pessoas que querem revisitar esses clássicos em um ambiente mais controlado, sem a pressão que era imposta pelo ecossistema de fliperamas.

Além disso, a existência dessa coleção pode ser um passo importante para um potencial ressurgimento da franquia, que parecia bastante improvável com o fracasso de Marvel Vs. Capcom Infinite em 2017. Este é, sem dúvidas, um momento muito prolífico para o mundo dos joguinhos de luta e os próximos capítulos instigam a curiosidade

Nota do Voxel: 90

Pontos positivos (Prós):

  • Coleção completa e que abarca o legado da série Versus, da Capcom;
  • Vários modificadores para principiantes;
  • Museu com vários documentos de design e curiosidades;
  • Modo online com netcode de rollback.

Pontos negativos (Contras)

  • Ausência de crossplay;
  • Interface de usuário truncada e confusa.
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