Xbox se prepara para nova onda de cortes e demissões, mesmo após fechamento de estúdios

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Mesmo após uma amarga terça-feira (7) para toda a comunidade e indústria dos jogos, com o fechamento de três estúdios parceiros da Xbox, a Microsoft ainda não parece estar satisfeita. A empresa, que acumulou US$ 21,9 bilhões em lucro apenas durante o terceiro trimestre comercial de 2024, parece estar se preparando para uma nova onda de cortes e demissões.

A informação foi compartilhada pelo repórter veterano Jason Schreier, no site Bloomberg, sugerindo que a Microsoft busca enxugar sua operação no ramo de jogos. Segundo ele, a empresa ofereceu inúmeros acordos de demissão voluntária a produtores e técnicos da ZeniMax, comprada ainda em 2020 por US$ 7,5 bilhões. Justamente, a empresa é dona dos estúdios recentemente fechados, além da Bethesda e id Software.

Enquanto os representantes da Xbox negaram comentários à fonte, inúmeros colaboradores da empresa afirmaram que há mais cortes planejados. Nesse contexto, a notícia decepciona ainda mais os fãs da marca, que lamentaram veementemente o fechamento dos estúdios — com destaque a Tango Gameworks, produtora do aclamado Hi-Fi Rush e The Evil Within.

Indicações e prêmios parecem ser irrelevantes

Embora tenha elogiado Hi-Fi Rush — um dos jogos mais premiados do Xbox em anos —, o presidente da marca, Matt Booty, não detalhou o fechamento de seu estúdio. Falando de um contexto geral, ele apenas mencionou que a decisão buscou "aliviar recursos para outros projetos".

No contexto, Booty acrescentou que o fechamento da Arkane Austin, estúdio responsável pelo renomado Prey, não teve relação com o recente fracasso de Redfall. Recapitulando, o jogo recebeu inúmeras críticas a sua jogabilidade e gráficos, denunciando a natureza apressada e pouco planejada de seu desenvolvimento.

Vale lembrar que, até a compra pela Microsoft, a Arkane Austin tornou-se renomada pelo seu excelente trabalho em jogos single-player, como a série Dishonored e Deathloop. O estúdio, inclusive, planejava voltar às suas origens com um novo jogo nesse viés, mas finalizou seu legado com o lamentável Redfall.

Ninja Theory, de Hellblade 2, é o próximo estúdio a ser fechado?

Com lançamento previsto para este mês de maio, Senua's Saga: Hellblade II passou por um longo período de desenvolvimento. O título, que promete ser uma intensa experiência artística com toques de horror, não possui o mesmo apelo comercial de God of Warembora seja o equivalente exclusivo nórdico da Xbox.

Essas características, junto da baixíssima presença de publicidade mesmo às vésperas de seu lançamento, fizeram inúmeros usuários a comentarem sobre o possível fechamento da Ninja Theory, sua produtora. Naturalmente, as notícias recentes não são muito tranquilizadoras.

Entretanto, apesar de supostas evidências e do temor, não há nada oficial sugerindo o fechamento da Ninja Theory. Assim como Alan Wake 2, que apesar do sucesso ainda não gerou lucros a Remedy, é possível que Senua's Saga: Hellblade II seja um lançamento artístico, voltado para as premiações e para a crítica.

Os jogadores não estão comprando os jogos?

Em meio a tantos cortes para economizar, alguns usuários sugeriram que a solução para remediar a indústria seria, obviamente, comprar os jogos da Xbox — mas pode não ser bem assim. Como mencionado anteriormente, a Microsoft está gerando um lucro considerável e parece longe de uma crise. Mas por se tratar de uma empresa de capital aberto, ela deve responder aos seus investidores e, consequentemente, suas sugestões.

Nesse sentido, os jogos como serviço parecem ser a nova moda controversa e lucrativa na indústria de jogos, funcionando como uma grande aposta para os estúdios que aceitarem o desafio. Caso deem certo, os títulos tornam-se plataformas para seu próprio sucesso e geram lucros duradouros com baixo investimento de manutenção. Os custos disso, entretanto, vêm em duas partes: a diminuição da liberdade dos estúdios e o comprometimento dos jogadores.

codCall of Duty Modern Warfare 3, de 2023, se distancia cada vez mais do restante da franquia.

Na prática, os estúdios tornam-se reféns da produção de conteúdo para novas temporadas, enquanto os jogadores praticamente participam como sócios nos passes de batalha e afins. Se qualquer uma das duas partes falharem, os jogos não produzem o lucro esperado e são cancelados.

Junto disso, os jogos super-premium (AAA) possuem orçamentos multimilionários, e muitas vezes superam o valor de produção de filmes de Hollywood. Atualmente, oferecer um modo história com 20 horas de conteúdo e baixa rejogabilidade já não é interessante para as empresas e estúdios — embora faça falta para muitos jogadores.

E o Game Pass?

A alternativa óbvia para agradar os dois lados, público e empresas, parece ser o Game Pass... certo? Aparentemente, não. Conforme explica o próprio Schreier, o serviço cresceu explosivamente entre 2019 e 2021, mas estagnou, desde então. Apesar do crescimento trimestral de 62%, muito influenciado pela compra da Activision, a assinatura poderia ter registrado uma queda anual de 5% sem as promoções desse período.

Com problemas em seus estúdios, nas vendas de consoles e em seus serviços de assinatura, a Microsoft parece encarar um difícil período com a marca Xbox. Por outro lado, de maneira ácida, os usuários relembram o período em que a Nintendo se recuperou após o fracasso do WiiU, quando o ex-diretor Satoru Iwata cortou 50% de seu salário para manter o emprego de seus desenvolvedores.

Os internautas ainda ironizam: o pagamento de US$ 375 milhões para a demissão do ex-CEO da Activision, Bobby Kotick, poderia pagar o salário de todos os funcionários dos três estúdios fechados — por 17 anos.

Resta esperar os próximos passos do Time Verde!

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