Sony ou Microsoft, tanto faz: empresas gigantes não apoiam a preservação de jogos

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Manter o legado dos videogames vivo é um dever que muitas empresas, assim como seus fãs, devem honrar. Aparentemente, as grandes publishers do mercado ainda não estão prontas para essa conversa, já que a Electronic Software Association (ESA) rejeitou a ideia de apoiar bibliotecas de preservação de jogos online extintos.

Para quem não conhece, a ESA é composta por grandes editoras do mercado, como Sony, Nintendo e Microsoft. Steve Englund, advogado da associação, foi questionado em uma audiência na semana passada sobre um cenário teórico em que bibliotecas públicas fossem autorizadas a preservar jogos online após a conclusão do suporte oficial.

Englund sugeriu que fosse criado uma base de pesquisa e preservação de jogos online "com poucas restrições" em uma das oito universidades da Ivy League — uma conferência desportiva da NCAA, baseada em instituições privadas no nordeste dos Estados Unidos.

A intenção, aparentemente, era elaborar algum tipo de acesso remoto ou aplicativo acadêmico como alternativa. No entanto, a ideia foi descartada.

Criar uma biblioteca física para preservar jogos online extintos não parece uma boa ideia

Esse tipo de acesso remoto seria "progresso insuficiente" no que diz respeito à preservação, segundo o próprio Englund. Mike Ayes, advogado do Sistema de Conteúdo de Acesso Avançado (AACS), concordou com colega da ESA, afirmando que deveria haver "mais alternativas" de preservação.

"Qualquer um pode ter um endereço postal", disse Ayers na conferência (via Game Developer). "Quando se trata de apenas marcar caixas em vez de verificar qualquer coisa, eu ficaria preocupado [...] Não está claro se [as instalações físicas] seriam realmente eficazes".

Segundo a Video Game History Foundation, 87% dos jogos online lançados antes de 2010 não foram preservados.Segundo a Video Game History Foundation, 87% dos jogos online lançados antes de 2010 não foram preservados.Fonte:  Activision 

Já o diretor da Video Game History Foundation, Phil Salvador, argumentou que as bibliotecas públicas não têm mão de obra, experiência ou interesse suficiente para criar uma coleção de jogos significativa — seja ela física ou digital.

Cerca de 87% dos jogos online lançados antes de 2010 não foram preservados

Em 2023, a Video Game History Foundation revelou que 87% dos jogos lançados antes de 2010 não foram preservados em nenhuma capacidade. As tentativas feitas anteriormente pela Biblioteca do Congresso foram interrompidas pela ESA, com a justificativa de que as próprias publishers da associação cuidariam dessa empreitada.

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Kendra Albert, advogada de tecnologia, condenou a atitude da ESA, especialmente no que diz respeito às preocupações de que os jogos pudessem ser cedidos para fins não acadêmicos, contra a vontade dos detentores de direitos.

"Prejudicar os estudos e o ensino porque pode haver interesse em brincadeiras recreativas... não parece justo com eles, que se esforçam muito para disponibilizar esses trabalhos", argumentou Albert.

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