Com tantos personagens do universo Mario recebendo seus spin-offs, faz sentido que a Princesa Peach também tenha seu tempo no holofote. Nós já a tínhamos visto se destacando em Super Princess Peach, mas isso foi há quase 20 anos.
Ou seja, já estava na hora de vermos a eterna amiga do Mario entrando em ação como protagonista novamente. Princess Peach: Showtime! faz exatamente isso e aposta na diversidade de papéis que a princesa pode interpretar.
O game chegou ao Nintendo Switch durante o mês de março e nós te contamos nossas impressões sobre ele no review a seguir!
Um show cheio de fantasia
O primeiro ponto que se nota em Princess Peach: Showtime! é o quanto ele é diferente de outros jogos da franquia Mario, o que faz muito sentido se considerarmos o padrão dos outros spin-offs da série. Se o Luigi caça fantasmas, Wario tem seus minigames malucos e Toad resolve puzzles, faz sentido que a Princesa Peach tenha seu próprio nicho em vez de só andar por fases tradicionais de plataforma.
É bem divertido ver a Peach com tantas habilidades diferentesFonte: Nintendo/Reprodução
A trama se inicia quando a princesa vai ao teatro assistir um novo espetáculo e é surpreendida quando uma vilã sequestra alguns dos atores e coloca seus pequenos aliados para tocar o terror em cada peça. É claro que o dever de restaurar a paz fica a cargo de Peach, que pode explorar cada um dos cenários das peças, colocar uma fantasia condizente e ganhar habilidades que tenham a ver com cada tema.
Nada muito complexo, mas que cumpre bem a função de nos dar um pano de fundo para uma aventura bem divertida com a soberana do Reino do Cogumelo. Essa mecânica de fantasias, habilidades e cenários tão variados um do outro é o que faz o jogo brilhar na minha opinião, já que o gameplay muda totalmente de uma fase para outra.
Sem revelar muito para não estragar as surpresas do jogo para ninguém, posso comentar que há cenários em que você precisa lutar contra inimigos usando uma espada, em que você deve decorar bolos ou que deve resolver mistérios como uma detetive. Os controles e objetivos de cada transformação da Peach são bem fáceis de entender e fluem muito bem com os cenários.
Um dia de princesa
No total, são 10 fantasias, cada uma contando com 3 fases dedicadas ao longo do jogo. Mesmo que nem todas as fases tenham inimigos que realmente precisam ser enfrentados de forma mais direta, ainda há lutas com chefes em momentos importantes, seguindo naquela fórmula mais parecida com Mario.
Ao longo das fases, você poderá coletar esplentoritas, que são cristais equivalentes às estrelas em jogos do Mario, por exemplo. Há muitas em todas as fases, sendo que várias estão escondidas pelo cenário ou só podem ser coletadas ao realizar ações não tão óbvias assim. Eu achei que a mistura de gameplay e busca pelas esplentoritas tornou a exploração das fases mais divertidas, até porque algumas são curtas demais na minha opinião.
Se pegar todos os cristais de uma fase, você ganha até uma foto especial para guardar no álbum do game. Também é possível adquirir moedas, que podem ser usadas para destravar visuais novos para o vestido tradicional da princesa.
A Peach ninja foi uma das minhas transformações favoritasFonte: Nintendo/Reprodução
Já que estamos falando das fases, acho que vale dizer que não achei a qualidade delas tão uniforme. Isso pode ser uma questão de gosto, mas achei alguns dos cenários bem mais interessantes e criativos que outros, mesmo quando se tratava de fases que usavam o mesmo tipo de fantasia. Também acredito que poderíamos ter mais fases no geral na campanha principal, já que fiquei com vontade de continuar jogando algo inédito após o final.
O visual do game é tão bonito quanto esperaríamos de um first party da Nintendo, mas ele não foge tanto do estilo que já conhecemos da franquia Mario, o que não acho nem positivo ou negativo. A música que ouvimos ao longo do game é muito charmosa e definitivamente passa a sensação teatral que o Princess Peach: Showtime! quer trazer aos jogadores.
O maior problema que notei foi que a performance do jogo é bem irregular. Tanto na versão portátil como no dock, o jogo apresentou algumas travadas e quedas de frames nos momentos que eu menos esperava: em telas de carregamento e em cutscenes nas quais a Peach estava fazendo sua transformação com as fantasias. É possível que isso seja corrigido com atualizações futuras, mas essa foi a performance que encontrei durante o período antecipado para fazer o review.
Jogos deveriam ter um modo difícil?
Acho que todo mundo já ouviu o repetitivo debate sobre jogos como Dark Souls não oferecerem um modo fácil para jogadores que gostariam de ter essa opção. Nós não estamos aqui para reviver esse assunto, mas quando encontro um jogo como Princess Peach: Showtime!, também acabo me perguntando se títulos assim não se beneficiaram de um modo mais difícil.
Eu digo isso porque realmente não há qualquer desafio nesse jogo, o que não o torna ruim, mas que eu considero como um ponto levemente negativo. Afinal, você pode conseguir todos os cristais de cada fase em uma ou duas tentativas, te deixando com poucos incentivos para voltar ao game. Isso é uma pena porque volto a afirmar que a ideia do jogo é muito boa e usar as diferentes habilidades das fantasias é muito mais divertido do que eu tinha imaginado ao ver os trailers.
Se quiser, você pode transformar a Peach em uma patinadora do geloFonte: Nintendo/Reprodução
O ponto positivo de sua simplicidade e facilidade é que essa pode ser uma excelente pedida para quem curte jogos mais casuais, para quem joga para relaxar ou até mesmo para quem procura um game para jogar com os filhos mais novos. Possivelmente, esse é um dos grandes focos da Nintendo com o título, mas para esse review, estou levando em conta que eu e muitos outros fãs adultos gostariam de um desafio maior.
Outro ponto importante é que o game não é muito longo, sendo possível terminar sua trama principal em menos de 8 horas. Há um conteúdo extra que você pode experimentar depois disso e também há a possibilidade de fazer e pegar tudo o que o game tem a oferecer, o que já aumenta um pouco o tempo total com o game. É claro que isso vai depender totalmente do que você gosta de fazer e se é o tipo de pessoa que continua jogando depois de zerar ou se volta para as mesmas fases para pegar algo que deixou para trás anteriormente.
Um adendo positivo é que o jogo está com seu texto traduzido em português brasileiro, algo cada vez mais comum em jogos da Nintendo. Considerando que o jogo custa R$ 300 na versão digital, esses são alguns dos fatores que você pode levar em conta na hora da compra.
Vale a pena?
Com tudo isso em mente, eu realmente acho que Princess Peach: Showtime! é um jogo muito interessante, divertido e criativo. Conforme falei antes, é ótimo que a Nintendo tenha feito algo original para a princesa, que era uma das únicas personagens principais da franquia que ainda não tinha seu próprio nicho.
Dito isso, acredito que o jogo tem diversos pontos que podem ser melhorados, o que espero que aconteça em uma sequência que adoraria ver no futuro. Até lá, é um título que eu recomendo para quem gostou do seu conceito e não se importa com os pontos negativos que eu citei. No geral, Princess Peach: Showtime! é um daqueles jogos que vai ser divertido para a maioria das pessoas, especialmente para quem sempre sonhou em ter um verdadeiro dia de princesa.
Nota do Voxel: 80
Pontos positivos (prós):
- É ótimo ver a Princesa Peach protagonizando um jogo de estilo único;
- A mecânica de fantasias e habilidades diferentes de cada fase é muito divertida;
- O visual de cada cenário é muito criativo e bonito, se encaixando bem no estilo do jogo;
- Os controles são fáceis de entender e muito intuitivos em cada fase.
Pontos negativos (contras):
- O gameplay é muito fácil no geral;
- Há problemas de performance em certos momentos;
- A curta duração e preço alto podem afastar muitos jogadores.
Princess Peach: Showtime foi cedido pela Nintendo para a realização do review no Nintendo Switch.