Começar sua aventura em A Ascensão do Ronin sem estar ciente de qual a proposta do game pode ser uma experiência um pouco confusa. Acostumado com os jogos recentes do Team Ninja, eu pensei encontrar inicialmente no jogo uma versão um pouco diferente de Nioh, na qual questões como posturas e golpes especiais são destravados em ritmo mais lento.
Muito disso acontece porque o novo jogo do estúdio, publicado em parceria com a PlayStation, mantém os elementos “soulsklike” que ele também explorou em trabalhos como Wo Long: Fallen Dynasty. No entanto, basta passar das missões iniciais e entrar no mundo aberto para perceber que o novo trabalho é definitivamente familiar, mas ao mesmo tempo muito diferente.
A Ascensão do Ronin tem como cenário o ano de 1863, época em que o Japão começou a se abrir novamente para o exterior após 300 anos de domínio dos Tokugawa. Em meio à incerteza política e o caos social que isso provoca, assumimos o papel de um guerreiro do grupo Espada Secreta, que vê essa como a ocasião ideal para derrotar o shogunato e ter sua liberdade.
O criador de personagens
Após uma cena de corte que mostra a história do grupo secreto e como o protagonista (ou a protagonista) foi salvo junto com seu irmão (ou irmã) de um dos assassinos do Shogun, nossa primeira parada no game é em seu criador de personagens. E você pode acabar passando algumas boas horas nele, dada a grande quantidade de opções disponíveis.
Enquanto A Ascensão do Ronin sugere uma série de combinações pré-montadas, você pode trabalhar livremente em cima delas para deixar o jogo com seu toque pessoal. Olhos, cabelos, narizes, marcas corporais, tatuagens, pelos faciais e até mesmo o porte de seu personagem quando a espada está na bainha podem ser ajustados.
A Ascensão do Ronin tem um criador de personagens repleto de opçõesFonte: Divulgação/PlayStation
O processo se torna ainda mais complexo quando descobrimos que precisamos ajustar não somente um, mas dois protagonistas. Isso é explicado pela história da ordem que os adotou, que sempre trabalha com duplas treinadas para trabalhar como se fossem um só espírito.
Enquanto o visual de seu personagem não muda suas características físicas ou de gameplay, isso é algo que você também vai definir no momento inicial do game. Há diversos tipos de equipamentos disponíveis logo de cara, cada um com forças e fraquezas bastante específicas.
Não se preocupe em fazer uma “escolha errada”, já que não demora muito para que o Team Ninja deixe claro que isso não existe. Em locais estratégicos abertos logo nas áreas inicias, você terá meios de rever suas opções e mudar bastante a maneira como joga.
A Ascensão do Ronin é um soulslike light
O que provocou a confusão entre o novo game da Team Ninja com Nioh é a semelhança de estrutura que ambos adotam em seus primeiros momentos. Após um treinamento rápido no qual aprendemos os controles básicos, somos enviados a uma missão em um navio que traz uma importante figura estrangeira ao Japão.
Nossa missão é roubar planos importantes que ela carrega e matá-la, provocando assim um duro golpe no já frágil governo Tokugawa. Nesse trecho, navegamos por cenários bastante fechados e descobrimos que, se A Ascensão do Ronin não é tão difícil quanto seus antecessores, ele ainda pode ser brutal.
A Team Ninja traz uma versão simplificada do sistema que usou em seus soulslikes, criando um combate cadenciado no qual temos que ficar cientes a barras de postura e de vida — tanto do protagonista quanto dos inimigos. Quando a primeira é quebrada, ela abre a possibilidade de fazer um golpe brutal, que pode inclusive iniciar uma animação de execução.
A melhor maneira de tornar seus inimigos vulneráveis é dominar o sistema de aparar golpes, que pode ser ativado com o botão triângulo do Dual Sense. Enquanto isso exige um pouco de prática, o jogo perdoa muitos de seus erros, especialmente quando você luta com inimigos de nível igual ou menor que o seu.
O perigo reside mesmo nos momentos em que você está cercado ou quando enfrenta um chefe, que costumam ter ataques mais fortes e demorar mais tempo para ter suas guardas quebradas. Se as coisas estiveram muito difíceis, sempre é possível abaixar o nível de dificuldade (algo que um soulslike tradicionais jamais permitiria) ou tentar brincar com diferentes armas e táticas.
Jogue sozinho ou em equipe
Para facilitar um pouco as coisas, o game deixa você alternar entre o controle de diferentes personagens durante a batalha. Embora na maior parte do tempo o jogador vá estar sozinho, em missões mais importantes sempre haverá pelo menos um aliado disponível para lutar a seu lado — que poderá inclusive ser um jogador real.
A Ascensão do Ronin tem nos chefes seu maior desafioFonte: Divulgação/PlayStation
Essa troca serve tanto como uma “segunda chance” em algumas batalhas quanto como um elemento estratégico. Ao mudar de personagem, você pode puxar a atenção dos inimigos para outros pontos, encontrando o respiro que precisa para curar o protagonista, se acalmar e voltar à batalha com novo ímpeto.
Um mundo aberto promissor
O fim trágico da missão inicial deu o tom da tarefa central de A Ascensão do Ronin, que envolve tentar resgatar um companheiro perdido. No meio do caminho, encontramos muitos possíveis aliados e um sistema de relacionamentos que dá uma cara diferente ao jogo, do qual só pudemos ver um relance em nossa prévia.
A exploração em mundo aberto é um dos destaques do gameFonte: Divulgação/PlayStation
Os trechos finais ao qual tivemos acesso mostram que o título vai misturar elementos tradicionais de um mundo aberto com um sistema de missões não linear. Isso vai permitir conhecer muitos personagens interessantes e várias possibilidades de exploração — quando o trecho inicial estava chegando ao fim, destravamos um planador que abriu muitas possibilidades novas.
Ainda é cedo para dar um veredito do jogo, mas o que vimos até agora plantou uma semente para querermos saber mais. Fique ligado no Voxel para conferir em breve nosso review completo de A Ascensão do Ronin.
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Jogo A Ascensão do Ronin
Jogo A Ascensão do Ronin, PlayStation 5
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