Poucos dias após a Nintendo iniciar um processo contra a Tropic Haze, desenvolvedora do popular emulador Yuzu, as duas empresas entraram em um acordo. A resolução prevê o pagamento de US$ 2,4 milhões (R$ 11,87 milhões) à desenvolvedora japonesa, além do fim da existência do software em qualquer uma de suas formas atuais.
A decisão divulgada nesta segunda-feira (4) também proíbe que os membros da Tropic Haze criem futuramente qualquer solução que quebre as proteções da Nintendo e de suas plataformas. Todos os códigos do programa, bem como informações sobre seu funcionamento e os domínios de seu site oficial devem ser cedidos à Nintendo.
Logo do YUZU, emulador que será encerrado após processo da Nintendo
Caso os desenvolvedores do Yuzu violem qualquer ordem da Corte Distrital de Rhode Island, nos Estados Unidos, eles podem sofrer novas punições legais e financeiras. Até o momento, não foram tornados públicos os detalhes sobre os termos com os quais os criadores do software tiveram que concordar.
Atualmente, o site oficial do Yuzu ainda está no ar. No entanto, já não é mais possível baixar o emulador no Github oficial do projeto
Comunicado oficial
Em uma publicação nas redes sociais, a equipe responsável pelo Yuzu confirmou o acordo com a Nintendo. Os desenvolvedores disseram que entendem o lado da empresa e apontam que o uso do software para pirataria, principalmente antes do lançamento de jogos, nunca foi o objetivo do time.
— yuzu (@yuzuemu) March 4, 2024
Segundo o comunicado, o suporte para o Yuzu foi descontinuado de maneira imediata. "O Yuzu e sua equipe sempre foram contra a pirataria. Iniciamos os projetos de boa fé, por paixão pela Nintendo e seus consoles e jogos, e não tínhamos a intenção de causar danos", diz a nota.
"Em particular, ficamos profundamente desapontados quando os usuários usaram nosso software para vazar conteúdo do jogo antes de seu lançamento e arruinar a experiência de compradores e fãs legítimos", explica a equipe. "Chegamos à decisão de que não podemos continuar a permitir que isso ocorra."
A equipe também ressalta que todo o repositório de código do Yuzu será retirado do ar, bem como Patreon e o Discord da equipe. "Esperamos que as nossas ações sejam um pequeno passo para acabar com a pirataria das obras de todos os criadores", concluem os responsáveis pelo emulador.
Yuzu popularizou a emulação do Nintendo Switch
Embora o emulador tenha sido lançado em janeiro de 2018 e se mostrado bastante popular desde sua estreia, a Nintendo considerou como a “gota d’água” de seu funcionamento a estreia de The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom. Segundo a empresa, o software colaborou para que o game fosse pirateado 1 milhão de vezes antes de seu lançamento oficial.
The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom foi pirateado 1 milhão de vezes antes de estrearFonte: Divulgação/Nintendo
Em seu processo, a companhia também afirmou que o vazamento do game veio acompanhado de um aumento de doações para os criadores do Yuzu. Com isso, seus criadores teriam lucrado diretamente com a distribuição ilegal do game. Além disso, a empresa afirma que tudo isso colaborou para o vazamento de spoilers que estragaram a experiência de muitos usuários.
No entanto, em ao menos um ponto a Nintendo se mostrou equivocada, ao afirmar que o site do software trazia links para chaves do Switch, o que não era verdade. Apesar disso, o caso apresentado pela empresa deve ter se mostrado forte o suficiente para que os criadores do programa sentissem que era melhor fazer um acordo do que arcar com multas maiores.