Quando foi lançado originalmente no Game Boy Advance em 2004, Mario Vs. Donkey era tido como um sucessor espiritual do Donkey Kong de Game Boy, que por sua vez era baseado no título de fliperama que traçou o caminho de sucesso da Nintendo no mundo dos games em 1981. Mesmo com toda essa história por trás, não dá para dizer que o remake de Mario vs. Donkey era o mais esperado para o Nintendo Switch, mas ainda assim foi uma grata surpresa.
Por cortesia da Nintendo, nós tivemos a chance de jogá-lo antes de seu lançamento e te contamos tudo o que achamos do remake nesse review!
De cara nova
O primeiro aspecto que fica bem claro conforme iniciamos nossa aventura em Mario vs. Donkey Kong é quão fiel ele é em relação ao original. A trama, o estilo visual, as fases, mecânicas, puzzles e a estrutura geral do jogo é praticamente idêntica ao que conhecemos da versão de GBA. Por isso, caso você tenha jogado o título anteriormente, já sabe o que esperar do gameplay em si.
Não é incrível que toda a trama do jogo aconteça porque Donkey Kong amou os Mini Marios?!Fonte: Nintendo/Reprodução
As grandes diferenças estão nas cenas animadas, nos gráficos modernos, na adição de mundos inéditos e em algumas opções extras de como se jogar. Antes de falar mais sobre essas adições, eu vou focar no escopo geral do jogo para aqueles que nunca experimentaram o título antes ou mesmo para aqueles que não o jogam há muitos anos.
Essencialmente, a nossa história começa quando Donkey Kong assiste um comercial de brinquedos do Mario e encanta por eles. Após notar que os bonequinhos se esgotaram, Kong decide entrar na fábrica de produção e rouba todos os Mini Marios que encontra pelo caminho. É claro que o encanador decide ir ao resgate dos brinquedos, mas precisa passar por diversos mundos diferentes e cheios de puzzles para recuperar cada um deles.
Cada mundo apresenta seis fases tradicionais, com diferentes etapas até chegar ao resgate dos Mini Marios. Geralmente, você precisa encontrar chaves nas etapas iniciais para destravar portas e chegar na parte onde os bonequinhos foram deixados por Donkey Kong. Além desse objetivo principal, você ainda tem a tarefa de coletar três presentes que podem estar em qualquer uma dessas seções de cada fase, algo que não é obrigatório mas que serve para adicionar um desafio extra.
Depois que completar as fases normais e resgatar cada Mini Mario de um mundo, há sempre duas fases extras: uma em que você comanda os bonecos para que eles peguem as letras da palavra “Toy” e entrem na caixa de brinquedos e outro em que você luta contra o Donkey Kong usando elementos vistos nos cenários daquele mundo em questão. Esse conceito se repete por todo o game até que você luta com seu rival em uma batalha mais séria, mas como Donkey Kong é teimoso, ele insiste em roubar mais bonecos e nos leva para os mundos extras.
Esses mundos são os mesmos que vimos ao longo do game anteriormente, mas as fases em si são bem diferentes e servem para oferecer um desafio maior para os jogadores que já dominaram os puzzles e as mecânicas apresentadas até então. Por se tratar de um título naturalmente mais curto, a decisão de ter essa parte bônus sempre ajudou a dar um fôlego extra ao game, o que felizmente se mantém no remake.
As novidades
Agora que já falamos sobre o jogo em si, é hora detalhar melhor o que se encontra de inédito nele. No game original, nós contávamos com seis mundos normais e as suas versões bônus com fases diferentes. No remake de Mario vs. Donkey, nós temos dois novos mundos, cada um com o mesmo número de fases dos outros e com as versões bônus depois.
Outro ponto importante que deve ser comentado é que agora você tem agora você tem mais modos para jogar Mario vs. Donkey. Você pode escolher entre um modo casual ou normal, um modo cooperativo e o modo Time Attack. O modo casual ou normal é escolhido no começo do jogo, mas pode ser trocado a qualquer momento. Enquanto o modo normal oferece a experiência original, em que há um contador de tempo para acabar a fase e que cada dano sofrido remove uma de suas vidas, o modo casual te deixa jogar por tempo infinito, te dá checkpoint ao longo das fases e ainda permite que você sofra dano diversas vezes antes de perder uma de suas vidas.
Todo mundo possui 6 fases tradicionais e 2 outras com desafios extrasFonte: Nintendo/Reprodução
Já o modo cooperativo adiciona um Toad para o segundo jogador e modifica levemente a fase para que ela faça sentido para duas pessoas. Eu não consegui jogar com ninguém durante o período de análise, então só testei esse modo usando um segundo controle mesmo para ver como ele funcionava. Ainda assim, o co-op pareceu interessante, especialmente porque as duas pessoas podem dividir suas tarefas durante a fase, o que pode ser divertido e provavelmente caótico ao mesmo tempo.
Depois de zerar os mundos normais e liberar suas versões bônus, você também destrava o modo Time Attack que mencionamos. Ele faz jus ao seu nome e serve como desafio para completar uma fase em um tempo determinado, o que pode ser bem simples nas fases iniciais, mas que depois vai exigindo um conhecimento maior de cada puzzle para saber como realizar todas as suas ações de forma bem efetiva. Na minha opinião, esse modo e o cooperativo são ótimas maneiras de tirar ainda mais tempo de Mario vs. Donkey, então vale a pena se realmente gostar do game.
Precisão nos detalhes
Na questão do modo normal e casual, decidir entre os dois depende bastante do que você quer do jogo. Se realmente só quiser aproveitar as fases e os puzzles para relaxar e se divertir, acho que o casual é uma boa indicação e só tira um pouco da pressão de fazer tudo num tempo pré-determinado ou de não tomar nenhum dano do cenário ou inimigos. Se prefere um desafio mais balanceado ou só quer a experiência original de jogo de GBA, o modo normal vai ser uma escolha melhor.
No geral, eu achei a dificuldade do jogo bem apropriada, tanto para os mundos normais como para os mundos bônus e o modo Time Attack. O único fator com o qual você precisa se acostumar é que o jogo não é controlado da mesma forma que outros títulos de plataforma do Mario, algo que me causou estranheza no início, até por eu ter jogado Super Mario Wonder há pouco tempo. Aqui, não dá para correr ou pular da mesma forma, o que faz sentido porque é uma franquia totalmente diferente, mas é um pouco difícil de não associar certos movimentos com um jogo 2D do Mario.
Se for igual a mim, você também ficará caçando todos os presentes de cada faseFonte: Nintendo/Reprodução
Em Mario vs. Donkey Kong, você precisa de mais precisão mesmo nas coisas mais simples, já que seus pulos normais são mais curtos e limitados. Os pulos especiais mais altos ocorrem depois que você fica de cabeça pra baixo ou quando muda de direção rapidamente, então não é possível usá-los em todas as situações. Isso te faz depender bastante do cenário, dos objetos das fases e até dos inimigos que encontrar no trajeto, o que é bem gratificante no sentido de que absolutamente tudo pode ser parte da resolução dos puzzles.
Ainda assim, essa precisão pode te levar a cometer erros bem bobos e a perder vidas toda hora, ainda mais no começo, quando estiver aprendendo e se acostumando com todos os movimentos e possibilidades das fases. Não foram poucas as vezes que eu fiquei frustrada com essas mortes repetidas, mas a culpa era sempre a minha falta de precisão ou impaciência de terminar uma fase logo. Eu não levo isso como algo ruim do game, mas já imagino que alguns podem ver esse aspecto como algo irritante. Felizmente, o modo casual está aí para mitigar um pouco disso para esses jogadores.
Vale a pena?
Em um jogo cheio de acertos, seus maiores pontos negativos são a falta de localização em nosso idioma, que seria bem simples pela pouca quantidade de texto, e a relação entre preço e duração do jogo. É claro que não dá para esperar que um jogo de plataforma e puzzle seja muito longo, mas no GBA seu preço também era bem menor, o que fazia sentido. No Switch, ele custa R$ 250 e esse pode ser o grande fator que afastará muitos de seus interessados no primeiro momento.
Deixando isso de lado, eu preciso dizer que Mario vs. Donkey Kong é um jogo que vale muito a pena se você for fã desse gênero. Se não for um estilo de gameplay que você curte, não haverá nada muito diferente para te fazer mudar de ideia, mas esse é um daqueles jogos tão divertidos e inofensivos que é difícil de não recomendar. O remake, além de ser fiel e muito mais bonito que o original, adiciona conteúdo novo e deixa o jogo ainda melhor e acessível que antes. Fora isso, você não pode simplesmente deixar tantos Mini Marios perdidos por aí.
Nota do Voxel: 85
Pontos positivos (prós):
- Visuais mais bonitos e modernos, mas mantendo o estilo antigo
- Adição de dois mundos inéditos
- Modo cooperativo e Time Attack ajudam na rejogabilidade
- Opção de modo casual e normal torna o game acessível para diferentes tipos de jogadores
- Continua divertido, mesmo para quem já tinha jogado o original
Pontos Negativos (contras):
- Falta de localização em português
- Preço alto para um remake de jogo de GBA
- A curta duração se torna um ponto negativo pelo preço
Uma cópia de Mario Vs. Donkey foi cedida em acesso antecipado pela Nintendo para review. O jogo chega globalmente em 16 de fevereiro de 2024 no Switch por R$ 249.
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