A Federal Trade Commission (FTC), órgão de regulação comercial dos Estados Unidos, fez uma reclamação formal contra a Microsoft. O motivo é a demissão de 1.900 funcionários pela empresa, corte anunciado no final de janeiro de 2024 que afetou principalmente as divisões de Xbox e da Activison Blizzard.
A crítica da FTC alega que a Microsoft age de forma "inconsistente" e, pouco tempo depois da aquisição da Activision Blizzard, não seguiu na prática o que prometeu nos tribunais depois de uma longa troca de acusações entre as partes.
Como resultado, a instituição pede por uma pausa temporária no processo de aquisição até que essas questões sejam devidamente esclarecidas.
A gigante garantiu na época que ela e a Activison Blizzard iriam "operar de forma independente após a aquisição". Segundo a FTC, isso não é compatível com a rodada de cortes, que teve como objetivo manter uma "estrutura de custos sustentável" e possivelmente eliminar cargos duplicados.
Ainda segundo a reclamação, a medida vai contra a fala da Microsoft sobre a aquisição ser vertical em termos de hierarquia e não horizontal, como é comum em uma fusão. Essa foi uma das garantias da empresa para argumentar que a compra não seria uma prática anticompetitiva de mercado, já que envolvia um estúdio de desenvolvimento em uma integração limitada ao conglomerado.
FTC foi uma das opositoras da compra
A compra da Activision Blizzard pela Microsoft envolveu um longo processo de revisão do caso por órgãos reguladores de todo o mundo. A aquisição foi revelada em janeiro de 2022 por quase US$ 70 bilhões e foi confirmada apenas em outubro do ano seguinte, perto do prazo final.
Phil Spencer, chefe do Xbox, foi quem divulgou as demissões no começo de 2024.Fonte: GettyImages
Assim como a CMA, que é a entidade reguladora de mercado do Reino Unido, a FTC chegou a ameaçar a negociação. No final de 2022, ela negou a compra por riscos de monopólio no mercado e chegou a entrar na Justiça para impedir o avanço do processo.
Entretanto, a Microsoft conseguiu vencer a ação judicial e concluiu a compra no país, mesmo não tendo o aval integral da instituição. O documento oficial com a crítica da FTC pode ser conferido na íntegra neste link (em inglês).
O Tribunal de Apelação de San Francisco, onde a reclamação foi oficializada, ainda não se manifestou sobre o caso. A Microsoft também não comentou o assunto até o momento.
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