O jogo brasileiro Ruff Ghanor, baseado no livro homônimo do Jovem Nerd, já pode ser colocado na wishlist da Steam. A primeira versão jogável está disponível para visitantes da Brasil Game Show (BGS) 2023 e o Voxel testou o título (confira nossas impressões mais abaixo no texto), além de conversar com Alexandre Ottoni e Deive Pazos.
Apesar de ainda não ter data de lançamento, Ruff Ghanor está previsto para ser lançado no próximo ano. “Então, ele está bem perto do fim. Sabe aquele 99,999%? Quando o jogo estiver com todos os arcos completos, o que está bem próximo, vamos sentar e jogar um milhão de vezes para ver onde tem erro, onde tem desequíbrio e etc”, conta Ottoni.
Ele explica que o projeto está na fase de ajuste fino e que após o fechamento dos arcos das histórias, será analisada se a narrativa está funcionando de todos os jeitos, já que é possível escolher caminhos diferentes. “Chega de Projekt Red e essa coisa de lançar jogo não polido”, brinca.
Pazos acrescenta que o título será lançado também em inglês e por isso que é importante que os fãs adicionem o game na wishlist da Steam para que gerar o interesse do público internacional.
Por que um deckbuilder roguelite?
Ruff Ghanor é um jogo de cartas que tem elementos de estratégia e roguelite (por isso cada morte faz com que você recomece a jornada). Como um clássico RPG por turnos, ele tem batalhas onde é preciso escolher as ações durante a sua vez e depois esperar o adversário tomar suas iniciativas para que você jogue novamente.
As ações são baseadas em cartas que estão divididas por tipos, já que além dos golpes é possível se curar e aumentar a defesa, por exemplo. Ottoni afirma que o gênero foi escolhido após um grande brainstorm e que a intenção era criar algo que engajasse os jogadores e aproveitasse bem o enredo do material original.
“Como o livro tem esse elemento de treinar para ficar mais forte e enfrentar o dragão Zamir, a gente achou que num deckbuilder seria uma forma muito legal de trazer esses temas. O livro é super Rocky Balboa, então essa progressão já chamava para uma mecânica assim”, diz.
- Veja também: Qual a diferença entre jogos Roguelite e Roguelike?
Pazos, popularmente conhecido como Azaghal, complementa pontuando que a dupla responsável pelo Jovem Nerd tem participado de todos os processos. Seja de forma criativa para adaptar a história original para uma nova mídia, seja testando o jogo, verificando o layout, design e controlando como a propriedade intelectual será recebida pelo público em um novo formato.
Ele afirma que para entender a história não será preciso nem ter lido o livro e nem ter ouvido os podcasts (mesmo que eles contem sobre um ponto no futuro da história). “O que pode acontecer é a pessoa gostar da história e querer saber mais e acabar indo ler o livro, que é mais completo e mais detalhados que um video game”, defende.
“A nossa intenção é que o jogo seja jogável para todo mundo. Não estamos fazendo um jogo que precisa ver 20 filmes para entender, como a Marvel”, acrescenta Alottoni.
O Voxel testou Ruff Ghanor
O Voxel aproveitou a presença na BGS 2023 para testar alguns minutos de Ruff Ghanor. A versão disponível no evento mostra justamente a parte inicial da história com os tutoriais sobre o sistema de combate.
Dentre os aspectos que mais chamam a atenção está o fato de que apesar de logo no início já serem apresentados os diferentes conceitos de tipos de cartas e magias, tudo é bastante intuitivo. Ou seja, com poucos minutos já é possível aprender sobre como funcionam as batalhas e o que deve ser priorizado no momento das lutas.
Fora dos embates, o protagonista que dá nome ao game caminha por um cenário e pode escolher áreas em um mapa onde trechos da história são apresentados. Inclusive, durante a trajetória é possível encontrar aliados que darão cartas para serem integradas ao seu deck, melhorando o arsenal disponível nas batalhas contra gigantes, lobos e outros monstros.
O game parece bastante promissor e tem o potencial para “furar a bolha” dos fãs do Jovem Nerd, que certamente irão prestigiar o projeto.
Ruff Ghanor está em desenvolvimento pela empresa brasileira DX Gameworks e será lançado para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S e Nintendo Switch. Alexandre Ottoni e Deive Pazos ainda revelaram que o game pode ganhar uma versão mobile no futuro.