Para muitos fãs, Resident Evil 4 Remake é um dos grandes nomes do ano — e, quem sabe, até um potencial candidato ao GOTY de 2023. A Capcom soube definir bem o tom da reimaginação ao trazer ótimas novidades para a saga de Leon e Ashley pelo vilarejo de El Pueblo, mas ainda há muito mais nos bastidores com o DLC Separate Ways (ou “Caminhos Distintos”, na tradução oficial).
Só para contextualizar os não familiarizados: o Separate Ways original foi lançado junto com a versão de Resident Evil 4 para o PS2 no fim de 2005. A campanha à parte conta a história da espiã Ada Wong, enviada até o vilarejo por Albert Wesker para roubar uma amostra do Las Plagas.
Como muitos especularam, o extra chegou ao Resident Evil 4 Remake alguns meses depois, mas a espera realmente valeu a pena — isso sem mencionar o preço justo para um DLC que tem praticamente o mesmo tempo de duração de Resident Evil 3 Remake. Quer saber as impressões do Voxel? Então confira a nossa análise completa!
Caminhos Distintos abraça a modernidade
O remake de Separate Ways é uma adição indispensável ao jogo base e oferece uma experiência enriquecida que cativa tanto os fãs de longa data quanto novos jogadores. A base narrativa é semelhante a do material original, mas seu desenvolvimento, desta vez mais emotivo, chega para agregar ainda mais valor ao pacote.
A história de Caminhos Distintos permite que os fãs vejam os acontecimentos de Resident Evil 4 sobre as lentes de Ada Wong. A aventura da espiã ocorre simultaneamente com os eventos da campanha principal, enquanto se une a Luis Serra para recuperar o Âmbar que contém o Las Plagas.
Apesar de manter a essência, alguns detalhes específicos da história mudaram substancialmente, trazendo novidades frescas ao enredo e motivos de sobra que justifiquem a jogatina.
Não espere um mergulho profundo na personalidade ou nas motivações de Ada — afinal, a estrela continua sendo Leon. Mas é interessante notar que sua presença em El Pueblo é indispensável para que o agente consiga cumprir a missão de salvar a filha do presidente.
Algumas das adições que agregam ao material original incluem uma relação mais próxima de Ada e Luis, que busca sua redenção e acaba se revelando o “anjo da guarda” de Leon. É uma evolução e tanto se comparado ao personagem do original.
Enquanto isso, Albert Wesker exerce ainda mais presença no extra, impactando diretamente (e pessoalmente) diversos eventos de Caminhos Distintos — para a alegria dos fãs. Bom, a Capcom não perdeu tempo em preparar o terreno para a reimaginação de Resident Evil 5: essa é a primeira vez na onda de novos remakes que o vilão aparece — e sua performance está tão boa quanto se possa imaginar.
Remake de Separate Ways tem sua própria identidade
Quando Resident Evil 4 Remake foi lançado em março deste ano, muitos fãs da obra sentiram a falta de alguns chefões e até lugares icônicos da campanha de Leon no jogo original. As ausências incluem a sala dos lasers, o chefão U-3 e até aqueles teleféricos antes de chegar na luta contra o Bitores Mendez. Bom, nada foi cortado, no fim das contas — para a felicidade dos nostálgicos.
Muitas dessas partes de Resident Evil 4 Remake, na verdade, foram adaptadas para a campanha de Ada em Caminhos Distintos. Elas, inclusive, proporcionam alguns momentos bem divertidos — como entrar em algum lugar familiar e perceber que você está em uma área onde Leon passará logo em seguida.
O gameplay de Separate Ways, como era de se esperar, é tão bom quanto o da campanha principal. Ada se beneficia dos mesmos recursos de Leon, como chutar e dar parry, mas é super flexível e tem suas próprias cartas na manga. Além disso, há novos oponentes com grande potencial para te dar dores de cabeça — e até sustos com uma sensação angustiante de perseguição.
O gancho é outro destaque: ele não é apenas um item valioso de mobilidade, mas também é uma ferramenta essencial no combate. Com ele, Ada consegue atordoar inimigos à distância e até roubar escudos de Ganados — é uma adição relativamente simples, mas a Capcom fez o suficiente para deixar o gameplay do DLC com sua própria identidade.
E o pacote veio completo: os visuais do extra estão tão bons quanto na campanha principal de Resident Evil 4 Remake. Jogando em um PC com uma RTX 2070 Super, foi possível obter uma boa performance e uma taxa de quadros bem consistente. A ausência de bugs durante a jogatina também impressiona positivamente.
Caminhos Distintos: vale a pena?
Se você gostou de Resident Evil 4 Remake e já conquistou todos os extras disponíveis, não vejo motivos para adiar a jogatina de Separate Ways — que leva cerca de 4 horas para ser concluida. O DLC é a cereja do bolo da reimaginação e consolida de vez a boa fase da franquia.
A nova campanha de Ada acerta em cheio o coração dos nostálgicos ao trazer novidades super instigantes, principalmente se o assunto for Albert Wesker. O ideal, claro, é que fosse uma atualização gratuita — ou pelo menos incluída na versão Deluxe de Resident Evil 4 Remake. Mas o preço também não é nada fora da curva: ele custa R$ 53,90 na PS Store, R$ 51,50 na Microsoft Store e R$ 48,00 na Steam.
Em suma, Separate Ways não sai muito da fórmula de Resident Evil 4, mas traz um ótimo mix de novidades, incluindo lugares familiares, chefões viscerais e um ritmo que dificilmente te deixará entediado. É um conjunto que realmente vale seu tempo.
Nota do Voxel: 95
Pontos positivos (prós):
- Nova abordagem da história traz novidades instigantes e boas surpresas aos fãs;
- Ada tem seus próprios chefões para enfrentar;
- Mecânicas com a arma de gancho deixa o DLC com sua própria identidade;
- Performance tão competente quanto a do jogo base.
Pontos negativos (contras):
- Apesar de ter um preço convidativo pelo que oferece, o extra poderia ser gratuito;
- Problemas de comando ao selecionar alguns itens na maleta.
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