Lançado no início de agosto, Baldur’s Gate 3 precisou de poucas horas para se tornar um sucesso absoluto. Mesmo ficando em acesso antecipado por anos, o jogo teve uma das maiores estreias da história da Steam em sua chegada oficial, ganhando a atenção do público e da crítica.
E o sucesso é justificável. Produzido pela Larian Studios, criadora de sucessos como Divinity: Original Sin, o game é a continuação da aclamada franquia de Baldur’s Gate, que não recebia um grande lançamento há cerca de 20 anos. O título marca um retorno triunfal para o gênero CRPG, mas vem chamando a atenção de todo o mundo gamer.
Atualmente, o jogo está com a nota mais alta do ano no Metacritic em 2023, além de ter se tornado um sucesso de vendas na Steam e também no PS5, onde o título será lançado em setembro. E como estamos testando Baldur’s Gate 3 aqui no Voxel, podemos atestar: o game é realmente incrível, mas é melhor ficar atento, pois o título pode não ser para você. Explicamos melhor logo a seguir!
Baldur’s Gate 3 é um jogo de turnos, o que pode desagradar alguns jogadores
Com seus belos gráficos e o foco em história, Baldur’s Gate 3 pode pegar jogadores desavisados pensando que o título se trata de algo parecido com RPGs de ação famosos da atualidade, como The Witcher 3: Wild Hunt e Diablo IV. Mas é bom enfatizar: o gameplay do título envolve combates em turnos.
Apesar de não ser uma preferência para muitos jogadores, o sistema de turnos funciona de maneira magistral em Baldur’s Gate 3. Mesmo para quem não é fã da mecânica e não conhece CRPGs, é possível se apaixonar pela mecânica, e falo por experiência própria.
O sistema de turnos funciona bem até no controle, mas pode não agradar certos jogadores.
Enquanto cresci jogando clássicos como Final Fantasy Tactics no PS1 e os Pokémons da Nintendo, me tornei um grande entusiasta de jogos de ação com o passar do tempo e esqueci completamente os jogos de turnos. No entanto, Baldur’s Gate 3 traz uma implementação tão densa e interessante da mecânica que vale a pena conferir o seu funcionamento.
Como o jogo se trata de uma grande adaptação de Dungeons & Dragons para o mundo dos games, é praticamente impossível conceber o game sem o sistema de turnos. A mecânica é essencial não apenas para o combate, mas também para a densa e complexa história do game.
História densa e mundo dinâmico
Baldur’s Gate oferece diferentes formas de abordar não apenas os encontros com os inimigos, mas a sua narrativa. Antes de entrar em combates, você simplesmente pode encontrar brechas para escapar das brigas, seja no diálogo ou por meio de gambiarras — o inimigo está perto de um penhasco? Basta empurrá-lo para a morte.
O game traz um mundo dinâmico e cheio de acontecimentos, o que pode sobrecarregar jogadores mais casuais.
O mundo do jogo também é vivo e bastante dinâmico. As possibilidades são tantas que você pode perder diversos eventos da história dependendo dos caminhos que seguir ou dos personagens que ignorar. O game também dá muita liberdade para o jogador lidar com os outros personagens e montar suas próprias relações.
A Larian Studios não estava brincando quando disse que o jogo tem mais de 17 mil finais: em pouco tempo de jogo, já dá para perceber como pequenas decisões podem gerar grandes consequências no decorrer da história.
Enquanto isso pode ser comum para quem já é fã do gênero, a experiência pode ser bastante carregada para quem está acostumado com RPGs mais tradicionais, como os já mencionados The Witcher 3 e Diablo IV. Com isso em mente, também vale a pena ficar de olho nisso se você é um jogador mais casual.
Busque gameplays ou teste na Steam
A engenhosidade trazida pelo gameplay, aliada ao denso mundo e a história com escolhas, tornam Baldur’s Gate 3 uma experiência interessante até para quem não é entusiasta de Dungeons & Dragons. Ainda assim, caso você não seja fã do combate em turnos, não saia fazendo pré-compra com base no hype: reserve um tempinho para ver gameplays e pesquisar sobre o jogo.
Para quem está com receio de não curtir o gameplay, mas quer dar uma chance ao game, vale lembrar que a Steam possui um sistema de reembolsos. Caso você compre Baldur’s Gate 3 e jogue por menos de duas horas, é possível solicitar seu dinheiro de volta em até 14 dias.
Para quem curte narrativas densas e histórias com escolhas, mas não é fã de turnos, vale a pena dar uma chance para Baldur’s Gate 3 e ver se o gameplay funciona com você. No entanto, se a presença da mecânica ou a densa história te deixam com uma pulga atrás da orelha, não deixe de buscar mais informações antes de comprar o jogo, principalmente no PS5, onde o reembolso pode ser mais demorado.
O mundo dos games sofre bastante com a famosa Síndrome de FOMO (medo de não conseguir acompanhar grandes acontecimentos), e o sucesso de Baldur’s Gate 3 pode render esse efeito com seus belos gráficos, gameplay rebuscado e notas altas. No entanto, assim como existem pessoas que não gostam de pizza, está tudo bem não curtir um dos melhores jogos do ano. Afinal, tem muita coisa boa para jogar em 2023.