Hogwarts Legacy: o jogo mais imersivo da franquia? [PREVIEW]

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Imagem: Hogwarts Legacy

Polêmicas, adiamentos e boicotes. Essas são três das quatro palavras que definem bem a trajetória de Hogwarts Legacy até esse momento. A última? Empolgação. Como muitos, eu cresci lendo, assistindo e jogando Harry Potter, então é inevitável meu interesse pelo título, que promete realizar um sonho de todo fã da franquia: ser o estudante da escola de bruxinhos mais famosa da cultura pop. No último dia 17, fomos convidados pela Warner Bros para testar o game e conversamos com Jimmie Nelson, Produtor Técnico Sênior da Avalanche Software. Confira agora nossas impressões iniciais.

Uma das questões mais polêmicas envolvendo o jogo é relacionada à escritora da série de livros, J.K. Rolling, e suas ações e falas transfóbicas. Mesmo não envolvida no projeto, diversos jogadores não pretendem comprar Hogwarts Legacy para não financiar indiretamente novas atitudes da autora. Por outro lado, a desenvolvedora Avalanche Software deixou claro que inclusão foi algo de grande importância para o projeto. “Nós quisemos que, de um ponto de vista do game, ele fosse o mais inclusivo possível, com opções para que qualquer jogador pudesse criar um personagem da forma que eles sentissem melhor, seja pela voz, tom de pele, cabelo, cor dos olhos…” garantiu Jimmie.

Isso fica claro quando criamos o nosso ou nossa protagonista. Há alguns rostos predefinidos e uma variedade razoável de opções para personalizar como quisermos. 15 formas de rosto, 20 tonalidades de pele, mais de 45 cortes de cabelo, opções de sardas e cicatrizes, 2 vozes, 5 tons para cada voz e ainda uma opção de qual pronome será usado para se referir a você, implicando também em qual dormitório ficaremos.

Algumas das opções de criação de personagem.Algumas das opções de criação de personagem.Fonte:  Reprodução / Voxel 

Poder expressar a sua individualidade nesse mundo mágico tem outro papel extremamente importante: o da imersão. “Nós sabemos que há uma grande fanbase que gostaria de jogar como eles mesmos nesse mundo e, assim, eles teriam a oportunidade de explorar o castelo de Hogwarts, o lado de fora do castelo e outros lugares conhecidos. Então garantimos que nosso foco seria a experiência que os jogadores poderiam ter ao redor disso.” Jimmie não poderia estar mais certo. Tudo naquele mundo parece ter sido feito de fãs para fãs, com muito amor envolvido. A estrutura da biblioteca, a arquitetura da estufa, os estudantes conversando nos corredores, o visual externo do castelo. Eu facilmente poderia passar mais de 40 horas só andando de um lado para o outro, explorando cada cantinho, caçando referências e procurando mistérios.

De tudo o que eu já vi do universo dos bruxinhos, essa deve ser a representação mais fiel do castelo no mundo dos videogames. A magnitude de Hogwarts pode ser vista de todos os lugares, tanto interna quanto externamente. É uma construção extremamente imponente e majestosa. E, baseado no pouco tempo que pude experienciar o jogo, a melhor forma de vislumbrar isso é voando em uma vassoura.

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Voar livremente, passando por debaixo de pontes ou perto de estruturas é algo libertador. Lá de cima, podemos ver e nos aproximar do corujal, Hogsmeade e até do campo de quadribol, ainda que não seja possível jogar (recomendo Harry Potter: Quidditch World Cup aos interessados).

Essa feature é tão maravilhosa e bem feita que inclusive é a favorita de Jimmie Nelson. “Eu amo voar. Adoro poder ver Hogwarts [...] e ter diferentes experiências voando e explorando o mundo aberto.” No jogo final, será possível voar com o hipogrifo, assim como Harry em O Prisioneiro de Azkaban, e outra criatura que não consegui identificar no menu.

Não só de exploração e contemplação vive Hogwarts Legacy, o combate é um ponto fortíssimo. Focado na média e longa distância, ele se aproxima bastante do estilo Freeflow, usado na franquia Batman Arkham. Fluido, rápido e com diversos adversários na tela, podemos usar uma boa variedade de magias, incluindo proibidas, para acabar com todos no caminho.

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Ainda assim, eu não o achei tão intuitivo no começo. Eu imaginava ser necessário mirar, travar a mira e então começar a mandar ver. Isso fez com que não só eu errasse meus adversários constantemente, mas também perdesse duelos algumas vezes. Muito provavelmente, jogando desde o início seja mais fácil entender que basta travar a mira e trocar de inimigo com o analógico para ter uma grande experiência, assim como tive no final da minha gameplay.

A minha impressão foi de que Hogwarts Legacy tem o típico combate “fácil de aprender, difícil de dominar”. Quando vamos até o clube de duelo Varinhas Cruzadas de Lucan Brattleby, aprendemos alguns combos interessantes que podem ajudar no meio da porradaria. Porém, o jogador apanhará bastante até entender o timming entre cada magia e lembrar de apertar o gatilho direito para usar um ataque em vez de lançar um Lumos Maxima sem querer.

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Como comentado, há uma boa variedade de magias que serão uteis em nossa jornada, dentro e fora de combate. Para usarmos, temos que aprender antes em aulas com professores variados, como de defesa contra artes das trevas e feitiços. Mas mais do que isso, essas aulas fazem parte da narrativa do jogo, garantiu o produtor. “Tratar como uma parte importante do jogo, permitiu que as aulas tivessem significado no propósito por trás delas. Então é algo importante e o jogador é encorajado a aprender novos feitiços e realizar as lições de casa.”

Em relação à narrativa, pouco sabemos sobre. Tivemos acesso a 15 minutos da introdução do game, em que vimos nosso personagem e o professor Eleazar Fig fugindo de um dragão aparentemente comandado por Ranrok, o grande vilão do game. Após isso, fomos transportados para uma ilha em ruínas na Escócia, onde conseguimos uma passagem para o famoso Gringotes, o banco dos bruxos. Foi o suficiente para me prender e me empolgar com essa narrativa de um duende rebelde buscando a magia que os bruxos escondem para si.

E, como um extra, vale dizer que o jogo conta com sincronia labial por inteligência artificial, o que significa que quem escolher jogá-lo em português, notará os lábios dos personagens batendo com as falas em português, tecnologia usada também em Cyberpunk 2077, da CD Projetk RED. Isso pode ser só um detalhe, mas em breve será um padrão na indústria.

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Agora, por que tantos adiamentos? Anunciado em 2020, ele seria lançado em 2021, mas foi adiado para 2022, depois para 2023 e, agora, as versões de antiga geração e Nintendo Switch ainda vão demorar um tempo para chegar. Jimmie afirmou que “a equipe está super focada e nosso objetivo final é prover uma experiência ao jogador. Essa tem sido nossa meta, ter certeza que a qualidade e a representação do mundo mágico fossem precisas e únicas para o jogador.”

Promissor?

Todas as desconfianças que eu tinha antes de jogar Hogwarts Legacy foram em bora poucos minutos após eu entrar naquele universo. Extremamente polido, imersivo e lindo, é um prato cheio para todos os fãs da franquia. O combate me agradou, mas me deixou um pouco confuso inicialmente. Com prática, tenho certeza que ele se tornará ainda mais divertido. Agora, para ver se a Avalanche Software alcançou seu objetivo, teremos que esperar até 10 de fevereiro, quando Hogwarts for lançado para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.

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