A série de The Last of Us estreou no último domingo (15) com vários elogios em relação à trama, interpretações e ambientação. Apesar da boa recepção, uma pessoa em particular teve sentimentos mistos com a produção.
Muita gente pode não saber, mas o diretor Bruce Straley trabalhou junto de Neil Druckmann na criação da franquia de Joel e Ellie. Ele deixou a Naughty Dog em 2016 pouco tempo após o lançamento de Uncharted 4 e atualmente trabalha em um estúdio criado por ele, o Wildflower Interactive.
Em entrevista ao Los Angeles Times nesta semana, ele aproveitou para reclamar que não foi creditado na adaptação da HBO e defendeu que esse foi um fato que o fez pensar com mais força sobre a importância dos sindicatos.
“É um argumento para a sindicalização que alguém que fez parte da cocriação desse mundo e desses personagens não está recebendo um crédito ou um níquel pelo trabalho que colocou nele”, disparou.
“Talvez precisemos de sindicatos na indústria de videogames para proteger os criadores”, acrescentou. Tanto HBO quanto Sony se recusaram a comentar sobre a fala de Straley.
O jogo poderia ser diferente
Apesar de o game The Last of Us ser uma história bastante triste e a ambientação ser bastante violenta, Bruce Straley acredita que ele poderia ser ainda mais sombrio.
“Nós não fomos realistas o suficiente sobre o nível de ansiedade e tensão que todos os personagens teriam naquele mundo”, afirmou na mesma entrevista ao LA Times.
Ele justificou sua opinião citando a pandemia de covid-19 no mundo real. Ele disse que passar por uma crise sanitária fez com que ele percebesse que nem é preciso ter infectados “quebrando a sua janela e mastigando seu rosto” para que haja um grande nível de aflição e agonia.
Segundo o cocriador de The Last of Us, o game poderia mostrar melhor que o medo que as pessoas sentem de ficarem doente e morrer as transformam psicologicamente.
“Há tanto trauma de viver isso, que acho que o mundo de The Last of Us teria muito mais personagens quebrados. Acho que as pessoas se mantêm muito bem no mundo em que as colocamos em comparação com o que sei sobre como viver em meio a uma pandemia”, afirmou.
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