Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty chegou às lojas em novembro de 2001 e foi muito bem recebido, com público e crítica parabenizando Hideo Kojima e a Konami por mais um lançamento de qualidade. Isso é conhecimento geral, certo? O que talvez você não saiba é que o jogo passou por um período bem intenso poucos meses antes, logo após os atentados de 11 de setembro.
Naquele mesmo ano, diversos ataques terroristas ocorreram nos Estados Unidos, atingindo o Pentágono e derrubando dois aviões comerciais no World Trade Center, mais conhecido como as Torres Gêmeas. Você pode estar se perguntando o que esta tragédia tem a ver com MGS2, correto? Acontece que o final do jogo originalmente seria bem diferente — retratando, adivinha só, o Pentágono e as Torres Gêmeas.
"O 11 de setembro ocorreu em 2001 logo antes do lançamento de Metal Gear Solid 2," explicou Hideo Kojima à IGN Japan. O criador da série relatou como a versão "master" do jogo já havia sido enviada para a produção massa, mas tinha um problema: o game retratava os locais atacados pelos terroristas. "Parecia impossível lançar o jogo," disse Kojima.
"Fui chamado ao quadro de diretores e todos ficaram pálidos quando expliquei a situação. Ninguém me dizia o que fazer, com exceção do Sr. Kozuki, que encarou o problema," continuou, citando Kagemasa Kozuki, o fundador da Konami. Kojima prosseguiu contando que levantou a possibilidade de deixar a Konami, dada a gravidade da situação.
Foi então Kozuki teria dito a ele que "quando este jogo sair e a sociedade tiver algo para comentar, vão falar sobre você, seu criador, e eu, a pessoa que o vendeu. Duvido que vão falar sobre qualquer outra coisa." Segundo Kojima, as palavras do fundador lhe deram força, principalmente quando o executivo lhe disse estar "pronto para o que quer aconteça." Foi então que o criador da série resolveu que encararia a situação de frente e lançaria o jogo. "O resto é história," concluiu.
Mais recentemente, Kojima revelou ter precisado alterar a trama de outro jogo por conta de acontecimentos do mundo real. Durante o evento The Game Awards deste ano, o diretor relatou ter precisado reescrever a história de Death Stranding 2 por lembrar demais os acontecimentos relacionados à pandemia da COVID-19, que assolou o mundo poucos meses depois do lançamento do primeiro game da série.
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