A Microsoft acusou a Sony de firmar contratos com publicadoras que expressamente proíbem o lançamento de alguns jogos para consoles Xbox. Dentre os games citados estão Bloodborne e Final Fantasy 7 Remake.
"Além de ter conteúdos totalmente exclusivos, a Sony também firmou acordos com publishers third-party que exigem a ‘exclusão’ do Xbox do conjunto de plataformas em que esses editores podem distribuir seus jogos. Alguns exemplos proeminentes desses acordos incluem Final Fantasy VII Remake (Square Enix), Bloodborne (From Software), o próximo Final Fantasy XVI (Square Enix) e o recentemente anunciado Silent Hill 2 Remaster (Bloober Team)”, diz trecho da resposta da empresa ao Federal Trade Commission (FTC).
A entidade norte-americana que legisla sobre a aquisição de marcas nos EUA negou a compra da Activision Blizzard pela Microsoft. A dona do Xbox ainda foi processada pelo FTC, que acusa a gigante de tentar monopolizar o setor de games.
Apesar de endereçada ao FTC, a acusação da Microsoft foi também uma resposta à rival japonesa. Tanto a dona do PlayStation quanto o Federal Trade Commission dizem que a Microsoft tornará Call of Duty um exclusivo, o que prejudicaria os jogadores e a própria indústria.
Com a reação, a Microsoft salienta que estratégias de exclusividade de jogos não são uma coisa incomum no mercado, tanto que a própria Sony também faz ações do tipo com empresas que nem são de propriedade dela.
Resposta ao FTC
A resposta da Microsoft ao FTC é bastante longa e, em resumo, a marca dos Estados Unidos nega que a compra da Activision Blizzard poderia prejudicar o mercado de games. A marca fala o contrário, inclusive, dizendo que a aquisição seria benéfica para os jogadores.
Para isso, a dona do Xbox sustenta que quer levar mais títulos Call of Duty para consoles Nintendo, por exemplo. Ambas chegaram a fazer um acordo que promete levar os jogos de tiro para o Switch por 10 anos.
“A aquisição de um único jogo [Call of Duty] pela terceira maior fabricante de consoles não pode derrubar uma indústria altamente competitiva”, diz trecho do documento da Microsoft. “Isso é particularmente verdade quando a fabricante já deixou claro que não vai reter o jogo”, acrescenta.
Em outro momento, a Microsoft rebateu o FTC, que disse que a empresa mentiu para a Comissão Europeia ao dizer que cumpriria os acordos de lançamento de jogos da Bethesda com a Sony e depois anunciar que Starfield, Redfall e The Elder Scrolls 6 seriam exclusivos.
“Qualquer sugestão de que as declarações da Microsoft à Comissão Europeia sobre o ZeniMax eram enganosas é incorreta. A Microsoft disse explicitamente que honraria os direitos de exclusividade existentes da Sony e abordaria a exclusividade para futuros títulos de jogos caso a caso, exatamente o que fez”, respondeu.
Disputa complexa
A aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft é uma disputa que não deve ser encerrada em breve. Além da negativa do acordo nos Estados Unidos, órgãos reguladores da Europa também estão céticos em relação ao negócio que envolve as incríveis cifras de US$ 69 bilhões.
Especificamente sobre o FTC, a Microsoft acusa o órgão de legislar mais em favor da Sony do que em favor do mercado. “O fato de a concorrente dominante do Xbox [Sony] até agora se recusar a aceitar a proposta do Xbox não justifica o bloqueio de uma transação que beneficiará os consumidores. Oferecer aos consumidores conteúdo de alta qualidade de mais maneiras e a preços mais baixos é o que as leis antitruste deveriam promover, não impedir”, salientam os advogados da Microsoft.
A gigante da tecnologia, que é uma das marcas mais valiosas do mundo, sustenta que o FTC ignora os benefícios da aquisição da Activision Blizzard “para proteger os concorrentes do Xbox de danos hipotéticos que não têm base na realidade do mercado”.
Apesar de toda a "treta" que inevitavelmente irá parar nos tribunais, os executivos da Microsoft estão confiantes em uma vitória judicial. Brad Smith, presidente da empresa, disse para a CNBC que serão exploradas maneiras alternativas para garantir a conclusão do acordo.
“Mesmo com confiança em nosso caso, continuamos comprometidos com soluções criativas com reguladores que protegerão a concorrência, os consumidores e os trabalhadores do setor de tecnologia”, pontuou. “Como aprendemos com nossos processos no passado, a porta nunca se fecha para a oportunidade de encontrar um acordo que beneficie a todos”, acrescentou.
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