Days Gone: diretor culpa ‘lacradores’ por recepção mediana do jogo

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Imagem: PlayStation/Reprodução

O diretor John Garvin parece ter guardado uma grande mágoa em relação ao insucesso de Days Gone. Depois de até mesmo culpar os jogadores, desta vez ele atribuiu aos “lacradores” a recepção mediana do game.

Respondendo em seu Twitter sobre o porquê os reviews do jogo foram apenas razoáveis, Garvin listou 3 razões. A primeira delas foram os problemas técnicos, já que o título teve casos de bugs e queda na taxa de quadros em seu lançamento.

O segundo motivo listado por ele foi que os críticos que fizeram o reviews nem “se deram o trabalho de realmente jogar”. Como terceiro fator, Garvin acusou os “woke”.

Days Gone

O que é woke?

O diretor do jogo exclusivo do PlayStation citou como terceiro ponto sobre a falta de boas notas é que “críticos lacradores não conseguiram lidar com um motociclista branco olhando para a bunda da namorada dele”. Ele se referia a uma cena em que Sarah, namorada de Deacon, se abaixa e a câmera focaliza o protagonista motoqueiro olhando para as nádegas dela.

No original, Garvin utilizou o termo “woke”, que na tradução literal significa “acordei”. Contudo, o conceito ganhou um viés político nos últimos anos e passou a representar pessoas que se definem como conscientes em relação a temas de justiça social, como racismo e LGBTfobia.

A terminologia ganhou também um viés depreciativo para que não se considera liberal no contexto norte-americano (de esquerda no contexto brasileiro). O bilionário Elon Musk, por exemplo, tem sido um dos críticos de pessoas que se consideram woke.

No Brasil, o conceito não tem uma tradução direta. Contudo, muita gente tem utilizado o termo “lacrador” quando a palavra “woke” é utilizada em um contexto pejorativo. No caso do nosso país, pessoas mais à direita acusam de "lacrador" quem levanta pautas sociais que discutem principalmente sobre questões raciais e de gênero.

Críticas

A publicação de John Garvin foi feita ontem (07) e gerou uma enxurrada de críticas. Muita gente disse que o diretor estava atribuindo a outras pessoas um trabalho ruim do Bend Studio.

“Vocês dizem que Deacon é um motociclista rude e durão, mas na verdade ele é enfadonho, dócil e faz tudo o que mandam as autoridades. Sua agência é limitada a lamentar-se para si mesmo”, disse um usuário.

Antes de limitar o acesso a seu Garvin, chegou a responder um usuário que perguntou se ele não estava exagerando em culpar os wokes pelos reviews medianos. “Não, realmente não estou... Se um crítico se opõe a um personagem por causa das identitárias, chamo isso de lacrar... Como estou errado?”, rebateu.

Depois de muitos questionamentos dos fãs, o próprio Bend Studio se posicionou nesta quinta-feira (08). Em comunicado divulgado nas redes sociais, a empresa disse que não compartilha das visões de Garvin, que não trabalha mais na empresa desde 2020.

“Nosso estúdio é imensamente orgulhoso do trabalho que concluímos em Days Gone e somos muito gratos a cada desenvolvedor que colocou seu coração e alma no projeto”, diz trecho da nota da marca.

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