Doom Eternal foi lançado já faz tempo, lá atrás, em março de 2020. Agora, mais de anos depois chegar às lojas, o jogo é assunto mais uma vez — agora por uma treta nos bastidores envolvendo o iD Software, a Bethesda, a Zenimax e um compositor, que teria recebido ofertas de dinheiro para parar de falar sobre o projeto. A Informação é do GamesRadar.
Segundo a reportagem, depois do lançamento de Doom Eternal, fãs começaram a expressar descontentamento com as músicas do game. Na ocasião, Mick Gordon evitava falar muito no assunto, mas o compositor chegou a declarar ter "bastante orgulho" do próprio trabalho. Desta vez, porém, ele parece estar mais disposto a tocar no tema. Em uma postagem no site Medium, Gordon afirma que a trilha sonora sofreu bastante com a indecisão de representantes da Zenimax, a empresa proprietária da Bethesda (que, por sua vez, é dona da iD Sofware).
Na publicação, ele afirma ter precisado recorrer ao infame crunch durante o período de desenvolvimento da trilha sonora original do jogo, tendo de entregar duas músicas por mês. Ele alega, porém, que os times responsáveis pelo áudio do game se mostravam relutantes em aprovar as trilhas, resultando em acúmulo de trabalho (e retrabalho) no mês seguinte — sem o pagamento de quaisquer quantias extras.
Gordon cita uma ocorrência na qual teria sido notificado a entregar 12 músicas até o dia 16 de abril de 2020 sem falta ou atrasos, caso contrário jogadores teriam o direito de pedir o reembolso de compras antecipadas já no dia 20 do mesmo mês. Segundo ele, não apenas o prazo era apertado como a Zenimax teria Chad Mossholder, o principal designer de áudio do projeto, trabalhando em paralelo em uma trilha sonora alternativa para o mesmo jogo. Apesar de a empresa diga ter solicitado a ajuda de Mossholder "de última hora", Gordon diz ter visto provas de que o outro músico trabalhava na trilha alternativa desde agosto de 2019.
Embora em teoria o estúdio e as publicadoras tenham oferecido um acordo para o compositor, ele alega jamais ter recebido tal oferta naquela ocasião. Por outro lado, o produtor executivo Marty Stratton acabou publicando uma carta aberta no Reddit, questionando a capacidade de Gordon entregar os trabalhos no prazo previamente estabelecido. Segundo o músico, que preferiu se distanciar de conversas sobre Doom Eternal após seu lançamento, a publicação teria gerado assédio em sua direção.
Ainda segundo o GamesRadar, quando Gordon adicionou seus advogados à questão, a Zenimax teria então oferecido fechar um acordo para pagar o que devia ao profissional sob a condição de que ele entregaria uma trilha sonora com músicas completamente novas e caprichadas. Ele teria então feito uma contraproposta, deixando claro não se sentir à vontade trabalhando enquanto a postagem de Stratton no Reddit continuasse no ar. Ele pediu então a remoção da publicação, mas a Zenimax aparentemente não concordou com seus termos e removeu a oferta anterior.
Depois disso, outra oferta teria sido feita ao compositor, desta vez um somatório de algumas centenas de milhares de dólares, mas Gordon teria de assumir completa responsabilidade por todos os problemas envolvendo as músicas de Doom Eternal. Ele também seria proibido de falar publicamente sobre Doom, a trilha sonora e também fazer quaisquer comentários negativos sobre a Zenimax e seus colaboradores. O compositor relata não ter aceitado.
Gordon diz ainda não ter recebido mais ofertas de acordo desde então. Ele também diz que suas tentativas de diálogo visavam "seguir adiante", se afastando de um "cliente tóxico". O compositor também afirma que "a verdade é mais importante" do que o dinheiro de oferecido pela Zenimax para ele ficar em silêncio sobre todo o ocorrido.
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