Não é segredo que o meio dos videogames pode abrigar algumas pessoas bastante tóxicas. Agora, um novo estudo sugere que quanto mais firme alguém se autodenomina como "gamer", quanto mais acredita nisso, maiores são as chances de o indivíduo extravasar traços de racismo e sexismo.
De acordo com Rachel Kowert, diretora de pesquisa na Take This, "quando a identidade gamer é uma grande parte de quem você se identifica como pessoa, isso parece se refletir no que chamamos de cultura tóxica e tende a gerar mais exclusão do que inclusão. Todas essas coisas que sabemos que existem nos espaços de jogos parecem ser internalizadas por quem se diz parte da comunidade".
O trabalho foi feito em parceria com Bill Swan, professor de psicologia na University of Texas, e Alexi Martel, PHD em psicologia, para a publicação Frontiers in Communication (fronteiras da comunicação). O trio entrevistou centenas de pessoas que jogam videogames e então indagou sobre as suas crenças e valores.
A pesquisa ainda aponta que espaços como o Discord e Steam costumam abrigar supremacistas brancos, especialmente porque muitos jovens buscam nos videogames uma comunidade que pode estar faltando em outro aspecto de suas vidas, e então formam vínculos fortes por lá.
Apesar dos resultados da pesquisa, seus autores apontam que tudo depende do tipo de pessoas com quem você passa o seu tempo, e que a comunidade em si é mais importante que o conteúdo ou tema do jogo. Além disso, mais pesquisa é necessária e a própria Kowert admite ter medo de que o seu estudo seja tirado de contexto e usada para atacar as comunidades, já que ela não acredita que os videogames são ruins, nem que todos os jogadores são extremistas.
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