O sonho de todo jogador de PC sempre foi encontrar uma "solução milagrosa" que repentinamente pudesse aumentar a taxa de quadros dos seus jogos. A NVIDIA ouviu essa demanda histórica e nos entregou o DLSS 2.0, tecnologia de redimensionamento de imagem que dá mais frames aos players e até deixa os games mais bonitos. Agora, o lado verde chega com o DLSS 3.0, prometendo 4x vezes mais performance.
A nova versão da tecnologia estará disponível apenas para as recém-anunciadas RTX 40xx, mas de acordo com a NVIDIA, vai entregar saltos de performance espetaculares para os jogadores, principalmente em cenários resoluções mais altas, como o 4K.
DLSS 2.0 vs 3.0
Antes de entender o funcionamento da versão 3.0 do recurso, precisamos compreender como o Deep Learning Super Sampling 2.0 já era utilizado. O software usava tecnologia de redimensionamento para não somente alterar a resolução do game, como também refinar arestas e diminuir o serrilhado, dando um visual mais bonito.
Em um jogo rodando nativamente em 4K, o recurso iria reduzir essa resolução até o Quad HD ou Full HD, por exemplo, e depois aumentaria de volta para o 4K. Nesse processo, entraria em cena uma Inteligência Artificial treinada e poderosa, somada com aprendizado de máquina e diversos filtros para "reconstruir" os pixels que faltavam.
Diagrama do DLSS 2.0Fonte: NVIDIA/reprodução
Dessa maneira é possível rodar títulos muito pesados, como Control, com todas as configurações em qualidade máxima, traçado de raios e resolução 4K acima de 60 frames (se a placa de vídeo tiver performance para tanto). É como se estivéssemos jogando o game em 4K nativamente, mas o DLSS está renderizando toda a imagem que vemos na tela em resoluções menores e depois aumentando. Isso garante mais quadros durante o gameplay.
Esse tipo de explicação, no entanto, é uma forma simples e bem resumida para qualquer leitor compreender uma aplicação complexa como essa. O próprio canal da NVIDIA Brasil tem uma breve explicação sobre o assunto:
DLSS 3.0 renderiza quadros inteiros
Diagrama do DLSS 3.0Fonte: NVIDIA/divulgação
Enquanto a versão 2.0 criava novos pixels para aumentar os pixels até que um quadro fosse formado, o DLSS 3.0 faz algo novo e cria quadros inteiros. O motivo é que com a introdução das GeForce RTX 40xx, essas placas chegam acompanhadas com a 4ª geração dos Núcleos Tensores e dos Optical Flow Accelerators, estruturas que ajudam a "mágica" acontecer.
O que acontece é que os Optical Flow Accelerators pegam e analisam dois frames em sequência de um jogo sendo executado, e calculam um fluxo e velocidade de como os pixels do frame 1 se deslocam para o frame 2. Os aceleradores ainda são capazes de capturar informações de partículas, sombras, reflexos, e iluminação que não necessariamente estejam presentes no cálculo dos vetores da engine do jogo.
Nessa análise de deslocamento dos pixels, a tecnologia utiliza vetores de movimentos para seguir o fluxo daquela imagem e entender para onde a cena está indo (direita, esquerda, cima, baixo). Para cada pixel, uma IA vai decidir como usar essas informações dos vetores para criar quadros intermediários entre os frames 1 e 2.
Motion vector em açãoFonte: NVIDIA/divulgação
Pense que você pegou um pão de forma inteiro e cortou duas fatias. No meio dessas fatias, colocou um pedaço de mortadela com requeijão e deixou o lanche da tarde mais saboroso. Brincadeiras a parte, em resumo, o DLSS 3.0, cria um quadro no meio de dois outros quadros já existentes do game para dar maior performance ao jogador.
Saltos de desempenho
Em um vídeo de prévia do canal Digital Foundry, no YouTube, os apresentadores testaram Cyberpunk 2077 rodando em qualidade máxima, resolução 4K e Ray Tracing. O game foi testado com um processador Intel Core i9-12900K e a recém-anunciada RTX 4090, e conseguiu atingir uma taxa superior a 60 frames sem auxílio de nenhuma tecnologia de redimensionamento de imagem.
Ao utilizar o DLSS 2.0, o game teve uma melhoria de 250% em relação ao cenário anterior. Já com o DLSS 3.0, o salto foi para pouco mais de 400%. Claro que com uma GPU tão potente como essa, os ganhos realmente seriam gigantescos, mas parece haver uma boa margem mesmo para os produtos de menor desempenho que serão anunciados no futuro.
Pulando para Spider-Man, game que chegou recentemente aos computadores, o DLSS 3.0 junto a uma RTX 4090 faz, em média, aproximadamente 210 frames com RT ativado; enquanto a mesma configuração, mas sem o DLSS, tem dificuldades em alcançar os 100 quadros por segundo. Todavia, o gameplay mostrado é promocional da própria NVIDIA, e não um conteúdo de terceiros.
DLSS 3.0 é exclusivo das RTX 40
Infelizmente o recurso só estará disponível para as novas placas da NVIDIA. O motivo é a presença da nova geração dos Núcleos Tensores e dos Optical Flow Accelerators aprimorados na nova geração. No entanto, a NVIDIA vai continuar atualizando o DLSS 2.0 para as placas das séries RTX 20 e 30.
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