A carreira como profissional de eSports é algo que certamente já passou pela cabeça de qualquer um que já tenha jogado algum jogo mais competitivo em um nível mais elevado. Afinal de contas, você teoricamente estará ganhando dinheiro fazendo o que mais gosta, certo?
Bom, sim, mas isso não significa que a carreira seja fácil. É um mercado altamente competitivo, com poucas oportunidades e alta volatilidade. Mesmo que você seja extremamente habilidoso, não há garantia alguma de que você consiga viver daquilo ou que o jogo ao qual você se dedica dure o suficiente para que você consiga construir uma carreira.
Ainda assim, alguns chegam lá. Para termos uma melhor noção do cenário, vamos olhar os rendimentos de alguns jogadores profissionais de eSports no Brasil.
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Gabriel "FalleN" Toledo, profissional de Counter-StrikeFonte: GFallen (Site Oficial)
O site eSports Earnings traz uma série de estatísticas interessantes em relação aos rendimentos de atletas virtuais. O brasileiro com a carreira mais lucrativa na área até hoje é Gabriel "FalleN" Toledo, que ganhou mais de um milhão e cem mil dólares (via torneios) ao longo de 15 anos de carreira.
A maior parte da carreira de Toledo foi construída em torno de Counter-Strike: Global Offensive. De fato, o shooter da Valve é o título com maior número de representantes no ranking de rendimentos de profissionais de eSports no Brasil — 23 dos 100 jogadores mais bem pagos no país jogam CS: GO.
É importante notar, porém, que esses rankings são compostos de números absolutos, o que os torna enviesados para jogos mais antigos. A fortuna de Toledo foi resultado de 162 torneios, uma média de cerca de 7 mil dólares por torneio e 76 mil dólares por ano.
O jogador de Rainbow Six Siege mais rico, Gustavo "Psycho" Rigal, ganhou pouco mais de 376 mil dólares ao longo de 24 torneios, uma média de mais de 15 mil dólares por torneio (ou 75 mil dólares por ano). Paulo "PVDDR" Damo da Rosa, por sua vez, ganhou quase 50 mil dólares por torneio de Magic: The Gathering Arena (131 mil dólares por ano em média!).
É possível ganhar dinheiro com múltiplos jogos?
O mercado de eSports é dominado por jogos de tiro, mas há outras opções.Fonte: Steam
Uma das maiores dificuldades de construir uma carreira em eSports é saber a qual jogo se dedicar. Afinal, não há garantia de que o jogo que você escolher vá existir daqui a um ano, dois anos, cinco anos. Então, uma dúvida natural é: é possível se dedicar a mais de um jogo?
Talvez, mas é difícil. Dos 100 jogadores mais ricos do Brasil, 91 jogadores tiram mais de 90% dos seus rendimentos de um único jogo. Mesmo ao descer nos rankings, a tendência se mantém.
Obviamente, ser um jogador profissional requer que a pessoa dedique uma enorme quantidade de horas diárias a um único jogo e não é simples fazer a transição para outros games a esse nível. Ainda assim, é sempre bom ter um plano B.
Outras fontes de renda
Bruno "Nobru" Goes, jogador profissional de Free Fire.Fonte: FreeFire (Site Oficial)
Competições e contratos com times não são as únicas fontes de renda de profissionais de eSports. Muitos conseguem parcerias lucrativas com patrocinadores e com plataformas como Twitch e YouTube.
Bruno "Nobru" Goes, conhecido por sua carreira em Free Fire, fez "apenas" 60 mil dólares em torneios, mas é estimado que ele ganhe até 2 milhões de reais por mês via Twitch. Essa trajetória é muito comum na área, já que produção de conteúdo dá um controle maior ao profissional e permite que ele transite entre jogos com maior facilidade.
Gabriel Toledo também diversificou os negócios: em 2012, fundou a Games Academy, dedicada a ensinar técnicas avançadas em jogos e o site dele também comercializa produtos como mouses e teclados.
Conclusão
Uma carreira em eSports pode ser extremamente lucrativa, porém é ainda mais incerta do que uma carreira em esportes tradicionais. Nunca se sabe quando o seu jogo favorito vai piorar ou parar de receber suporte ou não ser mais viável competitivamente.
Então, independentemente de o profissional ser experiente ou iniciante, é sempre bom ter múltiplas fontes de renda e ficar atento a novas oportunidades.
Fontes