Um grupo de oito mulheres que já trabalharam ou ainda são funcionárias da divisão PlayStation na Sony acusaram a empresa de manter um ambiente de trabalho tóxico e discriminatório.
Segundo o site Axios, elas agora integram a ação coletiva inicialmente movida por Emma Majo, uma analista de segurança que abriu um processo contra a Sony Interactive Entertainment (SIE) no final de 2021.
A companhia na época rejeitou todas as acusações e alegou falta de provas. Agora, o advogado de Majo adicionou os novos depoimentos na ação e pode levar o caso a julgamento. Uma audiência ainda não foi marcada, mas pode acontecer a partir de maio deste ano.
Os relatos
Entre as novas integrantes da ação está Marie Harrington, que acumulou 16 anos de Sony até deixar a empresa em 2019 por "sexismo sistêmico". Ela alega que há poucas mulheres em cargos sênior e de gerência e que poucas são consideradas para promoção, além de candidatas terem a vida familiar e pessoal comentadas pelos responsáveis pela seleção, algo que não ocorre entre os concorrentes homens.
Harrington também conviveu com piadinhas, comentários sobre a aparência das colegas de trabalho e o uso de certas roupas por algumas colaboradoras, além de denunciar comportamentos inapropriados dos homens em relação a conversas e conteúdos adultos compartilhados entre eles durante o trabalho. Quando teve filhos, a executiva não teve um pedido atendido de ter uma sala privada para amamentação, tendo que recorrer "a um depósito com a tranca quebrada logo depois da entrada".
A funcionária teria levado os assuntos para a gerência, inclusive encaminhando um artigo de jornal sobre denúncias de ambiente tóxico de trabalho em outra empresa e questionando se a Sony faria algo antes que ela mesma fosse o alvo de uma história assim.
Bola de neve
Os outros relatos também sugerem um desequilíbrio na quantidade de mulheres em cargos mais importantes, além de um ambiente discriminatório (em especial contra funcionárias grávidas) e resistência por parte dos Recursos Humanos da empresa de analisarem as reclamações.
Vale lembrar que a Activision Blizzard atualmente encara processos parecidos, embora em proporções muito maiores e com mais pessoas envolvidas.
Procurada pela reportagem original, a Sony ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
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