Sabemos que por muito tempo, Monster Hunter foi totalmente uma franquia de nicho, até porque tinha mecânicas bem peculiares e não dava tantas informações aos jogadores, algo que acabou afastando muitos novatos que não estavam com vontade de se aprofundar de forma tão intensa em um jogo que não sabiam se sequer iam gostar. Isso foi mudando um pouco a cada lançamento, chegando no clímax da popularidade com Monster Hunter World, um game disponibilizado em diversas plataformas e que era muito mais simples de entender e jogar que seus antecessores.
Depois disso, é claro que se criou uma grande curiosidade sobre como seria o próximo título da franquia, afinal, não seria uma tarefa fácil suceder o que se tornou o maior sucesso da Capcom nos últimos anos. Até por isso, o anúncio de Monster Hunter Rise surpreendeu bastante, já que se tratava de um game com um escopo claramente menor e que seria um exclusivo, pelo menos no mundo dos consoles, do Nintendo Switch. Mesmo a prometida versão de PC demorou quase um ano para chegar, então resta saber: o que mudou, o que continua igual e qual edição é a mais indicada para cada tipo de jogador? Você confere isso em detalhes na nossa análise logo a seguir!
Quem precisa de trama quando temos monstros gigantes?
Algo que precisa ser dito até para quem possui dúvidas sobre a versão de PC de Monster Hunter Rise é que, em termos de trama e conteúdo oferecido, não há nada de novo ou inédito que não vimos na edição original disponível no Nintendo Switch. É claro que essa versão portátil recebeu diversos updates de conteúdo ao longo de 2021, mas tudo isso estará no PC desde o lançamento.
Isso inclui mudanças nas armas, resoluções de bugs, missões, monstros, eventos e até o conteúdo colaborativo com outras franquias de jogos. É claro que o game ainda deverá receber suporte e atualizações com coisas novas por bastante tempo, mas é ótimo saber que os jogadores de PC poderão aproveitar uma versão tão completa de Rise desde o primeiro dia.
As caçadas ficaram ainda mais bonitas sem as limitações do Nintendo SwitchFonte: Capcom/Divulgação
Também podemos esperar o lançamento da expansão Sunbreak de forma simultânea no Switch e no PC, algo que provavelmente se tornará a norma para todo conteúdo novo lançado para o game. Para os curiosos, vale lembrar que esse DLC foi prometido para 2022, mas a data concreta ainda não foi confirmada.
Essencialmente, se o conteúdo ou a história do game era de alguma importância para você decidir qual versão de Monster Hunter Rise iria comprar, pode ficar sossegado que não haverá diferenças ou preferências de plataforma daqui para frente.
Aquilo que todo mundo quer saber
O que não temos dúvidas é que muitos fãs de Monster Hunter Rise estão extremamente curiosos para saber sobre os visuais e a performance do game no PC, já que esses não eram exatamente os aspectos mais invejáveis na versão do Nintendo Switch. Embora essa edição portátil do game tenha sido bem impressionante, a gente já esperava ver algo melhor nos computadores, já que as limitações técnicas não seriam mais um empecilho.
Nesta versão, já podemos adiantar que houve muitas otimizações para o PC, o que inclui suporte para monitores Ultrawide, suporte para 4K, texturas de alta resolução e nenhum tipo de limitação na taxa de frames. Com um PC que tinha 16GB de RAM, uma placa de vídeo GTX 1660 e um processador AMD Ryzen 5 3600, eu consegui jogar tranquilamente com as configurações mais altas que o game oferecia e mantive total estabilidade dos 60 fps (uma taxa que eu travei por conta própria nas configurações).
Por conta disso, não tenho nada para reclamar da performance em si, já que não experimentei nenhum tipo de engasgo ou travamentos mais chatinhos. É claro que é sempre bom lembrar que essa não necessariamente será a experiência de todos, já que diferente da versão do Switch que funcionava igual em todos os consoles, aqui estamos falando de um jogo que rodará em muitas combinações diferentes de hardware. Então, é bom dar uma boa olhada nos requisitos mínimos e recomendados para ver se o seu PC é compatível com o game.
O único elemento negativo que percebi é algo que já ocorria no Switch e que tinha certeza que não estaria presente no PC: o efeito de sombra que às vezes forma uma textura estranha na pele dos personagens em certos ângulos. Na época que jogava a versão portátil, eu achava que isso era causado pelas limitações do console, mas claramente é algo que acabou sendo levado para esse port. Não duvido que seja algo que possa ser resolvido em uma atualização, mas é bom ter em mente que esse probleminha pode dar as caras por enquanto.
Fora isso, uma adição estética legal é que você pode aplicar alguns filtros na imagem do jogo, o deixando preto e branco, com um estilo japonês, parecendo um filme ou antigo e muito mais. É algo mais superficial, mas que pode apimentar a jogatina de quem já zerou o título no Switch antes.
Portabilidade vs performance
Sabendo mais sobre o conteúdo, o visual e da performance do game no PC, é claro que você pode estar se perguntando se vale a pena comprar essa edição ou permanecer com a do Switch mesmo. Isso depende de alguns elementos diferentes, já que os jogadores que priorizam uma performance estável, texturas mais detalhadas e uma conexão online que não necessariamente dependa do Wi-Fi, definitivamente vão se dar melhor com o Monster Hunter Rise no computador.
Já aqueles que gostam da opção da portabilidade, que não querem comprar o game novamente ou que não se importam tanto com as texturas ou queda de frames ocasional, podem não ter tantos motivos para deixar de aproveitar o jogo no Switch. Vale lembrar que o game não terá cross-play e nem cross-save, ou seja, você não poderá jogar com pessoas que possuem o Rise em outra plataforma e nem poderá levar seus dados salvos do Switch para o PC e vice-versa.
É maravilhoso jogar Monster Hunter no modo portátil, mas a estabilidade do PC não é de se jogar foraFonte: Capcom/Divulgação
Esse é outro aspecto que você tem que levar em conta, já que se seus amigos estão planejando continuar jogando no Switch ou se vão pegar a versão de PC, é bom ter consciência disso antes de fazer a sua escolha.
Um Monster Hunter para todos os públicos
Conforme mencionamos lá no início, a franquia Monster Hunter tem ficado cada vez mais simples a cada nova iteração, algo ficou ainda mais evidente com Rise, cujas mecânicas, armas e missões são bem mais acessíveis do que vimos em outros títulos da série. Embora não seja algo tão interessante para os veteranos que gostam de mais desafio, é um elemento que pode agradar os novatos ou aqueles que estão com vontade de finalmente entrar nesse mundo.
Até pelo fato dos mapas serem bem mais contidos e com uma exploração vertical muito maior do que World, você não passará tanto tempo andando sem rumo, procurando pistas ou ficando de saco cheio quando um monstro foge. Isso em conjunto com o fato de você ter um cachorro que funciona como montaria e criaturas que aparecem de forma bem clara no mapa, tornam a experiência toda bem direta e sem rodeios.
Os jogadores que cansaram de andar em Monster Hunter World vão agradecer a existência do novo amigo caninoFonte: Capcom/Divulgação
O hub das quests, ou seja, a vila na qual você e outros caçadores se encontram para pegar missões, se alimentar, comprar itens, criar armaduras e armas também continua bem fácil de se navegar. Como a área é bem menor do que em World, você não se sentirá tão perdido, mas é claro que há inúmeros tutoriais que surgem de repente na tela para te explicar os detalhes de tudo, algo que aconselhamos ler com atenção caso seja um total novato na franquia.
No geral, essa simplicidade mais ajuda do que atrapalha na experiência, mas ainda achamos que os combates poderiam oferecer um desafio maior. Como muitos devem saber, as missões podem ser jogadas no single player ou no modo multiplayer, sendo que as quests em grupo são feitas especificamente para serem mais difíceis. O problema é que um caçador experiente ainda consegue matar qualquer criatura com tranquilidade totalmente sozinho mesmo nessas condições. É algo que certamente não vai mudar neste game no futuro, então só podemos esperar que esse feedback dos críticos e fãs faça a Capcom ter isso em mente para as sequências que certamente virão nos próximos anos.
Vale a pena?
É sempre complicado fazer a análise de um port, especialmente de um game que já joguei por mais de 100 horas na versão original e que não oferece tantas mudanças assim. De certa forma, realmente parecia que eu só estava aproveitando mais Monster Hunter Rise de novo, o que pode ser algo bom e ruim ao mesmo tempo. Do lado bom, temos o fato de que o game sempre foi e continua fantástico, mas agora há mais estabilidade e texturas mais bonitas. Na parte que podemos considerar negativa, há o simples elemento de que não há nada de novo para quem já zerou o game no Switch e nem há o cross-save caso alguém preferisse migrar os dados salvos para o PC.
No fim das contas, a gente não consegue negar só mais uma caçada, não é?!Fonte: Capcom/Divulgação
No geral, ainda é um jogo essencial caso não o tenha jogado antes, então não tenha dúvidas de que vale a pena nessa situação. Se você já o tem no Switch, é mais uma questão de ver se vale a pena gastar um dinheiro extra nessa versão, algo que você pode fazer mais pelas melhorias ou para jogar com seus amigos que não possuem o console da Nintendo. De qualquer jeito, Monster Hunter Rise é sensacional e simplesmente não dá para negar uma chance nova de experimentar uma arma com a qual você nunca jogou antes.
Nota do Voxel: 95
Pontos positivos:
- As texturas estão bem mais bonitas e detalhadas
- A performance é bem estável, mesmo nas configurações mais altas e em batalhas intensas
- Possibilidade de jogar online via cabo em vez de depender só do Wi-Fi, garantindo uma conexão bem mais estável
- Todos os updates lançados no Switch já estão disponíveis na versão de PC
Pontos negativos:
- Em alguns momentos, as sombras criam texturas estranhas na pele dos personagens
- Não há cross-save ou cross-play entre a versão de PC e de Switch, então você não terá como trazer seus dados salvos ou jogar com pessoas de outras plataformas
Categorias