Vocês talvez não conheçam nDreams, desenvolvedora de Phantom: Covert Ops (um jogo de VR stealth em um caiaque que foi muito aclamado pelo público de VR), mas a dev tem feito games de realidade virtual de alta qualidade nos últimos tempos, incluindo sua nova empreitada, Fracked.
Se você não acompanha muitas notícias de títulos desse tipo, trata-se de um dos jogos de VR mais aguardados de 2021 por sua proposta: um shooter imersivo com foco no level design e exploração 360 – enquanto as armas não param de atirar por um minuto – que mistura ação ininterrupta e níveis de esqui.
Recentemente, o Voxel teve a chance de conversar com os desenvolvedores de Fracked e trazemos um pouco mais informações sobre o jogo, que tem como estilo emular um filme de ação dos anos 80. Confira!
Fracked é um jogo sobre locomoção e interação (e armas, claro)
Se você ver um único trailer de gameplay de Fracked, verá que a ação e a movimentação não param em momento algum. A ação é fácil de distinguir, mas a produtora informou que há mais de 120 formas de andar pelo mapa: cordas de rapel, esqui, pulos e muito mais. Pode parecer só perfumaria para quem nunca jogou em VR, mas ter tantas maneiras de agir em realidade virtual faz toda a diferença.
De acordo com os desenvolvedores, os jogadores podem se movimentar e interagir com o cenário em 360, ou seja: se agachar para pegar cobertura de tiros dianteiros não impossibilita que você se vire para derrotar inimigos nos flancos ou retaguarda. E, o mais importante de tudo isso, é que os objetos são bem interativos, como descreve a nDreams.
A nDreams comentou que empenhou bastante esforço em criar seções interativas, que envolvem puzzles, pontes, maquinários e muito mais para “integrar interação em gameplay significativo ao jogador”, explica a dev.
Você pode se apoiar em caixas enquanto estiver sob ataque, escalar objetos, arremessar itens e por aí vai (ou, quem sabe, até se aventurar esquiando após pular de um prédio). A ideia é trazer a sensação de um filme de ação dos anos 80 ao jogador.
Sem montanhas-russas: se aventure no seu ritmo
Uma das técnicas vastamente utilizadas em jogos de VR é o famoso “gameplay de montanha-russa”, que combina elementos espalhafatosos e muita imersão visual, mas pouquíssima liberdade ao jogador. Em outras palavras, os famosos shooters on rails. No começo da tecnologia, era divertido brincar desta forma (como Until Dawn: Rush of Blood), mas a mecânica não demorou para ficar batida.
A parte boa é que nDreams viu a oportunidade de fugir deste arquétipo de jogo VR (que foi, inclusive, usado de certa forma em Phantom: Covert Ops) para entregar níveis em formato de arena. A produtora não comentou sobre a duração do game, mas disse ser “honesta pelo valor cobrado”.
Apesar de Fracked não ser um jogo de mundo aberto (ele ainda é dividido em capítulos), os jogadores podem explorar e avançar da forma que acharem melhor: andando e interagindo da maneira que preferirem. Pode parecer algo bobo e trivial de enaltecer em um game, mas quando falamos de VR é um elemento importante no fator diversão.
E o enjoo de movimento? Acessibilidade é tudo
Se você já jogou algum game em realidade virtual, é capaz de ter se deparado com o maior inimigo da diversão: passar mal por causa do movimento da câmera – apesar de batido, shooters on rails tendem a eliminar esse problema. Então que opções de acessibilidade Fracked traz? Os desenvolvedores reconheceram que o desconforto e enjoo podem estragar uma experiência bacana e incluíram opções de acessibilidade.
Caso você não esteja acostumado com a caminhada contínua e ininterrupta no VR (a forma que costuma mais causa desconforto), a nDreams incluiu muitas opções de translocação, como giros suaves, ajuste de campo de visão (algo raro de se ver em jogos de realidade virtual) e diversas outros detalhes.
Sim, você deve ter reparado que não há opção de teleporte. Embora ele seja a mecânica mais adequada para evitar enjoo de movimento, ela também é a que mais retira a imersão da jogabilidade. Por conta da proposta de Fracked, que envolve explorar e interagir com diferentes maneiras de se locomover de forma mais imersiva, a opção poderia estragar a experiência.
E, por conta disso, é que há muitos pontos de acessibilidade no game. A parte boa é que você pode testar a maneira ideal para a sua jogatina no menu de opções, sem precisar entrar e sair da campanha constantemente para ver as mudanças.
Roda melhor no PS5
Embora o PSVR atual do mercado seja voltado para o PS4 e haja pouquíssimos jogos que usufruam do hardware aprimorado do PS5, Fracked felizmente não é um deles. Se você já tiver o console de nova geração em mãos, há benefícios em jogar por lá.
A desenvolvedora contou ao Voxel que tempos de carregamento são menores, não há resolução dinâmica atuando no gameplay (algo que pode até ajudar no conforto de se jogar em VR e atenuar o screen-door effect) e a performance também é maior – outro ponto que ajuda a suavizar a experiência e evita desconfortos.
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Fracked foi lançado exclusivamente para PSVR (PS4 e PS5) e já está disponível no mercado. Caso esteja curioso, o jogo tem uma demonstração gratuita na PSN!