Em um novo desdobramento da batalha travada entre a Activision Blizzard e seus funcionários, que foram às redes sociais e organizaram paralisações para chamar a atenção para a conduta abusiva no ambiente de trabalho, a companhia agora está sendo acusada de cometer práticas injustas e foi novamente acionada judicialmente.
Conforme apurado pelo Vice, a documentação do novo processo sugere que a empresa "repetidamente adotou condutas injustas ao ameaçar seus empregados". O documento ainda acusa a empresa de proibir colaboradores de comentar ou discutir sobre as investigações referentes a salários, bem como aos horários e condições de trabalho.
Ainda segundo o texto, a Activision Blizzard estaria mantendo "políticas exageradamente amplas em relação às redes sociais", aplicando estas políticas a empregados que participaram de atividades combinadas protegidas, provavelmente se referindo à paralisação recentemente organizada pelos empregados.
Funcionários organizaram paralisação e protestaram contra práticas abusivas na Activision BlizzardFonte: Bloomberg/Reprodução
Segundo o documento, a empresa é acusada ainda de coagir e "ameaçar ou aplicar medidas disciplinares a funcionários que participaram de atividades combinadas protegidas", tendo ainda supostamente monitorado e interrogado funcionários que participaram de tais atividades.
Além disso, a Activision Blizzard estaria supostamente cometendo retaliação contra empregados que tenham se pronunciado sobre as questões referentes aos problemas no ambiente de trabalho.
De acordo com o VG247, a gigante dos games estaria dando feedbacks negativos para colaboradores que até então eram avaliados positivamente. O site sugere que a empresa pode estar se preparando para demitir estes empregados, e as avaliações negativas poderiam ser uma tentativa de justificar as demissões e evitar problemas com sindicatos.
Colaboradores manifestam descontentamento e cobram ações em frente à empresaFonte: Twitter/Reprodução
Anteriormente, a Activision Blizzard foi acionada judicialmente pelo Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, que acusou a empresa de permitir uma cultura de "fraternidade" no ambiente de trabalho, fazendo alusão aos grupos sociais organizados em faculdades dos EUA. No país, fraternidades são frequentemente associadas a práticas machistas e preconceituosas.
A companhia parece estar se esforçando para lidar com toda a situação referente aos problemas no ambiente de trabalho, tendo recentemente contratado uma nova Gerente de Recursos Humanos. A mudança pode ser um passo na direção certa, visto que uma das reclamações dos funcionários era de que nem mesmo o RH da empresa oferecia ajuda em casos de preconceito e assédio.