Streets of Rage, uma das séries mais queridas dos videogames, nasceu em agosto de 1991 no Japão. Bare Knuckle, como era conhecido por lá, chegou às Américas pouco depois, em outubro, com o título que todos amamos, e desde então ela é lembrada como uma das melhores e mais icônicas séries de pancadaria já feitas.
Tudo isso graças ao seu elenco de lutadores carismáticos, desafio sob medida, boa variedade de inimigos e golpes, além de uma trilha sonora absolutamente arrebatadora feita pelo mestre Yuzo Koshiro. Então junte-se a nós para comemorar os 30 anos dessa franquia incrível, também em vídeo lá no canal oficial do Voxel:
Símbolo da era de ouro dos beat 'em up
Apesar de o gênero beat ‘em up ter dado uma certa sumida do radar quando os video games começaram a investir em aventuras tridimensionais, lá nos tempos dos fliperamas e consoles 16 bits ele contava com alguns dos nomes mais badalados da indústria.
Até as Tartarugas Ninjas e Simpsons, os desenhos mais populares da época, brilhavam muito nesses jogos de scroll lateral em que a ideia era gastar muitas fichas ou vidas tentando socar o seu caminho até o próximo chefão. Além da Konami, que lançou essas adaptações, outras grandes produtoras como a Capcom também descobriram o potencial do formato bem cedo, nos agraciando com clássicos como Final Fight, assim como a SEGA, outra das pioneiras do ramo.
Se Golden Axe já tinha mostrado que o hardware do Mega Drive estava mais que capacitado para rodar bem os jogos do gênero em 1989, foi com Streets of Rage que a casa do Sonic mostrou estar entrando nessa para valer, com um lançamento de peso capaz de rivalizar diretamente com a qualidade vista nos melhores arcades.
O designer Noriyoshi Ohba, que já tinha um bom prestígio dentro da SEGA na ocasião, procurou o compositor Yuzo Koshiro com o intuito de lançar um jogo de pancadaria ainda mais empolgante do que o clássico Double Dragon, uma de suas maiores inspirações. Nem precisamos dizer o quão certo deu essa parceria, né?
Uma trilogia impecável
A grande sacada do time de desenvolvimento foi criar oito fases muito únicas e bem pensadas, além de caprichar no carisma dos heróis Adam, Axel e Blaze, sendo sempre possível curtir tudo com dois jogadores simultâneos.
Cada um dos personagens podia usar um ataque especial próprio pedindo ajuda para uma viatura da polícia, que prontamente eliminava todos os inimigos na tela, ou então pegar alguns objetos do chão e usá-los como arma. Uma verdadeira "mão na roda" para abrir caminho até Mr. X, o temível chefão final não só aqui, mas em toda a franquia.
A versão para Mega Drive era o carro-chefe e um primor técnico, mas o primeiro Streets of Rage também foi portado para o Master System e Game Gear, o que ajudou a marca a encontrar ainda mais fãs em um gênero bem concorrido. O mesmo aconteceu com a sua sequência lançada em 1992, considerada pela maioria dos jogadores e críticos como o melhor capítulo da série.
Além das óbvias melhorias gráficas e da trilha sonora ainda mais ousada, digna de tocar até nas casas noturnas japonesas, também foi aqui que conhecemos os novos lutadores Max "Thunder" Hatchet e o querido Eddie "Skate" Hunter, o irmão mais jovem e descolado do Adam, novamente com oito fases e muita ação cooperativa para ninguém botar defeito. É um dos grandes beat 'em ups da história e um dos melhores títulos da biblioteca do Mega.
Já em 1994 a franquia ganhou o que, por algumas décadas, parecia ter sido seu capítulo final. Streets of Rage 3 dividiu um pouco mais a galera com suas ousadias. O próprio Yuzo Koshiro, influenciado pelo hard techno que estava em alta na cena musical, acabou criando algumas faixas tão pioneiras que precederam o estouro do dubstep décadas depois.
Aqui, Axel, Blaze e Skate se unem ao Dr. Zan e aos personagens bônus Shiva e Roo, mas algumas pessoas acharam que ter um canguru e ciborgue lutadores era muito exagerado para o tom da série, que até tinha um ou outro exagero aqui e ali, mas nada tão absurdo.
From Beep! MegaDrive (1994) about SOR3 music.
— Yuzo Koshiro (@yuzokoshiro) August 3, 2021
Me "I guess some would say it's the most horrible music I've ever made, but I believe I did it pretty well using a cutting-edge program I made."
Motohiro "I didn't compromise to make my tracks, not cared about how people think." pic.twitter.com/8kqUriKe2x
Dessa vez todos os personagens têm o poder de correr e realizar esquivas, o que acabou facilitando um pouco demais o gameplay e gerando um pouco de críticas.
Tinha tudo para ser o desfecho de uma sólida trilogia, até porque a SEGA nunca conseguiu reviver a marca fora de eventuais coletâneas. Projetos de jogos inéditos para o Saturn e Dreamcast não conseguiram ir além dos primeiros estágios de produção e parecia o fim da linha para a série…
A surpreendente ressurreição!
Mais de vinte e cinco anos depois, o que parecia impossível se tornou realidade graças à Dotemu e Lizardcube! No amplamente elogiado Streets of Rage 4, de 2020, todos os melhores elementos da franquia foram resgatados em uma homenagem impecável.
Personagens clássicos apareceram tanto em skins tradicionais como em visual renovado, dessa vez se unindo a novatos como Cherry, a filha do Adam, na campanha mais longa da franquia até aqui.
Além do modo cooperativo para dois jogadores, desta vez também é possível jogar localmente com até quatro pessoas ao mesmo tempo. Outro grande acerto foi o estilo de gráficos, que aposta em uma estética meio de desenho animado, capturando muito bem a essência do mundo e de seus heróis e vilões, um verdadeiro prato cheio para os fãs!
Considerando o quão bem recebido foi Streets of Rage 4, vamos torcer para que os jogadores não precisem esperar outros 26 anos até que o seu próximo capítulo numerado seja lançado, né?
Mas e você, também tem boas memórias da franquia Streets of Rage? Qual é o seu jogo favorito da série? Conte para a gente nos comentários!
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