Um ex-funcionário da Insomniac Games, que fez parte do time de desenvolvimento por trás de Ratchet & Clank: Rift Apart, relatou uma briga que teria acontecido dentro do estúdio a respeito da aparência de Rivet. Segundo Xavier Coelho-Kostolny, alguns diretores do game queriam que ela ficasse mais "estereotipicamente feminina", o que resultou numa discussão com outros devs.
Coelho-Kolstony fez seu relato no Twitter, onde afirma que o diretor do jogo e o diretor de arte queriam que ela tivesse características mais comumente associadas a mulheres, o que se traduz em quadris mais largos e seios – um volume por baixo da armadura, neste caso.
Enquanto isso, o líder de roteiro, o diretor técnico de personagens e Coelho-Kolstony brigaram para não mexer na aparência da personagem porque isso não faria sentido. Afinal, ela é uma raposa espacial, não uma mulher.
We believed that:
— Xavier (@xavierck3d) July 22, 2021
1. It went against the message of the game, which is that anyone can be a hero regardless of how they look
2. You don't need to be stereotypically feminine to be a woman
3. RIVET IS A FUCKING ALIEN SPACE FOX, JUST LIKE RATCHET
Mas o principal ponto que o ex-dev e seus colegas defenderam na discussão é que essa mudança iria contra a mensagem do game. A ideia é que qualquer pessoa pode ser um herói, não importando sua aparência. E também que você não precisa parecer um estereótipo para ser uma mulher.
Coelho-Kolstony diz que a discussão durou quase meia hora e terminou quando ele pegou um pôster do jogo da parede e colocou na frente dos diretores, perguntando então o quanto Ratchet se parecia com um homem humano.
Depois da briga, todo mundo ficou meio frustrado e Coelho-Kolstony deixou a companhia algumas semanas depois, bem como outros participantes da discussão, mas ele não entra em detalhes sobre os outros envolvidos.
O ex-Insomniac não fez seu relato "do nada". Ele quis contar sobre a situação por causa do processo que a Activision Blizzard está enfrentando por causa dos assédios praticados dentro da companhia. Coelho-Kolstony diz que os problemas às vezes começam em níveis bem menores e não muito graves, mas que não mostrar apoio nessas horas já desencoraja possíveis vítimas a procurarem ajuda em problemas mais sérios em outras situações.
Something for my fellow men in gamedev, especially those just now entering the industry:
— Xavier (@xavierck3d) July 22, 2021
There are a lot of things you may run into that aren't directly harmful to people in the same way as sexual harassment, but they still contribute to hostile environments and harm.
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