A produtora e distribuidora de jogos eletrônicos norte-americana Activision Blizzard foi processada pelo Departamento de Emprego Justo e Habitação (DFEH) do estado da Califórnia. As acusações vão de assédio sexual e discriminação contra mulheres até suicídio de funcionárias.
Segundo o DFEH, as acusações não são nenhuma novidade. Em 2019, o presidente da empresa, J. Allen Brack, já havia sido alertado por uma funcionária de que algumas pessoas estavam deixando a empresa por causa de assédio moral e sexismo.
De acordo com a colaboradora, suas colegas da equipe Battle.net, o serviço online de games da empresa, eram constantemente “submetidas a comentários depreciativos”. Para não serem “canceladas” pelos grupos eminentemente masculinos, eram obrigadas a ser grandes gamers ou então participar das constantes festinhas da equipe.
No processo, o DFEH dirige uma série de acusações contra o ex-diretor de criação sênior do game World of Warcraft, Alex Afrasiabi. Conforme a agência, o diretor estava "autorizado a se envolver em assédio sexual flagrante com pouca ou nenhuma repercussão".
O que diz a Activision Blizzard?
Blizzard president J. Allen Brack sent out an email to staff last night addressing the allegations from this week's explosive lawsuit, calling them "extremely troubling" and saying that he'd be "meeting with many of you to answer questions and discuss how we can move forward." pic.twitter.com/NsMV6CNdTE
— Jason Schreier (@jasonschreier) July 23, 2021
A Activision negou as acusações. Dizendo-se inimigo da cultura machista, Brack falou que as alegações do atual processo se referem a “descrições distorcidas e, em muitos casos, falsas do passado da Blizzard”. Para ele, durante a investigação de dois anos que realizou na Blizzard, a agência teve uma conduta “vergonhosa e antiprofissional”, e jamais desenvolveu um "esforço de boa-fé" para solucionar as reclamações.
Quanto a Afrasiabi, Brack garante que estava ciente do seu comportamento, e que conversava frequentemente com ele sobre o abuso da bebida e sua postura “excessivamente amigável” com as colegas. Mas, conforme o relatório, após essas conversas, o diretor “continuou a fazer avanços indesejados em relação às funcionárias”, inclusive apalpando uma delas.
Apesar das negativas, em um memorando interno, obtido pelo repórter Jason Schreier da Bloomberg e publicado no Twitter, Brack reconhece que "as alegações e as mágoas de funcionárias atuais e ex-funcionárias são extremamente preocupantes".
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