Psychonauts 2 será lançado apenas no dia 25 de agosto, mas nós tivemos a oportunidade de conferir antecipadamente o seu gameplay. A convite da Microsoft, jogamos cerca de cinco horas do jogo no Xbox Series X e conversamos com os seus desenvolvedores em uma mesa redonda bem divertida.
Esse mergulho pela mente de Tim Schafer e do time da Double Fine deixou um gostinho de quero mais, e foi ótimo ver que o game está quase pronto, devidamente localizado em português, muito polido e praticamente livre de bugs, prometendo ser um dos títulos mais legais de 2021. Confira a nossa prévia completa a seguir!
Uma aventura muito criativa
Tim Schafer é um dos designers mais carismáticos e inventivos da indústria. Desde os tempos da saudosa LucasArts, os seus times criariam uma miríade de mundos fascinantes. De Full Throttle a Grim Fandango, passando por Broken Age e Brütal Legend, o seu envolvimento é garantia de personagens inesquecíveis e ambientes diferentes de tudo que já se viu.
Em 2005, já no comando do estúdio Double Fine, Tim deu vida ao hit cult Psychonauts. Apesar de não ter sido um sucesso imediato de vendas, os seus ports e relançamentos ajudaram o título a ganhar força entre a comunidade, garantindo até uma sequência exclusiva de VR chamada Psychonauts In The Rhombus of Ruin.
Embora Psychonauts 2 seja uma sequência direta dos eventos vistos nesses títulos, você não precisa ter jogado nenhum deles para curtir a sua trama, até porque uma charmosa recapitulação resume o lore e eventos assim que você inicia a nova jornada, (re)apresentando o protagonista Razputin "Raz" Aquato ao grande público.
Uma carismática recapitulação relembra os eventos dos jogos anteriores para fãs e veteranosFonte: Reprodução / Thomas Schulze
De fugitivo do circo a membro do grupo internacional de espiões Psiconautas, reencontramos Raz já em missão para invadir a mente do Dr. Loboto, o que acaba servindo de tutorial para conhecer as mecânicas de ação de forma bem orgânica e natural enquanto a história de Psychonauts 2 se desenrola.
Gameplay mais polido
O primeiro Psychonauts era um jogo de plataforma 3D muito à frente de seu tempo e, como tal, acabava cometendo alguns tropeços técnicos em suas ousadas tentativas de fazer algo novo. Alguns trechos de gameplay, por exemplo, ousavam mexer no eixo das plataformas tridimensionais de uma forma que só Super Mario Galaxy conseguiria fazer direito alguns anos depois.
Assim, é muito legal notar a forma como, já nos seus primeiros minutos de ação, Psychonauts 2 se mostra como uma aventura 3D madura e bem planejada, com sistemas elegantes muito bem conectados entre si. Viajar pela mente do Dr. Loboto significa explorar diferentes perspectivas e ângulos de câmera conforme Raz aprende a dar pulos duplos e disparar golpes de curta e longa distância.
Todos os personagens que você ama estão de volta para mais aventuras em Psychonauts 2Fonte: Reprodução / Thomas Schulze
Apesar de não serem muito desafiadoras pela própria natureza do design do game — há até uma forma de habilitar invulnerabilidade para completar qualquer fase sem estresse —, as salas instigam pela forma como o ambiente ajuda a apresentar a história e personagens.
A missão de Raz é descobrir para quem o Dr. Loboto está trabalhando, mas, ao olhar ao redor, o nosso herói logo nota que alguém instruiu o vilão a não abrir o bico. Afinal, as salas dentro do seu inconsciente estão repletas de pôsteres com mensagens como "Só porcos delatam", ou um dentinho censurado com os dizeres "Boca fechada".
A história é contada não só através de diálogos, mas também pelo cenárioFonte: Reprodução / Thomas Schulze
Se os elementos do ambiente ajudam a contar a história de forma mais direta, a própria temática e design das fases agilizam o processo de conhecer melhor os vilões. Como o Dr. Loboto é um ex-dentista, vários objetos e áreas de sua mente giram ao redor de arcadas dentárias, com muitas gengivas para você escalar e molares para utilizar como plataforma aqui e ali.
Adições bem-vindas, mas há sacrifícios
Quando entrevistamos Tim Schafer, ele comentou sobre o seu desejo de transformar Psychonauts 2 em um veículo para celebrar a humanidade e criar empatia, e é evidente a sensibilidade do time na hora de tratar de temas complicados relacionados à saúde mental.
O roteirista tinha se mostrado bastante preocupado em não machucar as pessoas, o que é uma motivação nobre por si só, mas a impressão que ficou ao longo das primeiras horas de campanha é que, no ímpeto de não mexer em vespeiros, o texto pisou demais no freio e faltaram situações explosivamente hilárias como as vistas no jogo original e em seus demais trabalhos.
Eram outros tempos, é verdade, mas o primeiro Psychonauts tinha um pouco daquele clima de animações da Nickelodeon nos anos 1990, em que tudo era um pouco "sujo" ou "repugnante". Havia um sentimento de violência e agressão latente em cada esquina, com direito até a crianças explodindo durante as aulas, então o tom está bem mais ameno agora, para o bem ou para o mal.
Para compensar, o escopo de Psychonauts 2 é muito maior, com áreas mais amplas para desbravar, mais árvores de diálogos para conhecer melhor os NPC, e uma tonelada de colecionáveis espalhados pelos níveis, que vão desde as bem-humoradas "bagagens emocionais" até itens que você troca por melhorias nas suas habilidades.
Mesmo em suas primeiras horas de campanha já fica muito claro que esse é o maior e mais ambicioso projeto da história da Double Fine, com uma performance muito boa na nova geração de sistemas Xbox, rodando a 4K e 60 fps no Xbox Series X. Com a excelência técnica andando de mãos dadas com o vibrante design de fases e personagens, Psychonauts 2 tem tudo para ser um dos maiores lançamentos do ano!
E você, está animado com o que foi mostrado do game até agora? Vai jogá-lo quando ele entrar no catálogo do Xbox Game Pass day one? Qual é o seu jogo favorito do Tim Schafer? Comente a seguir!
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