Era uma vez o começo dos anos 2000. Duas grandes empresas japonesas mundialmente conhecidas por seus RPGs revolucionários e apaixonantes decidiram se juntar e virar uma coisa só. De rivais para amigas, o mundo se rendeu a essa fusão que foi mais impactante que Gotenks.
Para que brigar por Final Fantasy contra Dragon Quest quando se pode ser dono de ambos? Vocês votaram, e aqui está o Do Pior ao Melhor Especial da Square Enix. Aqui estão nossos critérios:
- As notas apresentadas são baseadas no agregador de notas Metacritic. Se o título foi lançado para mais de uma plataforma inicialmente, pegaremos as notas de cada uma das versões e faremos uma média aritmética.
- Nós ranqueamos os 5 melhores e os 5 piores games da empresa, afinal essa é a ideia do quadro. Como tivemos empates, teremos mais de 5 jogos entre os melhores, mas só 5 posições.
- Somente os jogos lançados após a fusão oficial das duas empresas entraram. Com isso, games como Final Fantasy X, que tem uma altíssima nota no Metacritic, não entraram para a lista.
- Nós consideramos só os jogos originais, então versões especiais e expansões não entraram na lista.
- Também não entraram na lista exclusivos de mobile e de portáteis.
Vamos começar com os melhores!
5. Tomb Raider (2013): 86,3 (PS3, Xbox 360, PC)
Lançado em 2013, Tomb Raider serve como um reboot e apresenta como começaram as aventuras da queridíssima arqueóloga Lara Croft. Quando uma expedição para o reino perdido de Yamatai dá errado, a luta de Larinha deixa de ser por evidências do local e passa a ser por sobrevivência.
O título mistura stealth, tiroteios, exploração e sobrevivência, colocando o jogador em um estado de alerta constante. Muitos elementos do combate foram inspirados em Uncharted, mas sem perder a essência da franquia. O jogo ainda conta com diversos colecionáveis para serem encontrados e elementos de RPG, como pontos de experiência que podem melhorar habilidades específicas. Por fim, oferece um modo multiplayer online no qual os jogadores se enfrentam em três modos e cinco mapas.
Seu desenvolvimento começou após o lançamento de Underworld, em 2008, só com metade da equipe, já que a outra parte estava trabalhando em Lara Croft and the Guardian of Light. Mesmo assim, o título se saiu muito bem tanto com o público, vendendo mais de 1 milhão de cópias em menos de 48 horas, quanto com a crítica. Ele foi elogiado por como desenvolve bem a protagonista, os locais fascinantes e ricos em história, o combate intenso e que necessita de flexibilidade e a boa seleção de tumbas, relíquias e puzzles presentes. Já as críticas ficaram para o multiplayer totalmente esquecível e a história previsível. Sua nota é 86,3.
4. Kingdom Hearts II (2005): 87 (PS2)
Kingdom Hearts 2 foi lançado em 2005 e é uma sequência direta de Chain of Memories, que chegou ao mercado no ano anterior. Ele conta a história do protagonista Sora, que não tem lembrança dos eventos do jogo passado, mas mais uma vez está em busca de seus amigos Riku e Kairi enquanto enfrentam a Organization XIII.
O jogo apresenta novas mecânicas que deixam a gameplay muito mais dinâmica, sem contar o surgimento do “pressione triângulo para vencer”, como os fãs chamam o sistema de reações. Mas talvez a novidade mais bem-vinda tenham sido as drive forms. Com elas, Sora pode ter um novo estilo de roupas e combate, assumindo até mesmo o bem estiloso dual wield! Além disso, mundos novos foram introduzidos, como a China de Mulan e o mundo da Disney nos anos 1930.
O título foi um absoluto sucesso, vendendo quase 730 mil cópias na primeira semana no Japão. Segundo a Square Enix, 4 milhões de cópias foram enviadas para todo o mundo. Nos elogios feitos pelos analistas, estão os gráficos, a atuação, a história, os modelos realistas especificamente de Piratas do Caribe, as novas dinâmicas de combate e a câmera melhorada, mas ele recebeu críticas por ter porradaria de botão, pela IA aliada incrivelmente burra e pela baixíssima dificuldade. Sua nota é 87.
4. Final Fantasy VII Remake (2020): 87 (PS4, PS5)
Também em quarto lugar, está Final Fantasy VII Remake, lançado em 2020, que é uma modernização do título que conquistou o coração de diversos donos de PS1. Mas, diferentemente do original, ele é dividido em partes, e até agora só a primeira foi lançada, contando com 18 capítulos e passando por lugares bem conhecidos pelos fãs.
A história acompanha Cloud Strife, um ex-soldado da Shinra que se tornou mercenário e acabou se juntando ao grupo ecoterrorista AVALANCHE, que tem como objetivo enfrentar a Corporação Shinra, que está sugando toda a energia do planeta.
Tanto sua exploração quanto seu combate são em tempo real, mas usa uma versão alterada do Active Time Battle em vez do Active Cross Battle de Final Fantasy XV. Mesmo com mais de 40 horas de conteúdo, o game só aborda 30% da história do título.
Entre os elogios recebidos pelos analistas, estão o combate e os gráficos, que até têm problemas com serrilhados e alguns itens pixelados, mas nada que atrapalhe muito a experiência. As críticas ficaram para as missões secundárias sem originalidade e a câmera bugada. No fim das contas, ele acabou agradando muito e é um Remake com R maiúsculo. O jogo levou para casa nota 87.
3. Dragon Quest VIII: Journey of the Cursed King (2004): 89 (PS2)
Dragon Quest 8, lançado em 2004, usa cel shading nos personagens e nos cenários, que, pela primeira vez na franquia, são totalmente em 3D. Na história, o personagem principal é um guarda real de Trodain que viaja com o rei Trode em busca de Dhoulmagus para fazê-lo pagar por seus crimes. Só que o plano não é tão fácil quanto o esperado.
Grande parte da gameplay clássica se mantém, mas com algumas novidades, como o sistema de tensão, que permite ao jogador usar um comando para pular o turno de um personagem e deixar o próximo ataque bem mais forte. Quem compôs a trilha sonora foi Koichi Sugiyama, que já tinha trabalhado na série criando as músicas de todos os games até aquele momento.
O jogo foi elogiado por seus visuais, sua jogabilidade simples e a variedade de personagens, mas sua história foi descrita como uma das mais básicas da série. Ele ficou em terceiro na lista, com nota 89.
2. Deus Ex: Human Revolution (2011): 89,3 (PS2, Xbox 360, PC, WiiU)
Quem ficou em segundo lugar foi Deus Ex: Human Revolution, lançado em 2011. A história se passa em 2027, 25 anos antes do primeiro jogo da série, e acompanha o agente de segurança da Sarif Industries Adam Jensen em uma história que envolve transumanismo, o crescente poder das megacorporações e seus impactos na classe social. Grande parte da história se desenvolve de acordo com as decisões tomadas pelo jogador, o que pode mudar bastante a experiência de uma pessoa para outra.
O jogo é um action RPG com stealth e tiroteio como principais mecânicas. A gameplay alterna entre áreas de mundo aberto com cenas mais roteirizadas em que o jogador deve descobrir a melhor opção para superar os obstáculos, seja de forma sorrateira, matando os essenciais, seja atuando como um enviado do capeta que deve arrecadar almas para o submundo. Há diversos upgrades que podem ser feitos para que as habilidades de Adam estejam de acordo com as preferências de cada jogador.
O game nasceu muitos anos depois das tentativas fracassadas da empresa de criar uma sequência para Invisible War, o segundo jogo da série. Com isso, a equipe de desenvolvimento de Human Revolution começou pequena, mas foi crescendo com o passar do amadurecimento do projeto. E essa confiança que Eidos Montréal deu ao título dirigido por Jean-François Dugas foi bem positiva, já que o título recebeu elogios e mais elogios dos analistas, além de ter vendido pouco mais de 2 milhões de unidades até o fim do ano, o que foi considerado um resultado favorável.
Ele foi aclamado pela variedade de formas possíveis de se completar cada missão, pela incrível atmosfera futurista, pela história complexa com temas pertinentes, pela gameplay divertida, pelos level designs bem-feitos e pela longa aventura que chama o jogador para uma segunda (ou até terceira) jogatina. Ao mesmo tempo, foi criticado por batalhas fracas contra chefões, por longos tempos de loading, por animações faciais datadas e por sua fraca inteligência artificial. Human Revolution recebeu um Director’s Cut em 2013 que melhorou diversos aspectos do título, mas, como estamos considerando só o original, ele ficou com nota 89,3.
1. Final Fantasy XII (2006): 92 (PS2)
Final Fantasy XII foi lançado em 2006 e foi um grande sucesso. Quando a princesa de Dalmasca, Ashe, se vê em perigo após perder seu pai e seu marido na invasão Archadiana, ela encontra o aspirante a pirata dos ares Vaan e outras pessoas que podem ajudá-la a acabar com a tirania do Império Archadiano.
O título trouxe diversas novidades para a série, como um mundo aberto, uma câmera controlável, um sistema de gambit, missões secundárias de caçada, a exclusão dos encontros aleatórios e os Quickenings.
Foi o sexto jogo da história a receber a nota máxima do veículo Famitsu e foi aclamado por diversos analistas. Os elogios mais recorrentes ficam por conta dos gráficos, cenários, novos sistemas e de todo o ar de novidade que ele trouxe à franquia. As transições entre jogatina e cinematics também foram destacadas. As viagens foram descritas como tediosas, mas a equipe de atores foi incrível, assim como a história e a rica direção de arte. Entre as poucas críticas que ele recebeu, estão a trilha sonora, considerada a mais fraca da franquia, e o sistema gambit, que fazia que o jogo basicamente jogasse por conta própria. Sua nota é 92.
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Agora, vamos para os piores jogos!
5. Mindjack (2011): 43,5 (PS3, Xbox 360)
Como o pior jogo da Square Enix, está Mindjack, lançado em 2011. Passando-se em um futuro distópico, no qual os governos estão em decadência e organizações corruptas estão surgindo, o jogador controla um personagem sem muito brilho que usa suas habilidades hackers, junto de tiro, porrada e bomba, para derrotar os inimigos.
Com uma visão em terceira pessoa, o jogador deve aguentar gráficos horrorosos, diversos bugs, uma apresentação terrível, controles estranhos e uma história arrastada para, quem sabe, achar que a jogabilidade é interessante e o modo multiplayer é minimamente divertido. Ou seja, não é totalmente ruim, mas está muito longe de ser bom. Sua nota é 43,5.
4. Balan Wonderworld (2021): 42,8 (PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series, Switch, PC)
Em quarto lugar, um vacilo recente. Balan Wonderworld, lançado em 2021, acompanha duas crianças chamadas Leo Craig e Emma Cole, que são guiadas pelo mágico Balan. Para enfrentar seus problemas psicológicos, eles devem passar por diversas fases usando roupas diferenciadas que dão poderes diferenciados.
Agora, o que não é nada diferenciado é a jogabilidade dele. Bonito? Ele é. Bom level design? Ele tem. Boa quantidade de poderes? Ele tem, também. Fora isso, é tudo extremamente genérico, com controles imprecisos, mini games irritantes, batalhas com chefões muito parecidas umas com as outras e fáceis… Ele mirou onde Mario Odyssey acertou, mas passou muito longe! Sua nota é 42,8.
3. 0 Day Attack on Earth (2009): 41 (Xbox 360)
0 Day Attack on Earth, lançado em 2009, é um game de tiro de nave do tipo twin-stick shooter, em que o jogador deve salvar o planeta Terra derrotando diversos chefões alienígenas no caminho para prosseguir para a próxima fase.
O título, que foi lançado por meio do Xbox Live Arcade, só não decepcionou porque não havia expectativa em torno dele. Os visuais são relativamente bonitos, e a música é bem interessante, mas a ação é extremamente repetitiva, os chefões são chatos, a IA aliada é tão burra que torna a experiência frustrante e relativamente mais difícil e, para acabar, o modo online é muito lagado. A menos que você esteja no Dia da Marmota, passe longe desse jogo. Sua nota é 41.
2. Left Alive (2019): 38,2 (PS4, PC)
Em segundo lugar, uma grandíssima decepção chamada Left Alive. Lançado em 2019, ele acompanha um grupo de pessoas que estão tentando sobreviver no meio de uma invasão surpresa de um país a outro. Uns têm como objetivo ajudar os sobreviventes; outros, destruir as máquinas de guerra gigantescas que estão causando tudo.
O jogo já começou problemático quando, antes de seu lançamento, foi comparado a Metal Gear Solid. Se pararmos para pensar, é quase isso, só que ele está mais próximo de um Metal Gear Survivor mesmo. Não adianta ser bonito, ter uma boa história e boa música, mas falhar no resto. É um jogo, não um filme!
Seus controles são duros e pouco responsivos, os inimigos são esponjas de dano, as missões secundárias são fraquíssimas, a física é malfeita e a atuação é tenebrosa. Pensando bem, ele não daria certo nem como filme. Sua nota é 38,2.
1. The Quiet Man (2018): 34 (PS4, PC)
Em primeiro lugar, The Quiet Man, lançado em 2018. O jogo mistura cutscenes mal atuadas em FMV, ou seja, com atores reais, enquanto a gameplay é um beat ‘em up genético, malfeito e repetitivo.
Como o personagem principal é surdo, a desenvolvedora Human Head Studios (que foi fechada 1 ano depois do lançamento) decidiu fazer que a maioria dos sons do game fosse abafada. A ideia não é ruim e foi usada em produtos audiovisuais como o filme O Som do Silêncio, de 2020; o problema é que é malfeito, atrapalha a experiência e o entendimento geral da trama.
Os analistas o descreveram como um desastre espetacular, como um dos piores jogos de uma grande publisher, como miserável e uma perda de tempo e de dinheiro. Com isso, ele ficou com nota 34.
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