Com mais de 500 milhões de fãs espalhados pelo mundo, o beisebol está entre os esportes mais praticados do planeta. Muito difundido na Ásia, no Caribe e na América do Norte, ele também tem cadeira cativa na América Latina, sendo muito adotado no Brasil pelos orientais.
Nos Estados Unidos, o beisebol é o quarto esporte mais visto pelos apaixonados no país. No videogame, sua história é antiga e se perde de vista. A franquia MLB The Show surgiu em 2006 e, desde então, sempre esteve presente nos consoles da Sony.
Desenvolvido pelo San Diego Studio, o título é considerado o ápice do beisebol nos jogos eletrônicos. Sempre muito refinada e um passo à frente da concorrência, a nova versão rompeu barreiras e chegou até mesmo ao Xbox Game Pass, algo inimaginável há alguns anos.
O PlayStation 5 não ficaria de fora da festa e ganhou uma versão em abril. Mas será que vale investir o seu rico dinheirinho na versão de 60 FPS, 4K e HDR? Nós tivemos a oportunidade de jogar o game e iremos contar tudo nas próximas linhas.
Play Ball
Se você tem interesse por beisebol, mas não está familiarizado com o game, aqui se inicia o seu primeiro e maior desafio. Assim como todos os jogos do gênero, MLB The Show 21 não é simples e é pouco convidativo para quem quer conhecer o esporte.
Seria muito fácil vir aqui e escrever palavras bonitas, citar peculiaridades dos arremessos, como a bola rápida de 4 costuras (4-seam fastball) ou então falar sobre sinker ou cutter. Seria o mesmo que falar grego para muitas pessoas. E é essa a impressão que um novo jogador, que pretende conhecer o esporte, tem pela frente. Quando falamos de uma modalidade desconhecida por muitos, a primeira coisa que devemos apresentar é uma facilidade no ensinamento e na leitura de tudo o que acontece.
E o jogo não é assim. Ele é complexo e desafiador para quem não conhece o esporte, com telas recheadas de informação e estatísticas. Agora, para quem está acostumado com o esporte, é um verdadeiro deleite.
Ele tem estratégia, emoção e desafios intensos, que irão levar os amantes de uma boa diversão ao ápice. A curva de aprendizado é longa, mas a satisfação é imensa. Portanto, antes de se aventurar no jogo, recomendamos ver algumas partidas na TV. É importante entender bem as regras para poder usufruir o máximo possível do título.
Strike Out
É uma pena que a parte gráfica não acompanhe todos os outros requisitos do game. Mesmo estando no PS5, parece que as artes são sempre deixadas de lado nos jogos de esporte. Os bonecos não são bem-feitos, são bem simples e não acrescentam muito na diversão.
O lado positivo é que a otimização cresce bastante, ajudando muito no desempenho do jogo. Se divertir em 60 FPS e aproveitar toda a velocidade do SSD ameniza um pouco toda a situação apresentada.
Vale destacar que os efeitos de sombra e luz são pouco utilizados; se tivessem recebido um carinho maior, poderiam aumentar ainda mais a imersão no jogo. Para se ter uma ideia, a mudança de clima é pouco impactante. Jogos com garoa retratam bem a dificuldade de implementação de uma arte à altura do que o título merece.
Diversão de montão
O game traz diversos modos de jogo. O carro-chefe segue sendo "Road to the Show", no qual se controla um jogador rumo ao sucesso. Diferentemente das séries passadas, logo depois de ser escolhido no draft, o jogador entra na Double A, que pode ser considerada uma divisão mais fraca da MLB.
Para este ano, uma possibilidade muito bacana é jogar em duas posições ao mesmo tempo: como rebatedor e como arremessador. O player encarna o famoso two-way player, cada vez mais raro na atualidade. Dessa forma, é possível ser uma lenda no esporte sem ter que criar campanhas distintas dentro do jogo.
Outra adição, mas exclusiva para o PS5, é a possibilidade de acompanhar uma narrativa da carreira, com opiniões e desempenho, feita pelos jornalistas que cobrem diariamente a liga nos Estados Unidos. Esse fator traz uma grande imersão para a história.
MLB The Show 21 proporciona outras formas de entretenimento, como o controle de uma franquia, disputas online, o modo desafio e o Diamond Dynasty, que lembra o Ultimate Team do FIFA. Para completar, existe o Home Run Derby, para se divertir com os amigos e até mesmo no modo online.
Mecânicas apuradas
O que sempre conquistou na franquia foi a forma de incorporar a diversão com a simulação. Graças ao DualSense e à presença dos 60 FPS, MLB The Show 21 ganhou uma sintonia fina e espetacular. Os comandos são muito responsivos e ajudam a aumentar ainda mais a imersão de jogo. Não tem preço escutar o técnico falando para continuar correndo ou tentar roubar uma posição em campo pelo joystick.
Este ano temos a presença de uma mecânica nova de arremesso. Quem já jogou games de golfe vai se sentir à vontade com ela. É necessário utilizar o analógico direito para fazer os arremessos de forma correta. O sistema é simples e pode ser implementado ainda mais nos próximos jogos, porque o que não falta no beisebol são formas de mandar a bolinha para o rebatedor.
A cereja do bolo
MLB The Show 21 tem um modo de criação de estádio bem bacana e simples de ser utilizado, fazendo que se mude praticamente todos os aspectos tanto do campo quanto das redondezas. Dá até para escolher o formato das árvores que ficam fora do estádio.
Essa adição faz que os modos de jogo em que se cria uma equipe possam ser muito mais divertidos, adicionando personalidade e identidade ao estilo de jogo. Quem sabe até seja possível recriar o Montréal Expos.
Vale a pena?
MLB The Show 21 é um jogo obrigatório para quem é fã de beisebol. Isso não se discute. Se você quer conhecer o esporte e tem tempo de sobra para isto, o game também é um prato cheio, mas tenha paciência. Agora, caso você não tenha familiaridade com o esporte, infelizmente ele mais te afastará do que te conquistará.
MLB The Show 21 foi cedido gentilmente pela Sony para a realização deste review.
Nota: 89
Coloque seu boné, pegue seu taco e bora para a rebatida
Pontos positivos
- Mecânicas apuradas
- Muitos modos de jogo
- Simulador perfeito de beisebol
Pontos negativos
- Pouco convidativo
- Gráficos fracos
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