Em outubro de 2020, o Voxel publicou a análise de Crash Bandicoot 4: It’s About Time sob o hino de que a experiência é a gostosura com que todos sonhávamos para o retorno do marsupial, nascido como mascote da marca PlayStation e, eventualmente, disseminado entre todas as plataformas.
Após uma buchada de N. Sane Trilogy, que remasterizou a trilogia clássica para a atualidade, e Crash Team Racing: Nitro-Fueled, em que os personagens se esgoelam no kart à moda Nintendo, o respiro foi breve para a tão adorada sequência da franquia – com toda a responsabilidade que isso carrega.
Depois de dar as caras no PS4 e no Xbox One, Crash 4 agora abraça o PS5, o Xbox Series X|S, o Switch e o PC (após os consoles), tornando-se um produto multifacetado e cheio de upgrades. Vejamos o que essa versão traz de frescor a quem já jogou e aos novatos de plantão.
-Fonte: Divulgação/Activision
Combo clássico do upgrade: 4K e 60 FPS
A tônica dos upgrades da nova geração tem sido a mesma: quando um título recebe o pacote de atualizações, os efeitos aplicáveis costumam se dar na resolução e na taxa de quadros por segundo, ajustando o valor do 4K lá em cima, perto do patamar nativo (2.160 p), e estabilizando o frame rate em 60 quadros.
Crash 4 não é diferente. O visual é páreo no PS5 e no Xbox Series X, com resolução dinâmica que busca sempre a casa dos 2.160 p e performance otimizada para rodar em 60 FPS pelo maior tempo possível. Sombras adicionais aqui, luz refinada acolá e texturas reajustadas com filtro anisotrópico: é difícil apontar muitas disparidades entre os dois consoles.
Em termos de performance, nem adianta "secar" a plataforma rival: ambos os aparelhos mantêm estabilidade nos 60 quadros por segundo, com ocasionais quedas em cinemáticas ou em trechos repletos de elementos. Novamente: é raro acontecer. Portanto, o combo 4K + 60 FPS funciona dentro do que se espera, dadas as costumeiras oscilações em resolução e performance.
-Fonte: Divulgação/Activision
A versão fornecida pela Activision para o propósito deste conteúdo foi a de PS5, portanto, é nessa dualidade dos lados azul e verde da força que nos baseamos.
DualSense: pitada extra
Atualmente, a publisher ostenta três estúdios de ponta cuidando de adaptações ou readaptações: a Vicarious Visions (de Tony Hawk’s Pro Skater 1+2 e N. Sane Trilogy), a Beenox (de Crash Team Racing: Nitro-Fueled) e a Toys for Bob, responsável pelo retratamento da trilogia Spyro e, agora, por Crash 4.
Além da preocupação audiovisual, a equipe deu um toque extra à experiência no PS5 graças às implementações do DualSense. Os gatilhos adaptáveis vibram na ponta das unhas quando Tawna usa seu gancho ou nos trechos em que Crash desbrava obstáculos em um jet ski turbinado.
-Fonte: Divulgação/Activision
Neo Cortex, por sua vez, frita inimigos com os raios de seu blaster, sentidos na vibração do controle no momento de impacto, em sutis tonalidades. O DualSense ativa essa responsividade diferenciada em ocasiões pontuais da jornada e busca se situar como um fator surpresa para tirar o jogador da rotina com rápidas pitadas táteis da vibração.
O mesmo serve para o áudio 3D: com headset (no PS5), Crash 4 fica mais espacial (e especial) do que nos alto-falantes do televisor. A entrega de abrangência mostra seu charme nas fases em que se deve fugir de uma criatura ou objeto gigante correndo em direção à tela.
-Fonte: Divulgação/Activision
Transferência de save e upgrade gratuito, sim!
Diferentemente do que fez com seus últimos jogos que receberam upgrade para a nova geração, a exemplo de Tony Hawk’s Pro Skater 1+2 e Call of Duty: Black Ops Cold War, a Activision deu chancela para que Crash 4 brindasse os jogadores com uma atualização gratuita no PS5 e no Xbox Series X|S, vindos do PS4 e do Xbox One, respectivamente.
De lambuja, há transferência de progresso. Sim, sabemos que a prática do cross-save deveria ser consenso entre estúdios e publishers, mas infelizmente não é. A medida se aplica em casos isolados, não frequentes. A notícia, portanto, é sempre um alento aos que querem continuar a jornada com os aprimoramentos embutidos nos novos consoles – ou para quem busca a suada platina/1.000 g dessa experiência "masoquista".
-Fonte: Divulgação/Activision
Vale a compra?
Se você ainda não teve a oportunidade de jogar Crash 4, vamos parafrasear alguns dizeres da análise original aqui no Voxel: já alimentávamos boas expectativas por tudo que havia sido divulgado e por confiar no trabalho da Toys for Bob, mas também estávamos com uma pulga atrás da orelha por imaginar que poderiam “requentar” algumas coisas da trilogia remasterizada. Porém, não: tudo é novo, refeito, reconstruído e bem aplicado dentro dos pilares que ergueram a franquia.
É leve e gostoso de acompanhar, especialmente quando regado à bela dublagem em português. Como a atualização é gratuita no PS5 e no Xbox Series X|S, basta fazer a transição natural da experiência para as capacitações que os novos consoles oferecem e resgatar sua cruzada pela platina ou pelos 1.000 g.
Quem não jogou deve fazer esse favor a si mesmo para conferir como o marsupial foi ressuscitado do jeito certo e o que isso significa ao pavimentar o futuro da franquia. Crash 4 é um rodízio de pizza recheado de conteúdo, com muitos sabores à disposição e o principal: autenticidade.
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