Quando Age of Empires II: Definitive Edition chegou ao mercado, em 2019, muita expectativa foi criada em torno de possíveis conteúdos novos que pudessem aumentar o fator "replay" desse grande clássico dos PCs. Para quem curtiu o título original e conseguiu conferir o seu remake, tenho certeza de que ficou muito satisfeito com o trabalho feito pelo Xbox Game Studios.
Lançado há 22 anos, a versão original foi totalmente repaginada no título de 2019. Recebeu todos os pacotes de expansão do grande clássico e a versão HD, lançada em 2013. Além de melhorias gráficas, resolveu problemas do passado, como a jogabilidade e alguns erros históricos. Agora pare e conte: se o jogo já é considerado um dos melhores da franquia, imagina agora feito com todo o cuidado?
Chegamos ao final do primeiro mês de janeiro de 2021 e com ele o primeiro conteúdo inédito para se juntar ao título. Chamado de Lords of the West, o DLC traz campanhas inéditas e novas civilizações. Tive a possibilidade de jogá-lo e vou descrever minhas impressões a seguir.
Vale pontuar que esta análise terá como foco os detalhes de cada civilização e a minha experiência com as campanhas. Deixarei de lado a jogabilidade e os gráficos, pois nada foi alterado nesse sentido.
Prepare-se para a batalha!
O DLC traz civilizações únicas para se divertir. Uma delas são os burgúndios, que é uma tribo germânica ariana, com origem na Escandinávia e de grande influência geopolítica no século 4. Na época, eles tentaram expandir seu território, mas foram praticamente destruídos durante uma incursão malsucedida. Imagina quem quase os dizimou? Os romanos apareceram pela frente e não tiveram dó. Seus descendentes atuais vivem em regiões da Suíça e da França.
No jogo, os burgúndios têm duas unidades exclusivas, o Courtillier Borgonhês e a Flemish Militia. O primeiro tem uma particularidade, que é dar golpes muito fortes, mas não é tão simples, pois demora para realizar o dano; devido a isso, esse tipo de cavalaria pode ter fraqueza contra inimigos velozes, já que estamos falando de um game do gênero RTS. A segunda (Flemish Militia) são os famosos aldeões, que recebem um bônus contra a cavalaria.
A segunda civilização é muito conhecida por todos nós. Os sicilianos marcaram época, principalmente nos filmes de mafiosos, mas entenda que sua história é de muitos séculos atrás. Sua ligação com a criminalidade é da Idade Média. A região da Sicília começou a ser habitada há 8 mil anos a.C. e a população é uma grande mistura de grupos étnicos.
Em Age of Empires II: Definitive Edition, eles têm uma unidade única chamada Sargento Siciliano. O grupo tem a habilidade de construir um edifício defensivo, parecido com o Krepost, da civilização búlgara. O foco dos sicilianos está no combate de infantarias, mas não pense que parou por aí. Eles constroem edifícios 2 vezes mais rápido do que as outras civilizações e, suas unidades terrestres, podem absorver 33% de bônus de dano.
As novas civilizações também receberam tecnologias exclusivas e bônus de equipe. Umas das que eu mais gostei foi a Burgundian Vineyards, dos borgonheses. Em uma situação desesperadora, você pode converter toda a sua alimentação em ouro. A Revolução Flamengo também é interessante, pois transforma todos os aldeões em milicianos.
Mais campanhas e mais bugs
Além das duas novas civilizações, Lords of the West apresenta três campanhas inéditas, sendo duas delas com os novos grupos. Cada história tem cinco episódios. Roberto de Altavila vai liderar um pequeno grupo de ladrões sicilianos e tentar unir as três principais culturas da região, os duques da Itália, os príncipes da Terra Santa e os reis da Sicília.
Já os borgonheses terão que se unir para criar uma grande civilização. Agora, a novidade fica para Edward Longshanks, também conhecido como Eduardo I. Nessa campanha, que para mim foi a mais legal, sua missão será reunir os ingleses para dominar a região da Grã Bretanha. A incursão vai durar cerca de 2 horas e 30 minutos, dependendo do seu grau de gerenciamento e diversão. Vale destacar que tudo está traduzido e muito bem dublado para a nossa língua.
Muitos erros podem sem encontrados nas evoluções dentro de cada civilização, desde updates em eras erradas até desbalanceamento desproporcional de algumas unidades de batalha, incluindo erros de velocidade entre as tropas. Em um jogo de RTS, isso é um problema que pode complicar demais na hora da jogatina, mas é lógico que com o tempo isso deverá ser arrumado, mas até lá tenha isso em mente.
Uma terra para desbravar
Ficou claro que a grande intenção da empresa é focar no desenvolvimento desse título, principalmente com um grande apelo ao modo online. O conteúdo lançado pela parceria Xbox Game Studios e Forgotten Empires nos mostra um caminho que pode ser de sucesso. Na época em que o jogo foi lançado originalmente, a internet era um problemão. Hoje, com a qualidade da rede, a franquia poderá "surfar" à vontade por aí.
As duas civilizações têm pontos positivos e negativos, deixando claro que elas podem aumentar, e muito, o fator replay. Os burgúndios são mais fortes e podem ajudar em batalhas online contra muitos jogadores. Caso o jogador busque uma experiência de 1 x 1, ou gosta de rushar, não tem o que pestanejar, ele deve ir direto com os sicilianos e ser feliz.
Apesar de tantas qualidades, e por mais que seja um conteúdo novo e exclusivo dos detentores da Definitive Edition, chega a assustar o preço cobrado. Não que o valor seja estratosférico, mas ele se torna alto quando nos referimos ao preço do jogo-base.
Atualmente, na Steam, AoE II: Definitive Edition custa R$ 36,99. Já Lords of the West está por R$ 29,99. Com certeza fizeram isso para sentir o mercado. O DLC é muito bem-vindo, mas se compararmos com o preço do título, muitos podem pensar 2 vezes antes de adquirir. Para os apaixonados por Age of Empires, a compra é certa. Aumentará suas horas de jogo, tanto no online quanto no modo single player.
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Jogo Age of Empires II: Definitive Edition, PC
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