Introdução
O careca mais mal encarado, mas também o mais adorado do mundo dos games está de volta. O Agente 47 retorna no terceiro e último game da saga “World of Assassination” que teve início em 2016. Na nova trama, que como vocês devem imaginar, é uma continuação direta dos eventos de HITMAN 2, 47 e sua parceira Diana Burnwood, se uniram a Lucas Gray e a hacker Olivia Hall para derrubar de uma vez por todas a organização “Providence”, que secretamente, controla os rumos do planeta.
Os dois primeiros jogos da franquia já foram ótimos, aqui mesmo no VOXEL eles receberam notas 85 e 90 respectivamente. Será que o terceiro game mantém essa linha vitoriosa de notas? Preparem seus silenciadores e seus garrotes e vamos para a análise de HITMAN 3.
Confiram também nossa vídeo análise aqui embaixo:
Desenvolvimento
Logo de cara, a primeira coisa a que podemos falar de HITMAN é que é uma continuação que não traz tantas diferenças de gameplay assim dos capítulos anteriores, isso não é ruim, já que como eu falei, os dois são ótimos jogos. Logo na primeira missão, o game já te apresenta uma mecânica nova, o uso de uma câmera de celular para hackear alguns aparatos, como janelas e portas com aberturas eletrônicas, ou escanear objetos para adquirir mais informações - além é claro de, bem, tirar fotos.
Mas de resto, tudo é perfeitamente reconhecível para quem já jogou os games anteriores. Inclusive, se você não jogou, é bom jogar. Como essa terceira parte é uma continuação direta, quem não tiver jogado vai ficar bem perdido. O jogo até tem um vídeo bem completinho de apresentação, chamado “Story So Far”, que dá uma resumida em tudo, mas quem jogou vai ter uma ideia mais completa do que está acontecendo.
Para deixar as coisas ainda melhores para quem jogou os games anteriores, HITMAN 3 permite que você carregue seu progresso, incluindo missões (com um leve upgrade gráfico como reflexos melhorados e outros detalhes para quem estiver jogando nos consoles da nova geração), além de armas, ferramentas e desafios desbloqueados.
Bom, no começo o site da IO Interactive estava com um probleminha para puxar as informações, então tive que começar sem essa forcinha. Mas depois, o problema foi resolvido e consegui carregar todo o meu progresso dos games anteriores.
Gráficos e performance
Vamos falar de gráficos, o jogo em si está lindíssimo, durante as missões, dá para perceber o cuidado com os detalhes que desenvolvedora manteve, apesar de uma coisinha estranha ou outra, como uma texturazinha meio desconexa do resto, mas nada que tire a beleza desses cenários, os detalhes de luz e sombra, os reflexos, os efeitos da água da chuva no 47, são impressionantes... e sério... OLHA ESSA CARECA RELUZENTE! Que homem, não?
Joguei o game em um PS5 (já que a minha campanha anterior foi feita nas plataformas da Sony), nesse console, o jogo roda a 1800p (sim mil e oitocentos mesmo, não mil e oitenta) com 60 fps fixos, em momento algum notei qualquer frame drop, mesmo em ambientes LOTADOS de pessoas, ou seja, no quesito performance o jogo está impecável.
Entretanto, quando assistimos às cutscenes, vemos que parece que o mesmo esmero não foi dado. As animações faciais de alguns personagens parecem bem estranhas, e a qualidade da imagem diminui, inclusive, parece adicionar um efeito “noise” nas cutscenes que deixa tudo com um aspecto meio “old gen”. Isso causa um pouco de estranheza pois durante a gameplay nas missões o jogo é estonteante e quando passamos para as cutscenes a diferença de qualidade é grande, por isso o baque na minha percepção foi bem abrupto.
Apesar disso, já bem melhor do que no dois, que as cutscenes entre as missões não tem movimento, são basicamente, fotos com áudio e umas jogadas de zoom, tipo um powerpoint bonito.
As missões e diferenças para os anteriores
Nós já conhecemos bem o “Modus Operandi” de 47. O careca é um mestre dos disfarces, ele se infiltra em qualquer rolê, se disfarça usando as roupas de quem está disponível e, dependendo do estilo do jogador, sai por aí tocando o terror. Mas assim, não recomendo tocar o terror aqui, pois apesar de 47 ser muito habilidoso, seu destino pode ser esse aqui:
Aproveitando, vamos ver outra vantagem desse game ser rodado em um console de nova geração: o tempo de espera para carregar a missão, caso você morra ou resolva dar aquele loading, são apenas 10 segundos.
Em algumas missões, o HITMAN 3 tenta se diferenciar um pouco de seus antecessores, não na gameplay, mas na resolução do objetivo. Em “Death in the Family”, por exemplo, o jogador pode se envolver em um objetivo de descobrir quem assassinou um membro de uma família tradicional da Inglaterra, tendo que procurar pistas e questionar suspeitos a fim de descobrir o culpado.
Ou como em “Apex Predator”, missão em Berlin, onde 47 não sabe quem são seus alvos, pois eles estão disfarçados na multidão em uma baladona, a única forma de descobrir quem são é chegando perto o suficiente deles para captar alguma coisa. Essas pequenas mudanças são bem-vindas para dar uma leve reinventada no estilo, mas sem perder a essência do que é jogar HITMAN.
Passar uma vez pelas missões é apenas o começo, já que assim como nos jogos anteriores, existem várias formas diferentes de acabar com seus alvos. Refazer uma missão de modos diferentes torna a experiência do jogador algo diferente e fazendo os diferentes desafios do cenário, ao final da fase, você é recompensado com pontos de xp.
Esses pontos se acumulam e servem para dois propósitos: o primeiro é aumentar o nível do seu profile.
Já o segundo é aumentar o nível de maestria naquela missão específica, cada missão tem maestria que vai de 1 à 20.
Ao terminar a fase, toda a experiência é calculada e adicionada a essa maestria. A cada nível passado, é liberada uma vantagem para aquela missão, ou alguma ferramenta para ser usada em qualquer outro cenário.
Esse tipo de estratégia é bem legal para manter os jogadores jogando o game e refazendo as missões, seja para completar todos os desafios da fase para se considerar um “mestre assassino”, ou para liberar alguma ferramenta para dar aquela forcinha em uma missão futura. Qualquer que seja ideia, o jogador se sente convidado a jogar aquela fase de novo e dar a ela um caminho completamente diferente do anterior.
Problemas? Claro que tem
HITMAN é um jogo extremamente divertido para quem curte stealth, mas continua pecando da mesma forma que os games anteriores: Inteligência artificial inconsistente. Enquanto em alguns momentos, você até acha interessante como um alvo reage a alguma ação, em outros ela é extremamente robótica e até meio boba ou burra demais.
Existem alguns bugs, mas nada que vá atrapalhar sua experiência no jogo. Às vezes você pode encontrar um personagem sentado em um banco invisível ou uma lavanderia com máquinas de lavar invisíveis, mas nada que faça você ter que reiniciar uma missão ou algo assim.
Contudo, tive alguns problemas com queda de conexão durante as missões, e isso faz com que seu progresso não seja computado no seu perfil e tive um problema que o jogo congelou e eu precisei fechar o game. Mas só aconteceu uma vez, então considerem um caso isolado.
O que a gente pode considerar algo mais chatinho, mas que também não influencia no gameplay, é a quantidade de modelos iguais ou MUITO parecidos. Em alguns cenários que têm multidões concentradas, não é difícil de vermos vários “irmãos gêmeos idênticos”, é um pouco chato, mas nada também que comprometa a qualidade do game.
Mas para mim, o que mais me desagradou no game foi o fato de que ele teve um regresso: HITMAN 3 não conta com textos e nem legendas em português. Mesmo eu conhecendo bem o idioma inglês, fiquei bem chateado ao ver isso PRINCIPALMENTE levando em consideração que os dois jogos anteriores da franquia contam tanto com textos como com legendas em PTBR, provavelmente graças ao trabalho da WB Games que distribuiu os capítulos anteriores por aqui.
Por quanto tempo vou jogar HITMAN 3?
Sobre a duração do game, essa é uma questão bem mais complicada de responder, pois se você focar suas missões e eliminar seus alvos apenas para passar de fase, sem dar importância à exploração ou à descoberta de novos modos de eliminar os objetivos, o jogo pode ser curto.
Nas primeiras vezes que completei as missões levei entre 30 minutos e uma hora para terminar cada uma das seis disponíveis no game, ou seja, para fechar a história deve-se levar umas seis horas mais ou menos.
Mas isso é BEEEM relativo, visto que tem gente que já conseguiu terminar a primeira missão do game em 9 segundos. Mas, como já mencionei anteriormente, o fator replay do game é gigantesco e divertido.
HITMAN 3 também conta com outros modos de jogo como o Contracts que nos permite criar um contrato, marcando qual alvo você quer que os jogadores ELIMINEM que jogarem seu contrato futuramente matem e da para escolher até de qual forma ele o alvo deve ser eliminado e usando qual disfarce. Além do clássico Sniper Assassin, que coloca 47 para treinar suas habilidades de franco atirador com objetivos bem específicos.
Além disso, também temos os escalation contr ‘acts, que são missões que se passam em algumas localidades que você já jogou, mas com alvos diferentes e com objetivos bem mais específicos. Como não poder atordoar ninguém, ou apagar o alvo com uma pá. Cada vez que você conclui uma missão dessa ela fica mais complicada. Pena que apenas uma está disponível na versão standard do game.
Portanto, apesar de a campanha ser curta, o tempo total de jogo de HITMAN 3, como vocês podem ver é vai depender muito da vontade do jogador
VALE A PENA?
HITMAN 3, fecha muito bem a trilogia do assassino careca mais adorado do mundo dos games. Mesmo a história não sendo um primor de originalidade, ela tem começo, meio e fim bem desenvolvidos e você acaba criando um certo vínculo com o protagonista, mesmo sabendo que o sentimento não é recíproco... até porque, o 47 não tem sentimentos.
Ele traz poucas mudanças quando comparado à HITMAN 2, as novidades trazidas, fora a versão para a nova geração, não são suficientes para dizer que o game é uma evolução. Mas ele mantém todas as qualidades que essa trilogia trouxe para a franquia e até tenta dar uma escapada da rotina com uma ou outra missão mais diferentona.
O golpe de não contar com legendas e textos em português me pegou de surpresa, já que os dois capítulos anteriores contam com essa boa adição, e sim, levo localização e legendas em consideração para as notas das análises que faço. Pois para mim, o jogo deixar de ter algo bom, sem dar nenhuma evolução de destaque em contrapartida é um regresso. Por isso a nota de HITMAN 3 é 85.
Mas calma que ainda não acabou. Existe um outro ponto que é importante falar. O preço. Para mim, esse quesito não reflete na nota, pois a nossa análise é do jogo e não os mercados nos quais estão inseridos. Mas merece uma atenção importante: a versão Standard, a padrãozinha mesmo, de HITMAN 3 está 320 reais nos consoles. Um preço que beira o absurdo, mas que pode se tornar o padrão por aqui, infelizmente. Já a Deluxe, que vem com um livro digital e algumas daquelas missões escalation, chega a 430 reais.
Quem decide se vale a pena ou não gastar nosso rico dinheirinho é cada um de nós, mas desculpem a sinceridade, eu falando como consumidor e mesmo como uma pessoa que ama a franquia, acho esse valor estratosférico. E esperaria uma ótima promoção para pegar o meu, pois o último capítulo da trilogia do agente 47 vale muito a pena, mas sem precisar estourar o seu orçamento, né?
Agora sim, essa foi a nossa análise de HITMAN 3, concordam? Discordam? Participem aqui nos comentários e não se esqueçam de deixar AQUELE LIKE e se inscrever no canal do Youtube do VOXEL.
Categorias