Corridas antigravitacionais, frenéticas e com naves que atingiam quase 1000 km/h foram destaque na segunda grande década do mundo dos games. Praticamente todos os detentores do Super Nintendo tinham uma fita de F-Zero, considerado o pai deste gênero. Ao longo dos anos, outros games foram surgindo, como WipeOut, Fast RMX e Redout. Foi então que chegamos em 2017, com o lançamento de Formula Fusion.
Com um nome alusivo à corrida, Formula Fusion surgiu após uma campanha muito bem sucedida no KickStarter, chegando a arrecadar cerca de £80 mil. Porém, o tiro não saiu como os desenvolvedores da R8 Games queriam. Foi então que surgiu a ideia de lançar uma grande atualização para o game. Só que o trabalho ficou maior que a criatura e os britânicos resolveram até mudar o antigo nome do jogo.
Fonte: Pacer
Quem adquiriu Formula Fusion em 2017, ficará muito feliz em saber que terá um novo game, totalmente repaginado e muito mais parecido com o desejo dos produtores. Ah, e com a diferença de que o nome do game na biblioteca passará a ser Pacer.
F-Zero ou WipeOut?
Quando temos a oportunidade de conhecer um novo jogo de corrida antigravitacional, sempre iremos nos lembrar dos dois grandes títulos que marcaram época. Vale destacar que as comparações com F-Zero e WipeOut, são legítimas. O título produzido pela R8 Games pode ser considerado um apanhado de cada um destes clássicos. Isto não significa que ele pegou o melhor de cada um, mas o que achou condizente para criar um game completo.
Para analisarmos, devemos levar em consideração o nosso DNA gamer. Ele fará com que nossa memória coloque Pacer mais próximo de um dos dois jogos. Para mim, Pacer é muito mais WipeOut, com adereços que imortalizaram F-Zero. Isto ocorre se levarmos em consideração a jogabilidade e a mecânica implementada.
Pisa fundo, fundo mesmo!
Ao pilotar veículos antigravitacionais a quase 1000 km/h sempre buscaremos a sensação maravilhosa proporcionada por F-Zero. É curioso, que por mais que Pacer seja muito bem feito, a impressão de velocidade bruta não aparece o tempo inteiro. Apenas em grandes descidas nós temos esta sensação. Talvez pelo fato de que o clássico dos games possuía muitas pistas com grandes declives.
Para controlar sua nave, você utilizará três comandos principais: um acelerador e dois freios derrapantes, que funcionam ao apertar o gatilho direito ou esquerdo. Cada um deles deverá ser acionado, dependendo para que lado a curva vai. A jogabilidade é muito parecida com o que encontramos nos diversos games da série WipeOut.
Ao longo da pista, o piloto terá alguns itens para coletar, cada um deles com características únicas. Os de cor laranja garantem o carregamento de sua munição, como forma de destruir seu adversário. Já, o violeta, ajudará a recompor a força de sua armadura, lembrando do visto em F-Zero.
Modos não se completam
Em Pacer, seu objetivo é ser o melhor piloto da história das corridas antigravitacionais. Parece meio óbvio tudo isto, mas infelizmente o jogo não deixa isto evidente. A apresentação do modo carreira e dos menus geram dúvidas aos jogadores. Para se ter uma ideia, o modo carreira é apresentado apenas por texto. Fica difícil ter um fator imersão desta forma.
Os gráficos são o ponto alto do jogo, sendo possível jogar em 60fps e em 4k com tranquilidade. Percebemos uma boa otimização do sistema, mesmo com gráficos detalhados e de bom gosto. Uma pena que a trilha sonora não ajuda, dando a impressão de que estamos em uma danceteria, em vez de um game de corrida.
Fonte: Pacer
Para tentar melhorar a experiência, Pacer traz um modo de customização jamais visto em um jogo desse gênero. São dezenas de milhares de opções, que vão desde a cor do seu veículo, até a tunagem. Mas não pense que parou por aí. As naves possuem armas e você poderá incrementá-la da maneira que quiser.
Cada pista possui sua particularidade e uma gestão correta de tunagem e armas será fundamental para se dar bem no jogo. Vale ressaltar que dentro do modo carreira, dois tipos de competição poderão ser disputadas. A primeira é a corrida. Quem passar primeiro na linha de chegada, ganha. Na segunda, o último piloto que restar na pista, será o vencedor. Este segundo modo é bem interessante e escreverei mais sobre ele nos próximos parágrafos.
Fonte: Pacer
Por mais que exista uma grande variedade, todas as peças deste grande quebra-cabeça não se encaixam. Seja pela falta de imersão, ou pela falta de trato trazido pela empresa na hora de apresentar o que é possível ser feito no título. É necessário entender que a grande diversão de Pacer serve apenas de uma corrida para outra. Somente desta forma você poderál usufruir tudo o que ele proporciona.
Battle Royale?
Como dissemos acima, um dos tipos de corrida tem como objetivo ser o último veículo a restar na pista. É fácil de entender como tudo acontece. O piloto que estiver na última colocação vai sendo eliminado com o passar do tempo, até restar apenas um. Para deixar as naves na parte de trás do pelotão você poderá destruí-los com armas, ou então, ser mais rápido do que elas.
Fonte: Pacer
Este talvez seja o grande diferencial de Pacer. O título tenta trazer um ingrediente de eliminação multiplayer para o gênero das corridas e que funciona de forma magistral ao se jogar online. Mesmo com os servidores tendo poucas pessoas é fácil encontrar uma turma para se divertir nas corridas.
Nostalgia
Pacer relembra os antigos jogos de corrida antigravitacionais. O título é mais um passo dado pela indústria no sentido de aproximar a velha da nova geração. Ainda será necessário uma repaginada para que os novos jogadores se sintam à vontade, mas convenhamos, o mais difícil foi feito. Trazer a emoção das corridas super velozes para o mundo 4k foi satisfatório. Falta apenas dar mais atenção para pequenos detalhes, como o modo carreira.
Pacer foi gentilmente cedido pela R8 Games para a realização desta análise.
“Pacer traz ingredientes que fizeram sucesso no passado e agrada até mesmo no modo multiplayer”