Sem dúvidas, novas gerações sempre chegam para nos surpreender. Depois de revelar ao mundo o vindouro Xbox Series X, anteriormente chamado de Project Scarlett, a Microsoft mostrou que estava muito bem-preparada para a 9ª geração de consoles com um dos video games mais poderosos e ambiciosos que já vimos.
Porém, muito antes de o projeto se concretizar como o Series X, havia outro rumor. Um boato tímido, que muitos desconfiaram ser uma fonte fraca e apenas isso, na verdade um boato descabido, que sorrateiramente voltou a ganhar força. Seria Project Lockhart um Xbox de nova geração mais fraco? Depois da tímida aparição em um anúncio no Twitter, depois de meses de burburinhos, o Xbox Series S finalmente foi revelado.
Confira também a análise do Xbox Series X
E afinal, o que é esse console de 4 teraflops? Ele roda jogos da nova geração? Como ele sai em desempenho em comparação ao seu irmão mais poderoso? É sustentável o seu modelo de negócio? Para responder a essas e muitos outras dúvidas, vem com a gente conferir a análise completa do Xbox Series S.
Especificações técnicas: o pequeno monstrinho está entre nós
Antes de mais nada, vamos "mergulhar de cabeça" nos quesitos técnicos do novo e curioso console da nova geração da Microsoft. A 1ª característica que você precisa saber é que o video game mais modesto compartilha a mesma arquitetura da versão X: CPU Zen 2 e GPU RDNA 2, mas com clocks e unidades computacionais diferentes.
O Xbox Series S é um console de entrada que tem componentes mais modestos, atingindo de 3,6 GHz a até 3,4 GHz com threads simultâneas no lado do processador; apresenta 4 Teraflops com 20 unidades computacionais, operando em frequências 1.565 MHz na GPU — algo perto de 66% menos potente do que o Xbox Series X, um número significativo.
Entradas principais:
1 porta HDMI 2.1;
3x USB 3.1;
slot para expansão SSD;
saída Ethernet;
saída de energia.
Na seção de RAM, vemos uma tendência similar de redução de recursos. Aqui, há 10 GB de RAM GDDR6, mas com uma largura reduzida para 128 bits e velocidade de transferência de dados menor do que o Series X, que traz 16 GB GDDR6 com mais que o dobro de velocidade.Na prática, ainda vemos grande fluidez na interface, jogos e execuções de atividades do sistema, algo que ainda representa um salto enorme da agora jurássica memória DDR3 do Xbox One original e da memória GDDR5 do Xbox One X.
Mas por que especificações tão abaixo do Xbox Series X ainda se traduzem em uma experiência de nova geração similar? Basicamente, esse aparelho da Microsoft almeja lidar com resoluções menores e, consequentemente, recursos menos pesados para trabalhar, como texturas 4K ou efeitos.
Em termos de armazenamento, o Series S vem com uma solução igual ao da versão X, mas, novamente, com recursos reduzidos. O video game utiliza SSD NVMe com 2,4 GB/s de transferência e até 4,8 GB/s em dados compactados, algo que trará mudanças significativas na geração e ajudará a transformar a retrocompatibilidade. Entretanto, em vez de trazer 1 TB, ele vem equipado com apenas 512 GB (metade do espaço).
Nós mencionamos na análise do Xbox Series X que mesmo o 1 TB de armazenamento será um problema eventual na geração e, com 512 GB, que na prática são somente 362 GB, certamente agrava ainda mais um problema estrutural dessa geração. Considerando que a única expansão disponível é o slot oficial da Microsoft, que neste momento custa R$ 2.299, quase o valor do console, certamente o espaço trará "dores de cabeça" em um cenário onde jogos não param de se tornar cada vez mais complexos e pesados.
Jogos: onde as coisas começam a ficar esquisitas
Vamos pisar no freio um pouco e começar a falar do que realmente importa em um console de nova geração: os games. Como mencionamos, o Xbox Series S tem a mesma arquitetura e rodará os mesmos jogos do Xbox Series X, mas o que muda é como esses títulos são renderizados, já que buscam resoluções menores ou taxas de frames mais modestas.
Como citei na análise do console mais poderoso, não há nenhum game first party que use todos os recursos do console, como foi o caso de Forza Motorsport 5, Ryse e Dead Rising 3 no lançamento do Xbox One. Todos os games disponíveis agora são cross-gen e devem receber versões para a atual geração também e, por enquanto, nenhum deles usa efetivamente ray tracing para os testes.
Em nossa bateria de benchmarks, utilizamos os 4 jogos principais que já têm updates para a nova geração. São eles: Gears 5, Forza Horizon 4 e Yakuza Like a Dragon. Como eles se comparam à atual geração e em relação ao Xbox Series X?
Gears 5
Gears 5 é um bom exemplo para começar. A versão de Series S aparenta trazer as melhorias do console mais poderoso, como iluminação global, texturas melhores e qualidade de sombras aprimoradas, mas, como esperado, a resolução é menor. Não temos ferramentas para medir a resolução real, mas ela é consideravelmente mais baixa do que no Xbox Series X e é visível que tanto partículas como alguns aspectos do cenário têm elementos reduzidos.
Consegui testar a funcionalidade usando um monitor Predator X27 e, de fato, é muito perceptível jogar em 120 fps. Não é algo que traga vantagens absurdas, mas ter fluidez extra, menor tempo de resposta e um controle que tem comandos mais rápidos é uma combinação poderosa para trazer precisão e reflexos mais rápidos ao multiplayer.
Forza Horizon 4
Forza Horizon 4 é um dos casos curiosos e que mostram o poder do pequeno console da Microsoft. Seguindo o que vimos no Xbox One X, o game de corrida roda em 1080p e em 60 fps, mas sem a opção de rodar a experiência em 4K e 30 fps.
Yakuza: Like a Dragon
Em Yakuza: Like a Dragon, algo começa a ficar um pouco mais complicado, pois as comparações se tornam bem diferentes das dos demais consoles. Assim como no Xbox Series X, há 2 modos gráficos: um que prioriza resolução, o qual parece se manter em 1440p e 30 fps, e outro que foca em performance, trazendo 60 fps, mas resoluções em 900p ou abaixo.
Abaixo, você confere comparativos de imagem do Xbox One, Xbox One X, Xbox Series S Modo Performance (900p), Xbox Series X Modo Resolução (1440p), Xbox Series X Modo Performance (1440p) e Xbox Series X Modo Resolução 4K
No Xbox One X, o console mais páreo ao Series S neste momento, não há modos gráficos; além disso, o jogo parece rodar em 30 fps e em uma resolução maior que 1080p, mas possivelmente abaixo de 1440p, já que parece ter menos definição de imagem do que no modo resolução do Series S, que roda em 1440p.
É inegável: sim, o Xbox Series S chega em lugares que o Xbox One X não chega, usufruindo de sua nova arquitetura, com taxas de frames mais altas, velocidade de carregamento incrível e, futuramente, de escopos de jogos que não vão mais rodar na atual geração. No entanto, também é estranho ver um console de 2017 se sobressaindo em alguns aspectos, como resolução maior, ou ver um video game recém-lançado já apresentando resultados abaixo de 1080p em alguns casos.
Um rápido adendo: infelizmente, minutos depois de gravarmos todo o conteúdo e começar a edição do review, a Microsoft informou que a Codemasters não permitiu que falássemos sobre a experiência de Dirt 5 nos novos consoles até a data de publicação desta análise. Portanto, ficaremos desfalcados sobre um comparativo. Além disso, a empresa também informou que alguns títulos estão com problemas no Quick Resume e um patch está em andamento através das desenvolvedoras, o que pode explicar os problemas que tivemos com Yakuza: Like a Dragon.
Retrocompatibilidade com Xbox One e Xbox 360: um aspecto que pouco muda
Se o Xbox Series X dá um show neste grande pilar chamado de retrocompatibilidade, o Xbox Series S começa a mostrar seu "calcanhar de Aquiles". Vamos ao resumo: o Xbox Series X é retrocompatível com o Xbox One X, enquanto o Series S é retrocompatível com o One S, mas que diferença isso faz?
Pode parecer o mesmo, mas não é. O Xbox One original, ou o One S, não tem suporte a resoluções dinâmicas, modo performance e framerate desbloqueados na grande maioria das vezes. Isso resulta em casos como Final Fantasy XV, que, enquanto no Series X há a chance de aproveitar o game em 1080p e 60 fps, no Series S teremos apenas 900p e 30 fps, uma experiência quase idêntica ao console mais fraco da geração passada.
Abaixo, você vê Final Fantasy XV no Xbox One, Xbox One X, Xbox Series S e Xbox Series X, nesta ordem. Reparem na resolução e no filtro das texturas do chão:
Outros jogos, como Kingdom Hearts 3 e Monster Hunter World, são raros casos que a taxa de quadros flutua, entregando uma jogatina originalmente engasgada, com quedas e aumentos de performance. Nesse quesito, o Series S ajuda com seu poder de fogo: ambos os títulos agora rodam em 60 frames. Mas há um pulo do gato: a resolução continua a mesma do Xbox One original, que trazia 720p e 800p, respectivamente.
Veja Kingdom Hearts 3 comparado no Xbox One, Xbox One X, Xbox Series S e Xbox Series X. Novamente, reparem nos filtros de textura no chão e na resolução:
O que acontece na prática é que muitos games ficarão com uma qualidade muito aquém do que poderiam ser, apresentando imagens borradas e, muitas vezes, mal terão qualquer benefício. É possível pensar rapidamente em títulos que se beneficiam no Xbox Series X, mas não no Series S, como The Evil Within 2, Rise e Shadow of the Tomb Raider, Rage 2 e The Witcher 3.
Em suma, alguns títulos ficam com uma qualidade pior a que vimos no Xbox One X, um console da geração passada. Todavia, isso não quer dizer que se trata de um problema incontornável, já que a Microsoft pode trabalhar caso a caso e trazer melhorias por meio de atualizações. Mas, por ora, você terá um console de 9ª geração rodando games quase iguais aos que vimos em 2013. Abaixo, você vê uma screenshot de Monster Hunter World no Series S, com resolução baixa (mas atingindo 60 fps).
Entretanto, isso não quer dizer que não há melhorias. Assim como em seu irmão mais poderoso, o Xbox Series S traz nativamente recursos extras da tecnologia Heutchy para todos os jogos de Xbox Original, Xbox 360 e Xbox One, como filtro anisotrópico de 16x, Auto HDR e tempos de loading melhores quando os games estiverem no SSD.
Os títulos que receberam tratamento especial no Xbox One X ainda se beneficiam por aqui. Ninja Gaiden 2, Final Fantasy XIII, Red Dead Redemption e muitos outros que usufruem do método Heuchy apresentam resoluções mais altas também, mas em vez de 4K são renderizados em 1440p, algo que na prática é uma queda pouco perceptível e ainda traz resultados incríveis.
Abaixo, jogos sem HDR e com o Auto HDR:
Certos jogos seletos vão receber recursos ainda mais incríveis, como Fallout 4, que passará de 30 fps para 60 fps. Agora, não só a resolução aumenta, mas a performance também. Contudo, no momento deste review, o recurso ainda não estava habilitado.
Recursos extras que podem ajudar o Series S
Por utilizar a mesma arquitetura Zen 2 e RDNA 2 do Xbox Series X, o Series S traz de fábrica alguns recursos promissores para o futuro. Entre eles, há o Variable Rate Shading (VRR), que usufrui da melhor taxa de atualização da TV possível, com 120 Hz, para oferecer o melhor tempo de respostas nos jogos. Já o DirectML é outra tecnologia promitente, que faz uso do Machine Learning do DirectX e pode aprimorar a inteligência de NPCs e elementos gráficos.
Há 2 elementos que podem provar ser uma combinação essencial ao Series S: o SFS e VRS. O Sampler Feedback Streaming gerencia texturas de forma eficiente e carrega apenas texturas necessárias para o que é exibido, deixando a VRAM da GPU livre para outras coisas, evitando desperdício de recursos de RAM e SSD também.
Já o Variable Rate Shading já se provou como um recurso capaz de aumentar a performance de jogos no PC. Basicamente, a tecnologia analisa itens gráficos do cenário que o jogador não presta muita atenção, como plantas na visão periférica ou objetos escondidos nas sombras, e os renderiza em resoluções muito menores. Apesar de não ser a mesma coisa que um DLSS, tecnologia da Nvidia que aproveita Inteligência Artificial (IA) para trazer resultados incríveis, a funcionalidade pode se provar essencial para a sobrevivência do Series S, que tem muito menos poder de fogo e pode necessitar de alternativas para entregar experiências de nova geração.
Na imagem acima, do canal Digital Foundry, o que está em vermelho em Gears 5 está em resolução cheia; o que está em verde, é renderizado na metade da resolução; e, em amarelo, é metade da resolução horizontal ou vertical.
Por fim, o ray tracing é um dos principais recursos vindo do PC e certamente terá um papel importante nesta geração. Porém, até o momento da análise, nenhum jogo utilizou a funcionalidade acelerada por hardware e não há como saber de que modo ela se compara às atuais placas de vídeo da Nvidia.
O único jogo confirmado no lançamento é Watch Dogs Legion e, segundo informações oficiais, terá ray tracing em um modelo gráfico de 4K e 30 fps no Series X e 1080p dinâmico no Series S, mas com qualidade um pouco inferior à do PC. Outros games, como Devil May Cry 5 — Special Edition, já confirmaram que o console mais fraco não terá a tecnologia em uso, algo preocupante logo no começo da geração.
Usabilidade quase idêntica ao Xbox Series X e velha geração
Sabe o ditado que "não se mexe em time que está ganhando"? A Microsoft já havia entregado a interface da nova geração aos atuais Xbox One e Xbox One X, e o Series S terá a mesma usabilidade que jogadores já viram na atual geração (assim como no Series X). Entretanto, isso não é um ponto negativo.
A única diferença é que, com o hardware melhorado pela RAM de velocidades muito maiores e SSD, o pequeno monstrinho da Microsoft usufrui da mesma fluidez que sua versão mais poderosa, provando ser otimizado para tirar proveito do excelente sistema.
Um dos recursos exclusivos da nova geração é o Quick Resume, que permite rapidamente, em cerca de 6 a 8 segundos, jogos a serem transportados da RAM do aparelho para o cache do SSD, possibilitando que você retome seu progresso de onde parou. Sem dúvidas, uma das características mais incríveis do sistema, que perdura até mesmo ao desligar o console.
Contudo, ainda falta um pouco de clareza no funcionamento do recurso. Na teoria, o Quick Resume funciona com 4 a 12 jogos, mas a quantia depende de quais deles estão usando a funcionalidade. Games da nova geração demandam mais recursos e tornam a quantia mais limitada, enquanto jogos retrocompatíveis necessitam de menos recursos.
Idealmente, o Xbox Series X deveria ter uma aba dedicada ao Quick Resume para sabermos precisamente quais são os títulos que estão usando o recurso. No momento do review, é sempre uma questão de sorte saber se o Quick Resume vai ser ativado.
Jogos como Yakuza: Like a Dragon, por exemplo, frequentemente saem do Quick Resume sem nenhum motivo. Na prática, é um ótimo recurso, mas não ter uma organização dele, passando uma falsa segurança: é fácil perder progresso com jogos que deixam de ficar no Quick Resume e é muito ruim não ter como gerenciar o que usa ou não a funcionalidade. Certamente, isso pode ter melhorias por meio de atualizações de software, mas por ora é uma crítica ao atual modelo.
Design extremamente compacto e eficiente
Se o Xbox Series X aposta em um design mais robusto, o Series S vai na direção contrária e entrega uma máquina extremamente pequena, mas trazendo as mesmas qualidades: um aparelho muito silencioso e que é muito frio para o que entrega. Seria mentira dizer que o Xbox Series S é feio, porque está longe de ser o caso. Para termos de comparação, o video game é menos da metade de um Xbox One Fat.
Abaixo, você pode ver o console ao lado de um Switch, Wii, Xbox One Fat e até um Dreamcast para ter noção das proporções:
Felizmente, não há muito o que reportar sobre barulhos e temperaturas. Além de ser praticamente inaudível igual ao outro Xbox da geração, a sensação térmica do console é muito agradável, já que ele sempre se manteve muito resfriado (um pouco mais quente que o Series X, mas não passando de uma temperatura morna).
O produto segue a linha de design da família Microsoft, mas adota algumas peças que exibem uma aparência mais barata, com um tampão de ventoinha encaixado sob a carcaça em vez de montada ao redor da peça, como vemos na versão X. Além disso, por vir na cor branca, em pouco tempo de uso foi possível ver marcas de sujeira — nada preocupante, mas importante de ressaltar.
A maior diferença no chassi está na ausência do disco óptico, algo que exclui o console de funções como player de Blu-ray e rodagem de jogos físicos de todas as gerações. Portanto, se você tem games retrocompatíveis em disco, não vai poder usá-los aqui. Outros desfalques envolvem a perda da saída digital de áudio na traseira, a entrada para Kinect e a entrada HDMI para outros dispositivos.
Controle de respeito que mantém a qualidade e melhora os fundamentos
Famoso por sua ergonomia, o controle do Xbox Series S mantém suas qualidades, mas aprimora elementos que o tornam ainda melhor, como um D-Pad reformulado que segue o alicerce do Elite Controller, que traz “setinhas” mais responsivas e agradáveis de usar, com texturas antiderrapantes na traseira e gatilhos, e a adição do botão Share, que permite fazer capturas com mais facilidade. Podem parecer poucas, mas são mudanças excelentes.
Por mais que pareça idêntico ao seu antecessor, com o mesmo layout de botões, conexão P2 para fones e entrada para acessórios, ele está levemente menor, agora tem entrada USB-C e traz recursos tecnológicos avançados. Um exemplo é o Dynamic Input Latency (DLI), que basicamente faz com que o console atualize mais vezes a recepção do sinal de comandos e garanta um tempo de resposta muito melhor. Para jogadores de PC, o controle se tornou mais amigável de conectar ao Windows 10.
Porém, há uma única observação capaz de gerar discussões na internet: o acessório ainda usa pilhas e não traz o kit Play and Charge de fábrica. Claro, há vantagens em oferecer a troca rápida da fonte de energia, mas idealmente seria ótimo que a bateria viesse de fábrica com o produto, trazendo o melhor de ambos os mundos.
Por fim, saiba que a bateria antiga do Play and Charge ainda funciona com o novo controle (só não há um cabo USB-C na caixa) e que ambos as gerações do periférico, do Series S e One, podem ser usados em todos os consoles atuais da Microsoft.
Serviços serão parte essencial do ecossistema do Xbox
Continuando a fundação extremamente consolidada que a Microsoft construiu por anos, o Xbox Series X está preparadíssimo para ter o melhor ecossistema de serviços e funções dos consoles. Se você preza pela altíssima qualidade do Game Pass, saiba que será bem atendido.
A Microsoft está expandindo cada vez mais o serviço, que agora é até unificado com o EA Access, o equivalente da EA Games. Além disso, a empresa está bastante focada em seu selo Smart Delivery ou “Entrega Inteligente” (tradução oficial em português), que faz com que jogos da geração passada não precisem ser comprados novamente na nova geração, tenham saves e até mesmo crossplay entre as gerações.
Vale a pena?
O Xbox Series S chega com uma proposta inédita no mercado dos consoles em um salto geracional, oferecendo qualidade de jogos idêntica ao irmão mais potente, o Xbox Series X, mas com resoluções menores e um preço bem reduzido, algo que pode ser atraente para certos públicos-alvo e pessoas que não estão dispostas a investir muito dinheiro — mas mesmo assim querem ter uma máquina da 9ª geração.
Contudo, é bom pensar bastante no que você realmente espera por aqui. De início, vemos jogos rodando abaixo de 1080p, retrocompatibilidade que não usa o poder de fogo sobressalente do video game e até mesmo títulos confirmados a não ter certos recursos, como o ray tracing. Certamente, trata-se de games cross-gen e não de jogos first party que extraem cada funcionalidade ou de títulos de terceiros que são focados da nova geração, algo que deve melhorar a perspectiva do aparelho em breve futuro. Já no lançamento, vemos que em mãos competentes, como em Gears 5, essa máquina pode ser uma poderosa ferramenta.
Por ora, ver o Xbox Series S levanta algumas bandeiras vermelhas que valem a sua atenção. O armazenamento, que deve continuar como um problema sério nesta geração, está ainda mais acentuado. Afinal, pelo preço do cartão de expansão do SSD mais o valor do console, é possível comprar um Xbox Series X e ainda sobrar dinheiro, mas com a vantagem de aproveitar uma qualidade muito superior de imagem e recursos.
Sim, o Xbox Series S é uma máquina compacta e com uma engenharia de hardware espetacular. Silencioso, minúsculo e extremamente bem-refrigerado. Para alguns públicos que não prezam pela melhor qualidade possível, ter um produto tão compacto e que ainda roda títulos da 9ª geração é algo muito interessante (e ter opções nunca é ruim). Além disso, é impressionante ver um hardware como esse rodando jogos as 120 fps.
Mas se o Xbox One e seu concorrente provaram ser máquinas que envelheceram rápido, necessitando de modelos premium para suprir algumas carências, é curioso pensar como o Series S vai estar daqui 3 ou 4 anos. Será que ainda teremos um grande suporte para ele? Será que veremos um gargalo de performance precoce? Poderia o video game depender da tecnologia de nuvem da Microsoft no futuro? Ou será que ele vai surpreender a todos e se provar uma máquina que não deve ser subestimada? É difícil julgar com os recursos escassos que temos na estreia.
O Xbox Series S é um filhotinho perto de todo o potencial do monstruoso Xbox Series X e levanta mais dúvidas: será que o custo-benefício, principal atrativo dessa pequena máquina, é algo que vale? Afinal, estamos falando de um console 66% menos poderoso, com metade do armazenamento e sem a opção de comprar discos físicos. Teremos que esperar para ver, pois o barato pode sair caro.
O Xbox Series S foi gentilmente cedido pela Microsoft para a realização desta análise.
Categorias