Parques de diversão sempre foram bacanas, ainda mais para quem cresceu em São Paulo na década de 1980, quando o Playcenter ainda existia — a temática era incrível, os cenários eram maravilhosos e ainda havia as chamadas Noites do Terror.
Os anos foram passando, e quando surgiram os primeiros simuladores de parques a nostalgia começou a tomar conta. Antigamente, era caro ir a lugares como esses, então com a possibilidade de criar o próprio local de diversão o sucesso estava completo.
A volta dos que não foram
RollerCoaster Tycoon 3 chegou ao mercado em 2004 e fez muito sucesso em especial pela complexidade, mas principalmente pela variedade de opções. Porém, em 2015, o jogo foi retirado das lojas online devido a uma briga judicial entre Atari e Frontier. Depois da solução encontrada, a Frontier conseguiu os direitos para relançar o jogo para Windows, consoles e portáteis, inclusive com algumas melhorias.
Para quem testou o clássico, o primeiro fator que chama atenção é a possibilidade de jogar em resolução 1080p e em tela widescreen, além de estar adaptado para rodar em máquinas mais modernas. É lógico que gostaríamos de testar essa belezura em 4K, mas em 1080p já foi o suficiente para divertir.
O game recebeu duas expansões, Soaked! e Wild!, que antes eram adquiridas de forma separada. Na época, para ter os dois DLCs era necessário comprar a edição Platinum. A presença das expansões é fundamental para aumentar o fator replay do jogo, pois a possibilidade de criar parques temáticos aumenta consideravelmente. Com Soaked!, você pode construir um parque aquático; já no Wild! é possível montar um zoológico.
Outro destaque fica para a versão de Nintendo Switch totalmente adaptada ao portátil, com a possibilidade de utilizar o toque na tela. Confessamos que essa opção é muito mais agradável, até pelos gráficos antigos presentes no game. Não tivemos a oportunidade de jogar no portátil, mas muitos gamers falaram que existe uma grande dificuldade de realizar os comandos devido ao tamanho da tela.
As novidades foram poucas e poderiam ser fundamentais para o sucesso do game em 2020. Mesmo com a implementação visual, os ícones poderiam receber melhoria significativa para facilitar a usabilidade.
Tutorial fraco
O tutorial é fraco e nem um pouco intuitivo, trazendo muitas dificuldades em diversos setores. Por se tratar da Frontier, que está por trás de Planet Coaster, seria legal se houvesse uma atenção um pouco maior para ele, principalmente para quem não está familiarizado com o gênero. Não há uma boa explicação de como construir uma montanha-russa, muito menos de como gerenciar lojas, serviços e funcionários. Administrar o orçamento e saber como gastar fica mais complexo ainda.
Se tem um jogo que envelheceu bem foi RollerCoaster Tycoon 3. Por mais que os gráficos sejam antigos, o polimento do cenário e dos polígonos está excelente. As cores vibrantes e o foco no cenário suavizam a qualidade simples das texturas do jogo. Mas, como dissemos, o menu poderia ter recebido um trato melhor, assim como as opções de escolha, que se tornaram um borrão na tela, dificultando a visibilidade dos diversos itens existentes.
Milhares de opções
Só não diremos que a diversidade de itens é infinita por respeito à matemática, mas pensemos juntos. São 300 montanhas-russas com cores, designs e tamanhos distintos; mais de 500 itens para deixar seu parque da maneira que quiser; e, para ganhar dinheiro, você pode criar 60 lojas de presentes e alimentação. Além disso, é possível escolher 20 animais para deixar o parque mais atrativo para quem vai passear nele. Vale descrever que cada item tem sua peculiaridade e influencia o local de maneiras variadas.
Montanha-russa de aprendizado
A série RollerCoaster Tycoon é única no mercado por fazer parte de um período histórico dos games, em que tudo era mais complexo. O jogo também carrega esse DNA, que pode ser um verdadeiro divisor de águas. Dizemos isso porque os novatos vão sofrer para aprender a jogar. Será necessário passar um bom tempo aprendendo todas as minúcias do título, desde como construir rotas até as maravilhosas montanhas-russas.
Se você tiver paciência e tranquilidade para entender cada detalhe do jogo, prepare-se para uma superdiversão na hora de montar parques espetaculares que vão agradar a todos os clientes.
Vale a pena?
RollerCoaster Tycoon 3: Complete Edition não chega a ser uma releitura dos grandes simuladores de parque do passado, mas é muito bom vê-lo de volta no mercado. Porém poderia ter recebido um cuidado maior da Frontier, já que temos um cenário muito competitivo no gênero.
O que ajuda é o preço baixo, por mais que seja um jogo antigo. Vale para os mais nostálgicos, mas também para aqueles que querem montar parques de diversão mais complexos.
NOTA: 77
Ir a um parque de diversões é sensacional; montar um, então, é espetacular!
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