Mostrando o ponto em que os assassinos se originaram no universo de Assassin´s Creed, Origins não é a primeira reinvenção que a série sofre desde seu início. É possível dizer que tanto os bem-sucedidos Assassin´s Creed 2 e Black Flag quanto o malfadado Unity foram, às suas próprias maneiras, formas de repensar o que a franquia significa.
No entanto, nenhuma das mudanças feitas pela Ubisoft foi tão radical quanto a promovida pelo novo capítulo. Não é somente pelo uso do Egito como cenário, tampouco pelo fato de que o jogo foi feito desde o início para o 4K, mas sim pela maneira como elementos considerados intocáveis foram adaptados ou simplesmente deixados de lado.
Com Origins, a companhia tem a chance de se tornar novamente referência em mundo aberto em um universo que tem concorrentes de peso como The Witcher 3 e Breath of the Wild. Ainda é cedo para dizer se o trabalho vai conseguir seu objetivo mas, pelo que pude jogar no espaço da Microsoft na E3, ele tem grandes chances de ao menos se aproximar muito disso.
Um mundo aberto diferente
Uma das principais mudanças que a Ubisoft fez em Origins é resgatar a sensação de descoberta que a série perdeu nos últimos anos. Em vez de rechear seu mapa com pontos de interesse, a companhia sugere pontos de interesse e diz o quão próximo você está deles - mas nunca entrega o que será encontrado ao chegar em um local.
A empresa também mudou o que conhecíamos como a visão de águia dos jogos anteriores: em vez de usar poderes semelhantes aos do Batman da Rocksteady, o novo protagonista realmente conta com uma águia. O animal confere uma visão aérea de terrenos e pode indicar tanto o posicionamento e o nível dos inimigos quanto possíveis pontos de interesse.
A versão disponível no local de testes era a para o Xbox One X
Pelo pouco que joguei, não consegui ter uma ideia muito boa do tamanho do mundo oferecido, mas sai com a certeza de que ele é bastante grande. Consegui explorar desde desertos até cidades portuárias e grandes navegações - os barcos estão de volta, embora sejam um pouco menores -, todos locais muito bonitos e detalhados (havia até mesmo hipopótamos na água).
A versão disponível no local de testes era a para o Xbox One X, nova plataforma da Microsoft. A unidade de desenvolvimento usada pela Microsoft não fez feio, exibindo gráficos com resolução 4K e HDR rodando a 60 quadros por segundo - a maneira perfeita de exibir um jogo. Sinto dizer que será difícil voltar a me acostumar com minha televisão 1080p depois dessa experiência.
Um Assassin´s Creed mais RPG
A Ubisoft também mudou a maneira como o jogador evolui suas habilidades, trazendo uma quantidade ainda maior de elementos de RPG para a experiência. Se no passado você podia equipar roupas diferentes e evoluir equipamentos, agora há um sistema de inventário capaz de fazer inveja a qualquer Dragon Age.
Grande parte dos inimigos deixa cair equipamentos que podem ser coletados (e usados), sendo que armas e opções de proteção também surgem em baús e como recompensas pela realização de missões. Devido ao tempo limitado, não pude testar tudo o que o sistema tem a oferecer, mas já pude ter a certeza de que aquilo que meu personagem estava usando influenciou muito a experiência de jogo.
Origins finalmente traz uma dose de desafio aceitável
Quanto ao combate, finalmente uma boa notícia: Origins finalmente traz uma dose de desafio aceitável. Para isso, a Ubisoft parece ter se inspirado um pouco em Dark Souls: seus ataques têm bastante peso e usar desvios rápidos é muito importante para sobreviver - até mesmo os botões de ofensa foram deslocados para os gatilhos.
A confiança da companhia em seu novo sistema é exibida nas novas batalhas de arenas, nas quais é preciso sobreviver a várias ondas de oponentes antes de enfrentar um chefe. Confesso que demorei a me acostumar com a mudança e morri algumas vezes durante meus testes, mas considerei isso em algo bom - em jogos anteriores da série, bastava apertar o botão de contra-ataque (ausente aqui) para se livrar facilmente da maioria dos conflitos.
Espera que valeu a pena
O ano sabático que Assassin´s Creed tirou parece ter feito muito bem à franquia. Ainda está cedo para responder se Origins terá o mesmo frescor e impacto que os capítulos estrelados por Ezio, mas tudo indica que estamos longe de ter que enfrentar uma situação de crise semelhante à que surgiu no lançamento de Unity.
A aposta em mostrar as verdadeiras origens dos assassinos pode ser o que a Ubisoft precisava para manter a franquia relevante, respeitando fãs antigos e atraindo novos interessados por esse universo. Resta esperar que o resultado final realmente seja bom, pois tudo o que a companhia exibiu até o momento é bastante promissor.
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