Uma das principais características da franquia Uncharted é sua cara de "jogão-pipoca" para toda a família, aquela clássica aventura de caça ao tesouro que reúne fãs e deixa espectadores na torcida pelo bem vencer o mal. Com Uncharted: The Lost Legacy, o mais recente da série, não é diferente.
Uma franquia desse tamanho, que desfila no hall de exclusivos da família PlayStation, não alcançou esse status à toa: o fato de ser uma aventura acessível a todos os jogadores tornou a franquia popular mundialmente. Para falar sobre esses e outros aspectos, o TecMundo Games teve a oportunidade de participar de um bate-papo com Shaun Escayg, diretor-criativo de Lost Legacy, e Kurt Margenau, diretor-geral do título.
A importância de histórias paralelas como em Star Wars
A nova entrada da franquia traz como protagonista Chloe Frazer, personagem secundária introduzida em Uncharted 2. Nadine Ross, a mercenária de Uncharted 4, é parceira da heroína. "Queremos explorar histórias paralelas, há muito além de Nathan Drake. Star Wars, por exemplo, consegue colocar diferentes tangências na história. Vide Rogue One", contou Margenau.
A história pode respirar melhor quando exploramos personagens secundários. Ser capaz de contar uma história linear num espaço não linear já é outra coisa
Ao seu lado, Escayg também ressaltou a importância de mudar o foco de uma franquia para que ela não fique "presa" e dependente de um único personagem. "Temos ladrões [em Uncharted], temos uma história para cada ambiente, explorações, esse sentimento de que havia algo ali. (...) A história pode respirar melhor assim. Ser capaz de contar uma história linear num espaço não linear já é outra coisa", ponderou.
Nesse contexto, as mecânicas do gênero devem funcionar de maneira impecável – ainda que a decisão de não trazer elementos mais robustos à franquia seja mantida. E há um propósito maior para isso: simplicidade.
Como manter uma série tão acessível?
Convenhamos: Uncharted é um game que qualquer um pega e sai jogando. A relativa facilidade com que cada jogador usufrui da experiência e a amigável curva de aprendizado são alicerces dos jogos da Naughty Dog, e Uncharted segue à risca essa premissa: jamais ser complexo.
Portanto, quem quiser sistema de upgrade de armas, crafting ou coisa assim, Tomb Raider pode ser uma opção párea, no humilde ponto de vista deste redator que vos escreve. Com Uncharted, o tiro é rápido, explosivo e intenso.
Não queremos limitar os jogadores ou quebrar o ritmo com upgrades ou progressão, ou não dar certas habilidades a eles desde o começo. Uncharted é e sempre foi sobre ser acessível
E o que os diretores pensam disso? "Num escopo pensamos em tudo, consideramos diversas mecânicas. Muitas coisas entraram e saíram [do desenvolvimento de The Lost Legacy]. Pensamos em upgrades sim, mas refletimos também sobre o que é ser um Uncharted, e Uncharted é esse jogo rápido, acessível, e essa coisa de progressão pode estragar o ritmo", comenta Scayg.
"Não queremos limitar os jogadores ou quebrar o ritmo com upgrades e elementos de progressão, ou não dar certas habilidades a eles desde o começo. Uncharted é e sempre foi sobre ser acessível", complementa seu colega.
E o futuro da franquia?
Como a fórmula de The Lost Legacy deu certo – e isso já se reflete nas vendas, não somente nos reviews positivos –, é claro que a Naughty Dog se sente entusiasmada com o potencial que a franquia tem de explorar outros personagens secundários, como Sullivan e Sam Drake, o irmão mais velho de Nate, por que não?
"Uncharted é maior que Nathan Drake. Estamos como vocês: podemos pensar nas possibilidades. Muita gente gosta do Sullivan, do Sam Drake, da Chloe. Acho que a Chloe foi uma fundação para isso. Estamos felizes com os resultados. Não consigo imaginar como poderíamos fazer um jogo melhor [do que The Lost Legacy]", conclui Margenau para depois revelar que o jogo ficou um ano em desenvolvimento.
Confira nossa análise
Para saber se Uncharted: The Lost Legacy é tudo isso mesmo, confira nossa análise completa clicando aqui. O título está disponível exclusivamente no PS4.
E reflita também: se você já jogou a aventura de Chloe, concorda com os dizeres dos diretores? Acha que a série tem potencial para explorar quais personagens? E quanto a robustecer as mecânicas de ação e exploração: isso é necessário ou não? Escreva aqui embaixo, na seção destinada aos comentários.
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