BGS 2017: Sombras da Guerra ainda tem muitas histórias a contar

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Durante a BGS 2017, o Voxel teve a chance de conversar com Andy Salisbury, gerente de comunidade da Monolith Software. O papo, naturalmente, foi todo relacionado a Terra-Média: Sombras da Guerra, grande projeto do estúdio que chegou às lojas no começo deste mês.

Segundo ele, a recepção ao game está sendo bastante receptiva, sinal de que a equipe conseguiu cumprir seu objetivo de aprimorar o sistema de combate e construir um mundo ainda maior e com uma história mais épica. Tudo isso ao mesmo tempo que o sistema Nêmesis, destaque do game anterior, ganhava em complexidade e recursos.

Sombras da Guerra

Salisbury explicou que Sombras da Guerra é um game que evolui muito seus protagonistas e destaca a relação que cada um tem com o vilão Sauron. “Você pode ver exatamente o que Talion traz e o que Celebrimbor traz, os diferentes caminhos que eles seguem em busca do mesmo objetivo; eu acho muito interessante ver como esses personagens evoluem”.

O diretor de comunidade deu muito do crédito para a evolução do personagem ao ator Troy Baker, que não somente voltou ao papel de Talion, como atuou como o diretor de capturas e atuação do game. Segundo ele, Baker deu grandes contribuições à direção de atores e foi essencial para a construção de cada cena.

Influências de Tolkien

Como fã da obra do “professor” J.R.R. Tolkien, questionei Andy sobre a forma como a Monolith lida os elementos das obras do escritor. Em Sombras da Guerra, muitos elementos não canônicos estão presentes, incluindo lutas contra os Nazgul e um Anel do Poder totalmente inédito.

“Somos grandes fãs de Tolkien", afirmou Salisbury. “Tentamos fazer com que Sombras da Guerra seja o melhor game situado na Terra-Média”. Para isso, a inspiração vem não somente de O Senhor dos Anéis e o Silmarillion, mas também dos apêndices e das cartas que o autor escrevia a seu editor.

"Tentamos fazer com que Sombras da Guerra seja o melhor game situado na Terra-Média"

“Temos um consultor de Tolkien envolvido que nos ajuda a checar tudo enquanto tentamos construir essa história nesse lugar interessante desse universo, de uma maneira que faça sentido”, explicou. No entanto, o objetivo primordial é criar uma trama que seja divertida e interessante para quem está jogando.

“Há essa carta, há essa passagem das cartas de Tolkien para seu editor no qual ele diz que escreveu muitas dessas histórias em detalhes e deixou outras para que outras pessoas continuassem dali. Então, para nós, esse foi um momento extremamente animador como fãs, muitos de nós têm essa lembrança carinhosa de ler esses livros pela primeira vez, sentar na cama com nossos pais lendo A Sociedade do Anel. São memórias muito valiosas”.

Sombras da Guerra

Salisbury explicou que o intervalo de três anos entre Sombras de Mordor e Sombras da Guerra permitiu que a equipe criasse uma sequência verdadeira. Isso permitiu a eles realmente abraçar o material deixado por Tolkien (que mostram que Mordor é uma região enorme), explorando locais como Minas Ithil antes que ela fosse conhecida como Minas Morgul.

Para a Monolith, decidir o que fazer com esse grande universo foi uma tarefa bastante difícil, já que ela queria trabalhar com um roteiro que respeitasse o legado do professor. O diretor de comunidades garantiu que um trabalho exaustivo foi feito para garantir que, no mínimo, tudo fosse coerente com aquilo que os fãs viram nas obras originais e em outras adaptações.

Nêmesis aprimorado

Questionado sobre as evoluções do sistema Nêmesis e o fato de que poucas companhias tentaram “copiar” a ideia, Salisbury disse que não pode falar por outros, mas acredita que isso permanece a assinatura da série por ser algo complicado de fazer. “É algo muito difícil, é um sistema que exige que todos da companhia estão comprometidos com isso”, explicou.

 "é um sistema que exige que todos da companhia estão comprometidos com isso”

Segundo ele, até mesmo aprimorar a fundação deixada por Sombras de Mordor foi um processo complicado e que envolveu o comprometimento de toda a equipe de desenvolvimento. Entre os objetivos estava expandir o sistema de batalhas e rivalidades de forma a contar irmã história sangrenta e cheia de rivalidades que se desenvolvem naturalmente.

Para isso, ele citou o exemplo de um orc que você encontra no começo do jogo e que deixou fugir, que agora se juntou a uma tribo. “Então agora ele pertence a essa tribo e sua personalidade mudou, suas motivações mudaram, seus ataques mudaram e ele têm essa habilidade única que resulta da maneira como eles treinam seus capitães”, explicou.

Sombras da Guerra

O novo Nêmesis traz a oportunidade de contar novas histórias graças ao fato de que seus seguidores também vão se lembrar dos encontros e soluções do passado. “Tudo culmina nessas batalhas com fortalezas cujos resultados afetam toda uma região”. A complexidade é tanto que, até hoje, o time de testes está ajustando a maneira como tudo funciona para assegurar uma boa experiência de jogo.

Caixas de loot polêmicas

Questionado sobre a polêmica das loot boxes, o desenvolvedor reforçou que elas têm caráter meramente opcional e que são somente um “atalho” para quem não quer ou pode dedicar muito tempo para destravar conteúdos mais avançados. Em outras palavras, quem não quer pagar não vai se sentir obrigado a isso em nenhum momento.

Ele também desmistificou a ideia de que há um “final verdadeiro” para o game escondido atrás da parte mais avançada que exige um pouco mais de repetição e busca por membros mais poderosos para seu exército (o famoso “grind”). No entanto, ele não descartou que alguns ajustes podem ser feitos no game mediante as respostas dos fãs à maneira como tudo está funcionando.

O futuro da série

Questionado sobre o futuro, Salisbury afirma que a Monolith não está pensando em criar um novo game ou explorar épocas diferentes do universo de Tolkien, como a Primeira Era e a Guerra pelas Silmarils — o que não quer dizer que algo do tipo não possa acontecer no futuro.

Sombras da Guerra

“Ao menos por agora estamos dedicados a dar suporte a Sombras da Guerra o máximo que pudermos. Temos muitas histórias a contar sobre Lithariel, a lâmina de Galathriel, ela é uma assassina élfica que apresentamos na E3 que está caçando os Nazgul por milênios, então ela e Talion tem histórias muito semelhantes e haverá pontos de cruzamento”.

Ele também destaca a história do gondoriano Baranor, que aparecerá no DLC “A Desolação de Mordor” como uma figura central. “Então temos essas grandes histórias que queremos contar e alguns novos sistemas. Temos essas tribos que queremos adicionar para adicionar mais possibilidades de batalhas e diversidades à fortalezas”.

"há muitas boas histórias a contar nesse universo"

Somente após isso a desenvolvedora deve pensar no que vai pensar sobre qual vai ser seu novo projeto. “Vamos ver o que vem em diante, há muitas boas histórias a contar nesse universo”, afirmou o gerente de comunidade.

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