A décima edição da Brasil Game Show fez jus ao número 10 e foi marcante em muitos aspectos. Uma das exposições mais bacanas do evento era voltada aos nostálgicos de plantão: visitantes retrogamers e entusiastas (ou simplesmente curiosos) puderam conferir de perto o projeto Sociedade Histórica de Videogames do Brasil (SHVB), entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo principal a preservação e difusão da memória nacional dos video games.
O que é a Sociedade Histórica de Videogames do Brasil?
Fruto do trabalho e curadoria de profissionais que atuam cobrindo o mercado de games por anos, a entidade SHVB nasceu com o intuito de preservar a memória nacional dos video games, buscando os itens, acontecimentos e as pessoas que construíram essa história ou foram testemunhas dos eventos que moldaram a cena nacional de video games. A ideia não é apenas criar um catálogo virtual com a reunião desses materiais, mas sim difundir essa história compartilhando publicamente um acervo digital para pesquisa e também criando conteúdo relevante, como documentários e artigos, a partir das descobertas feitas.
Nomes de peso estão à frente do projeto:
- Fabio Santana (atualmente Relações Públicas de uma grande publisher de videogames, trabalhou no mercado editorial de games de 1995 a 2012, passando por publicações consagradas como Gamers, EGM Brasil e Edge);
- Gus Lanzetta (que cobre o mercado de games desde 2006 para diversas publicações, incluindo a Rolling Stone, e apresenta, ao lado de PC Siqueira, o podcast Papo Torto)
- Pedro Falcão (editor da revista VICE e diretor de “Paralelos”, série da RedBull sobre a história da pirataria dos games no Brasil).
A tendência da preservação do mercado de games no exterior
Em outros países do mercado essa prática já existe. A Game Preservation Society no Japão, a Video Game History Foundation nos EUA e o Computer Spiele Museum na Alemanha, por exemplo, são entidades que visam preservar a memória do entretenimento digital interativo e seus suportes físicos. A proposta da SHVB é justamente preencher essa lacuna que hoje existe no Brasil, como mostra o vídeo acima.
Público cativo
A cultura da apreciação de jogos e materiais relacionados a consoles das décadas de 1980 e 1990 – ou simplesmente retrogaming – não é novidade. Com o trabalho da Sociedade Histórica de Videogames do Brasil, não só os aficionados pelo tema como também entusiastas, estudantes ou mesmo curiosos terão acesso a essa máquina do tempo e poderão viver (ou reviver) a saudosa origem do - hoje consolidado e respeitado - mercado de games brasileiro.
A ideia é que o projeto seja fomentado com conteúdo ao longo do tempo - e, com essa curadoria de ouro, bons pitacos não vão faltar.
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