Quando Final Fantasy XIV foi lançado em 2010, o game foi considerado um fracasso tão grande que a Square Enix se viu forçada a encerrar suas atividades e a retrabalhar todo seu conceito. Encarregado dessa transição difícil, o diretor Naoki Yoshida entregou em Final Fantasy XIV: A Realm Reborn um game que não somente se mostrou um sucesso (com mais de 10 milhões de jogadores), mas que transformou de certa forma a empresa japonesa.
“Quando eu assumi o projeto, a situação não era muito boa”, explicou Yoshida à Eurogamer. “Muitas pessoas não acreditavam que conseguiríamos fazer isso. Foi uma tática passo a passo — como ao construir uma ponte, você faz isso pedra por pedra”, explicou.
"Uma parceria forte com a comunidade é uma parte vital de Final Fantasy XIV. As respostas dos jogadores são muito importantes para nós"
“Uma parceria forte com a comunidade é uma parte vital de Final Fantasy XIV. As respostas dos jogadores são muito importantes para nós. Queríamos recuperar a confiança dos jogadores — e esse é um dos objetivos que queríamos alcançar. Determinamos isso como uma política desde o início — a comunicação era muito importante”.
Os reflexos dessa decisão podem ser vistos nas transmissões feitas pela equipe de desenvolvimento e na série “Letter from Producer”, na qual Yoshida fala diretamente sobre os planos para o futuro do MMO. Segundo ele, muitos da Square Enix inicialmente estranharam sua postura mais aberta, já que a companhia tinha a tradição de ser mais fechada e proteger seus segredos.
“A razão pela qual a Square Enix era protetora é que ela tinha medo — a expectativa dos jogadores era muito alta. Queríamos nos proteger. Mas se você adota essa postura, os jogadores acham que você não é aberto com eles. Com Final Fantasy XIV, queríamos incluir todos os jogadores para recriar o game juntos, para que todos pudessem ficar felizes”, explica o diretor.
Mudança de atitude
Segundo Yoshida, o sucesso de suas decisões teve reflexo positivo sobre a Square Enix, que passou a tomar decisões mais cedo e a ser mais honesta e direta com seus consumidores. “A mentalidade mudou e definitivamente houve algum impacto”.
Atualmente concentrado em manter o jogo operando por pelo menos 10 anos — algo raro no mundo dos MMOs —, o diretor não descarta a possibilidade de dirigir outro jogo da franquia. No entanto, ele afirma não ter preferências e que se dedicaria 100% a qualquer projeto que fosse associado a ele.
Questionado sobre a possibilidade de o jogo sair para o Switch, ele não descarta que isso possa acontecer — e uma versão para Xbox também não está descartada. Ele afirma que o hardware pode ser diferente, mas é preciso manter uma base de jogadores única. “Isso é algo central a FFXIV, então gostaríamos de manter isso como uma política”.
“A mentalidade mudou e definitivamente houve algum impacto”
“Estou interessado em outras plataformas, é claro — espero que essas first parties mudem suas políticas e mentalidades. Sou um jogador de MMORPGs — adoraria jogar com a maior quantidade possível de pessoas globalmente, e estamos conversando com essas plataformas sobre fazer isso em seus hardwares. Discussões positivas estão acontecendo. Não é como se não estivéssemos fazendo nada — estamos conversando, e as donas de plataformas estão mostrando suas atitudes de forma mais positiva”.
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