A saga Assassin's Creed é a maior franquia da Ubisoft, tendo completado seus 10 anos desde que Atair fez sua estreia no mundo dos games. Sendo assim, a desenvolvedora resolveu abordar toda essa trajetória na GDC deste ano, desde o primeiro game, até como a marca se desenvolveu para um produto multiplataforma.
Um dos principais assuntos da palestra foi o "patinho feio" da saga, Assassin's Creed: Unity, jogo que começou a ser desenvolvido em 2011, logo após Brotherhood. O hype era gigantesco, afinal, seria o primeiro AC para a nova geração, PS4 e Xbox One. Jean Guesdon (diretor criativo de AC: Origins), comparou Unity ao primeiro jogo da franquia.
Guesdon salientou que a equipe de desenvolvedores trabalhou muito no então, novo motor do jogo, o que ajudou a alimentar a expectativa dos fãs, na época, se falava do "maior e melhor Assassins Creed já lançado", com uma liberdade nunca antes vista, acesso a inúmeras construções (inclusive na parte interna) e uma quantidade imensa de NPC's simultâneos.
"O motor foi amplamente remodelado [...], ainda hoje, o Unity ainda é um dos jogos mais bonitos de todos os tempos" disse o diretor. No entanto, toda essa beleza teve um custo: bugs e muitas críticas ao enredo e jogabilidade.
"Nós caímos novamente nessa armadilha de trabalhar muito na tecnologia, e não permitir tempo suficiente para as equipes criarem algo novo [...] tivemos um jogo que foi maravilhoso em termos de arte, mas com pouca inovação."
Agumas inovações que vieram também não agradaram aos fãs, como o sistema de app companion do Unity, que fazia o jogador baixar e utilizar o aplicativo para desbloquear caixas – sem surpresas, o sistema foi retirado tempos depois.
A Ubisoft precisou chegar até seus limites para reavaliar seu foco, assim, Syndicate foi um jogo com escalas muito menores que seu antecessor, muito mais simplista. O jogo não foi tão criticado, mas também não alcançou a glória como outros selos lançados antes da franquia. Ainda assim, foi importantíssimo para que a produtora retomasse as rédeas da sua principal franquia e voltar a alçar vôos mais altos – para isso, mudanças precisavam ser feitas.
Origins quebrou um paradigma que a própria Ubisoft tinha estabelecido: lançar um jogo da saga por ano. Esta pausa foi a melhor coisa que poderia acontecer, visto que o atual Assassin's Creed aproveitou tudo que deu certo nos anteriores, respeitando sua legião de fãs e colocando diversão à frente da beleza gráfica.
"[...] Devemos nos concentrar na experiência e não no script e na codificação. Os jogadores não se importam com o código, apenas na experiência deles", concluiu Guesdon.
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