Depois que Assassin’s Creed “cansou” com um jogo por ano e a fórmula se tornou batida, a Ubisoft voltou à mesa de rascunhos, entendeu que era hora de repensar o futuro da série e trouxe a revitalização necessária com Origins, dois anos depois do anterior, Syndicate. O sucesso veio em grande estilo numa baita ambientação do Egito antigo.
Alguns meses depois do lançamento de Origins, Odyssey foi anunciado e, junto a ele, vem o “fantasma da anuidade”: o título será lançado em outubro deste ano, um ano após Origins. Será que a Grécia antiga e a evolução do sistema de combate, além de dois protagonistas, serão capazes de segurar a bronca? Nós testamos na E3 para tentar prever esse futuro numa bola de cristal, digamos, “racional”. Confira nosso gameplay aqui em cima!
Mais RPG
O primeiro aspecto mais notável de Assassin’s Creed Odyssey é que ele, basicamente, dá continuidade a tudo que deu certo em Origins: combate mais “mano a mano”, em que hordas de inimigos nem sempre são bem-vindas; exploração mais investigativa e menos “guiada” graças ao uso da águia; customização muito mais profunda de equipamentos.
Odyssey é ainda mais RPG: agora, ele adota o clássico sistema de diálogo de RPGs ocidentais, à la Witcher, Mass Effect e afins, em que você escolhe a resposta que quer dar a determinados NPCs e, com isso, cria possibilidades de embarcar em missões secundárias e “moldar” o estilo do seu personagem. Não é novidade, mas é inédito na franquia.
Dois protagonistas!
Bayek sai de cena do Egito antigo e dá espaço a dois novos protagonistas na Grécia: Alexio e Kassandra, cada qual com suas particularidades e especializações. Não funciona como em Syndicate, em que era possível alternar entre os irmãos Jacob e Evie no mundo aberto; você escolhe Alexio ou Kassandra e segue uma campanha inteira com um deles.
Portanto, há missões específicas e um desenrolar diferente ao personagem homem e à figura feminina, o que, de acordo com a Ubisoft, dá “longevidade e variedade” à aventura. Na prática, isso se traduz de forma interessante: logo no começo, ao escolher um dos dois, a sequência de eventos pode mudar mesmo.
Combate: evolução de Origins
O combate, já mencionado nesta prévia, dá continuidade ao esquema bem-sucedido de Origins: a treta é bem mais pessoal, no esquema um-a-um, abertamente inspirado em Dark Souls e, é claro, mais robusto.
Senti mais peso ao jogar Odyssey; me parece que as esquivas devem ser pensadas com mais carinho e há um leve espírito tático do que se deve fazer. E sim: fugir é uma opção quando você não dá conta do recado. A movimentação de Alexio e Kassandra é parecida, mas cada um tem suas características, e as lutas estão inclusas nessa afirmação.
O ar da mitologia grega
Em minha rápida exploração de 20 minutos pela Grécia antiga, pude sentir um pouco da atmosfera grega, que bebe da mitologia daquela região, tão clássica e tão tradicional nas literaturas, com seus deuses e titãs. Diversas figuras importantes das lendas estarão presentes na aventura, segundo a Ubisoft.
Embora tudo isso seja positivo até aqui, a verdade é que Odyssey carrega, sim, o estigma da anuidade: ele não consegue dar o mesmo impacto que Origins. Lembro que, quando pude testá-lo rapidamente na E3 2017 e, depois, na BGS do mesmo ano, senti uma diferença brutal dentro daquilo que a franquia representa. Ali, sim, houve um salto substancial que marcou uma nova era para Assassin’s Creed. Em todos os aspectos: exploração, combate, customização, ritmo de narrativa.
Não há esse salto substancial em Odyssey porque ele basicamente embarca no sucesso de Origins, aproveita tudo de bom que há na jornada de Bayek e evolui os pontos necessários. É um “elástico” de Origins, e isso deixa no ar a expectativa de um produto polido até o lançamento, previsto para o dia 5 de outubro para PS4, Xbox One e PC.
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